FILHOTES DE VALIANT - HONOR

CAPÍTULO 37

"A empresa é muito antiga e mesmo com várias oscilações do mercado através dos anos, permaneceu ativa, com uma margem aceitável de lucro. Nada exorbitante, mas nunca tiveram déficit e isso é muito suspeito."
Simple, Candid Honest e, surpreendentemente, Nove, acenaram concordando, uma vez que entenderam o que ele disse, o resto dos presentes o olharam como se ele tivesse falado em grego.
"Mas o tal lugar não é uma funerária? Sempre vai morrer gente, eles sempre vão ter serviço." Pride disse, James balançou a cabeça.
"Eu poderia te explicar, Pride, mas demoraria e eu correria o risco de gastar meu tempo à toa. Eu investiguei como você pediu, Simple, e minha conclusão é que todos os Novas Espécies que morreram nas instalações foram cremados lá, por exemplo. Fora que se eles deixam corpos em 'suspensão', poderia ser lá."
Ele se calou, Dusky baixou os olhos.
"Meus irmãos..." Nove disse e baixou os olhos também.
"Certo. Eu também fiz algumas investigações, mas ainda não recebi a resposta. Então, Livie, o que pode nos dizer sobre Bill?" Simple perguntou, Candid revirou os olhos quando ele disse que tinha feito investigações sozinho. Eles estavam separados e James não se lembrava de ter visto eles assim. Candid estava a janela, Honest no sofá ao lado de Dusky e a fêmea primata que diziam ser Ann e Simple estava sentado no braço do sofá onde Nove se sentava. James era observador e aquilo podia significar uma ruptura entre eles. Simple era indiferente e distante, mas ele amava Cam e Hon. Eles eram os seres que seu irmão mais amava no mundo e aquela distância entre eles devia estar fazendo Simple sofrer.
James ia dar uns toques no idiota do Pride para chamar Simple para ficar na casa dele. Talvez ajudasse.
Livie falava, falava, mas como sempre nada do que ela dizia prestava, afinal ela era uma fraca e uma medrosa.
Ela dizia que conheceu Bill através do 'pai' dela. James segurou um rosnado. Como ela podia chamar aquele filho da puta de pai? Livie continuou falando que ele foi bom com ela, carinhoso e nesse momento Honor a olhou com ciúmes, ela disse que ele nunca tocou nela. Se perguntassem a James, ele diria que provavelmente não houve oportunidade, se houvesse, o tal Bill seria só mais um dos que dormiram com Livie. Ele saiu da sala, aquela conversa não o interessava em nada, ele fez o que Simple mandou e pronto.
Ele passou pela porta painel de mármore, era uma forma bonita e inteligente de esconder o corredor dos quartos, e seguiu pelo corredor. Honor era muito bom construindo casas. E modesto também. Há muito tempo atrás ele fez arquitetura e era tanto o construtor e decorador das casas que construía, mas sempre dizia que a decoração era obra de uma amiga arquiteta. James estava ansioso para ter a dele. Ele e Joe não eram como os trigêmeos que dormiam na mesma cama naquela cabana. Ele não se lembrava de ter dormido com Joe alguma vez. Eles dividiram o quarto durante muito tempo, até Joe...
"O que achou? Eu gostei." Minerva disse, James suspirou. Minerva. Ele não chegou a querê-la, mas chegou bem perto. Ela era esperta, uma mulher inteligente, que não era um poço de candura. Isso tocava a libido dele. Se Simple não tivesse fodido ela, ele poderia tentar alguma coisa. Ela falava do quarto dos gêmeos, James deu de ombros. Era um quarto e daí?
Mas todos estavam admirados com tal quarto, então ele examinou tudo com olhos críticos.
"É... Um quarto." Ele deu de ombros, ela riu.
"Sabe, já se passaram anos e eu não consigo me convencer de que eu te agradeci o bastante." Ela disse com um sorriso. James bufou.
"Você não pode me agradecer o bastante, é vinculada e acasalada e com o meu irmão." Ele sorriu irônico, ela não se abalou com a gracinha. Ela era firme.
"Dê se por satisfeita de que eu fiz por minha família. Você faz parte dela." Ele disse, passando o dedo pela lateral de um painel de tv. Estava perfeitamente alinhado, Simple.
Minerva bufou, ele se virou.
"Simple te ameaçou não foi?" Ela perguntou, ele endureceu.
"Por que está se metendo nisso?"
"Por que me investigar tinha mais de um objetivo, uma outra investigação, por acaso?" Ele continuou imóvel.
"Pride." Ele disse num tom que seu irmão iria ouvir, logo Pride entrava no quarto. Ele olhou para um grande armário multiuso e sorriu.
"Gostei, quem será que fez?" Ele perguntou, James respondeu secamente:
"Silent, muito provavelmente." Pride acenou.
"Por que me chamou, James?" Ele se aproximou de Minerva com todo o seu tamanho e até se esticou. Um grande idiota, isso sim.
"Minerva está com coisas na cabeça, coisas perigosas. Eu não tenho medo de você e te chamei para provar isso. Diga a sua fêmea que cuide da vida de vocês." Pride ergueu uma sobrancelha, meio confuso. Pride era simples e bom, James dava isso a ele.
"Você trabalhou muito para encontrar Kevin, somos muito gratos. E é por isso que eu não te arrumo um sorriso sem dentes. Mas não fale assim com ela, nunca." James balançou a cabeça.
"Eu não falei com ela, falei com você." Pride rosnou.
"Sabe que nunca tive paciência com você..." Ele disse dando um passo a frente. James não se moveu. Pride não lutaria com ele.
"Pride? Leve Minerva daqui. Eu, Honor e Nove penamos para montar tudo, e vocês não vão quebrar nada aqui." Simple disse, Pride segurou no braço de Minerva.
"Se quiser conversar, James, lembre-se que eu sempre gostei de você. Nossa casa está aberta." Ela disse, Pride a levou dali.
"A idéia de que Pride não bateria em você pode se provar errada algum dia." Simple disse, James deu de ombros.
"O que aconteceu entre vocês?" James perguntou. Simple respirou fundo e o olhou desanimado. Isso era novo. James nunca tocou nele a não ser quando ele era pequeno e James lhe dava alguns cascudos. Mas ele viu cansaço e tristeza nos olhos de seu irmãozinho.
"O que foi?" James perguntou, Simple segurou na mão dele, eles não se tocariam mais do que isso.
"Minerva desconfiou de alguma coisa?" Ele não sabia. Minerva era esperta. No quatrilho esquisito de Honor, Pride, Livie e Minerva, Pride tinha ficado com a melhor fêmea na opinião de James.
"Você tem de enfrentar isso." Simple disse examinando a mão de James.
"Sua mão quase não tem calos. Eu conheço fêmeas com mãos mais calosas que as suas, que vergonha!" Ele brincou. Ele já devia ter soltado a mão de James, ou James já devia ter puxado a mão, mas estavam ali, os corpo distantes, as mãos unidas.
"Daisy já jogou isso na minha cara." Ele disse, Simple riu. Um riso sem alegria nenhuma.
"O que foi, Sim?" James não usava o apelido dele, pois daria margem a ele o chamar de...
"Eu não sei direito, J. Eu só estou cansado de querer uma fêmea." Ele disse.
"Na outra noite..." James é claro ouviu a conversa e sentiu o cheiro do que Simple e Bronzy fizeram no telhado.
"Eu tenho de parar de tomar as injeções que me possibilitam tocá-la. Honest está muito ocupado e não conseguiu mudar muito a fórmula e eu poderia me viciar. E eu não consigo parar de pensar que Nove a quer." James acenou.
"Você não tomou sua dose hoje, Sim." James tentou tirar sua mão das de Simple, Simple apertou a mão dele. Os olhos de Honest se fixaram nas mãos dos dois unidas. Era um pensamento corrente entre todos eles, os cinco mais velhos, que não deviam ficar entre os trigêmeos. Mas Simple precisava dele.
"Não vou tomar mais. Por mim, pode jogar fora." Ele disse.
"Sério?" Honest tirou uma seringa do bolso. Simple apertou a mão de James. James se perguntou onde estaria Honor. Ele saberia lidar com aquilo.
"Eu não quero mais. Essa porra vicia." Honest sorriu.
"Por que mandou Lunna para a cabana?" Honest destampou a seringa.
Simple deu um passo para trás. James rugiu, tomou a seringa de Honest e a quebrou.
"Você não é assim, Hon." Ele disse, Honest se surpreendeu com a velocidade dele. Ele e Joe eram os menores e considerados os mais fracos.
"Se escondendo atrás de James? Você não cansa de me surpreender, Sim."
James soltou sua mão da de Simple. Candid tinha entrado, ele adorava essas entradas dramáticas.
"Eu não vou ficar no meio de vocês, mas nenhum de vocês tem moral para cobrar o que quer que seja."
"Você tem toda a razão. Você entende muito de não ter moral." Candid disse.
"O que está acontecendo aqui?" Nove disse entrando no quarto. James olhou para Simple, Simple sorriu. O Simple vulnerável tinha sumido.
"Nada. Meus irmãos são uns chorões, Nove. Honest passou a noite com Lunna se passando por Candid e está colocando a culpa em mim."
"Eu não me passei por ele!" Honest rosnou.
"Eu ouço tudo, lembra?" Simple se esticou.
"Vão embora." Nove rosnou para Candid e Honest. James então viu o que os fazia serem temidos. Nenhum dos dois se abalou com o tamanho de Nove. Candid olhou para a barriga e pescoço dele, James viu que tinha de intervir.
"Vão, depois vocês conversam." James disse. Honest e Candid saíram, Nove suspirou.
"Eles não têm medo de mim." James assentiu.
"Bom, eu vou embora. Se houver alguma coisa nova, eu entro em contato.
Simple suspirou.
"Eu vou para a cabana." Simple disse e não deu tempo para nem James, nem Nove impedí-lo.
"Eu enfrento os leãozinhos para ele, ele vai atrás deles." Nove bufou.
"Candid iria abrir um grande corte em seu pescoço. Honest poderia morder sua artéria femoral, eles não brincariam com você." Nove ergueu as sobrancelhas.
"Eles devem ter ciúmes de você, sabia?" James disse, os olhos de Honest e Candid estavam fixos em Simple sentado bem perto de Nove.
"Eu gosto dos dois, mas Simple... Eu não sei explicar."
"Simple é cruel. Eu estou nas mãos dele, ele brinca comigo como um gato brinca com um gato, mas dos três eu gosto mais dele. Eu sou um idiota."
Nove saiu, James passou pela sala, Dusky dava de comer a Ann na boca, ela tinha muita dificuldade de engolir. Livie estava no colo de Honor e parecia pronta a tomar a colher de Dusky. Honor alisava os cabelos imensos dela. Ela parecia uma fada, mas uma daquelas eróticas. Uma ninfa. Havia uma aura sexual nela, James, Pride e Honor foram reféns disso, mas só ele, James, via como esse poder se dava. Ele estava vendo de fora. Ela, porém nunca soube usar isso, ela era uma ingênua, isso a desfavorecia na visão dele.
James acenou e saiu da casa, havia uma grande tensão sexual entre Livie e Honor, seu irmão estava perdido.
Sexo! Ele era celibatário a tanto tempo! E curiosamente Joe estava num caminho tão diferente! Ele se desviou descendo a encosta e foi até a sua casa. Honor não perdeu tempo, depois da festa, ele tinha arranjado um jeito de fazer as marcações.
James procurou em sua mente o projeto feito a tanto tempo atrás. Honor tinha esboçado uma casa parecida com uma cabana, mas com uma sala grande e uma cozinha toda funcional. Dois quartos. Honor tinha colocado quatro antes, seu pai disse que não aceitava menos de quatro filhotes para cada um deles. James rasgou o projeto, Honor pacientemente refez tudo e James escaneou e guardou. Talvez fosse legal ele mesmo construir. Joe ajudaria, Candid também. Simple iria verificar o alinhamento das paredes e os faria refazer as paredes algumas vezes. Violet se certificaria de que sempre tivesse suco e carne para eles enquanto trabalhavam.
Não. Ele faria tudo sozinho. Havia algo na família deles, uma espécie de maldição. Ele foi um dos propagadores dessa maldição, e não queria piorar mais as coisas. Construir sozinho. Seria pesado, lhe daria calos nas mãos. É, seria isso.
Um passinho leve lhe fez erijecer os músculos, mas ele não tinha vontade alguma de conversar com ela. Ele continuou descendo como se não a tivesse percebido.
"James?" Ele ainda deu um passo.
"O que você quer?" Ele perguntou, ela deu um passo para trás.
"Eu estava indo para a casa de Honor, Sim disse que queria falar comigo. Mas é tão alto!"
"Somos felinos. Pensei que você soubesse." Ela fechou a cara.
"Eu sei que por baixo dessa casca grossa, há um coração de manteiga e você não..." James riu.
"Isso cola com alguém?" Ele juntou as sobrancelhas, ela deu mais um passo para trás.
James odiava ficar perto das filhotes. Ele não era de conversar e nem tinha muita vontade. Ele se virou e recomeçou a descida. Ela correu atrás dele, e o tocou nas costas. James se virou, foi como tomar uma porrada.
"Não me toque, porra." Ele disse baixo e se arrependeu na hora. Suas irmãs não recuriam, nem ela.
"Qual o problema de te tocar?" Ela tocou no braço dele e sorriu.
"Qual o seu problema?" James perguntou, ela suspirou.
"Estou cansada, James. Cansada de dizerem quem eu sou, ou qual será meu futuro, e tudo o mais." Ela disse.
"Isso não é problema meu." Ele se afastou, ela ficou parada.
"Aqui seria o quarto?" Ela perguntou, James se concentrava, ele odiava estar perto dela.
"Você me odeia, James?" Ela perguntou. James desviou os olhos.
"Não particularmente. Eu fico sempre longe de vocês. Não tenho saco para seus dilemas." Era verdade, ela assentiu.
"Você tem seus próprios dilemas, é isso?" Ela vestia um vestido de alcinhas. Estava sem sutiã.
"Você planejava seduzir Simple." Ele disse, ela sorriu.
"Não importa quem seja, eu só quero ser livre. Você não se importa muito com os outros." Ela afirmou.
Ele concordou.
"Sim, eu não me importo." Ela sorriu e desceu uma das alcinhas do vestido.
"Exatamente o que eu preciso."
James sabia que aquilo poderia dar uma merda muito grande, mas os seios dela pularam quando ela baixou o vestido.
"Tire o resto." Ele disse, ela sorriu. Fêmeas novinhas eram problema.
James a esperou tirar o vestido, ela estava sem calcinhas. O número de fêmeas Novas Espécies que não usavam calcinhas passou pela mente dele, ele tinha feito até um gráfico.
Ela abriu os braços, os seios eram generosos, a vulva dela não tinha pêlos. James salivou
"Você ainda está vestido." James sorriu. Ele estava louco de tesão, seu pai doía nas calças, mas ele não iria tocá-la. Uma burrada por vez na vida, era seu lema e ele já tinha feito uma grande, uma gigante.
Ele se aproximou, ela tocou nos mamilos, e James tinha de confessar que foi a maior tentação de toda a sua vida. James pegou o vestido dela e rasgou em tiras. Ela abriu a boca com o susto, James imaginou aqueles lábios lindos em volta do pau dele por um momento.
"Eu disse que não me importo com os seus problemas. Eu estava falando sério." Ele disse e correu.