CAPÍTULO 17

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"Eu falei que não devia costurar!" Uma voz irritada soou nos ouvidos de Honor.
"Foi minha mãe que costurou, quer ir no consultório dela reclamar?" Seria Florest respondendo?
Honor abriu os olhos, a luz os feriu, ele os fechou de novo.
"Honor? Como você está?" A voz do seu irmãozinho o fez virar a cabeça.
"Onde estou?" Ele perguntou sem abrir os olhos.
"Hospital. Mas já está curado." Honest disse.
Ele suspirou, sua cabeça doía.
"Minha cabeça está explodindo." Ele tentou se sentar, ainda com os olhos fechados, Honest e Florest o ajudaram.
"Tenho que tirar esses pontos." Honest  disse cortando fios quase invisíveis do ombro dele.
"O que aconteceu?" Ele perguntou.
"Telhas. Não me pergunte como, mas quando Livie ligou e fomos para o zoológico, achamos você debaixo de uma montanha de telhas e paredes, um vergalhão te perfurou a barriga e várias telhas estavam cravadas na sua pele.
"Eu parecia estar num lugar estranho. Eu só me lembro de uma fêmea me acertando com uma espada. Um gato também estava lá, ele me mandou voltar."
"Pensei que sua mente fosse blindada." Florest disse.
"Essa coisa de visão não me preocupa, gostaria de saber como toda a administração do zoológico ruiu." Honest disse lhe examinando os olhos.
"Olívia. Ela fez alguma coisa que destruiu o lugar." Honor contou, segurando a cabeça.
"Telecinésia. Que porra, Honor!" Honest explicou e xingou ao mesmo tempo.
"Você a irritou a esse ponto?" Florest perguntou, Honor arreganhou os dentes para ele.
"Isso, Florest. Provoque ele exatamente antes dele saber que Livie foi para Homeland."
Honor saltou da cama, ele estava nu, mas não se importou.
"Honor! Calma!" Honest ficou a frente da porta.
"Saia." Ele ordenou, seu irmão olhou para o pênis dele, Honor tinha participado de tantas caçadas nu, que não dava a mínima.
"Saia, ou chuto a porta e você."
"Que tal só vestir uma calça, Honor?" Florest estendeu uma calça de moletom para ele, Honor vestiu, Honest liberou a passagem, Honor saiu.
Ele percorreu os corredores do hospital, sua aparência devia estar tão terrível que todos lhe davam passagem.
"Honor! Onde você vai?"
"Para Homeland." Ele disse, parando na recepção.
"Ora, ora! Então vai continuar fazendo besteira, querido?" A voz de Megan as costas dele o fez se virar.
"Seus conselhos foram uma merda." Ele disse rosnando, Honest ficou a frente dela.
"Ele não vai me bater, querido, mas obrigada por me proteger." Ela saiu de trás de Honest e sorriu.
"Você não seguiu meus conselhos, meu bem." Ela disse.
"Onde estão seus filhotes?"
"Com as suas irmãs, elas tem tanto jeito com bebês! Principalmente a Tigrinha Malvada. Daniel está apaixonado por ela."
"Eu vou atrás de Olívia." Honor não sabia por que estava dando satisfação a ela, mas estava.
"E vai meter os pés pela mãos. Que tal dar um tempo a ela?" Honor respirou fundo, imaginar Olívia longe o irritava.
"Fique aqui, Gatinho Tímido. Fique por pelo menos um mês. Volte a trabalhar, faça, sei lá, o que você ia fazer com o seu irmão bonitinho. Dê esse tempo a ela." Honor balançou a cabeça.
"Não. Eu vou." Ela inclinou a cabeça para um lado, pensando.
"É uma pena, então, querido. Espero que ela não jogue o hotel na sua cabeça."
"Isso eu gostaria de ver." Uma voz falou atrás de Megan, ela se virou de um pulo e quase caiu quando deu de cara com Dusky. Honest a amparou, ela pareceu muito abalada com o susto.
"Você poderia deixar o bundão do seu irmão ir fazer a merda que ele quer fazer e vir me atender? Já estou a quase uma hora te esperando!" Dusky falou com Honest.
"Pressão alta?" Megan perguntou a Dusky, um sorriso de zombaria em sua boca.
"O que é isso?" Dusky perguntou para ela.
"Doença de velho." Ela disse, ele riu.
"Um minuto comigo num quarto e eu te mostraria o quanto sou jovem ainda." Ele disse, Honor olhou para Honest, seu irmãozinho deu de ombros.
"Isso é uma promessa?" Ela perguntou , Dusky ficou sério.
"Eu tenho uma fêmea." Ele disse, Honor reparou que não só ele e Honest, mas todos na recepção do hospital estavam prestando atenção a conversa.
"Pode até ter, mas parece que ela não está 'cuidando' de você direito." Ela fez aspas com as mãos. Os olhos dela se dirigiram a virilha de Dusky. Um vulto se formava por baixo do jeans que ele vestia.
"Você não é a fêmea que chegou aqui de luto pelo seu companheiro morto?" Ele perguntou, um silêncio tomava conta da recepção.
"O luto é superestimado. Quem morreu foi ele, não eu." Ela piscou e se virou para Jinx que estava na recepção olhando para eles de boca aberta.
"Você, dos cabelos estilosos, me leva para o hotel?" Ela esperou Jinx responder, ele assentiu e parou perto da porta, esperando Megan passar.
"Eu já vou. Pense, bem Gatinho Esmagado. Dê um tempo para ela. Estou no quarto 410, se precisar de mais conselhos." Ela disse e começou a sair.
"Ou de alguma outra coisa." Ela falou para Dusky. Todos ficaram olhando ela sair pela porta.
"Já pensou se alguém contasse sobre essa conversa para Rebbeca, Dusky?" Slade perguntou, um sorriso maldoso em seus lábios.
"Já pensou como sua voz ficaria sem as suas bolas?" Dusky perguntou a ele, Harley riu.
"Ande logo, Leãozinho, me dê a porra da fórmula!" Dusky exigiu, Honest olhou para Honor. O episódio com Megan foi tão estranho, que honor até esqueceu por uns segundos que iria para Homeland.
"Honor,  por favor, vamos conversar! Eu só vou..."
"Vamos fazer assim: Honest vai buscar a porra do remédio e eu vou ficar esperando aqui. Seu irmão não vai passar por mim." Honor olhou para Dusky. Talvez ele fosse o único ali que pudesse fazer frente a força de Honor.
"Vá logo, Leãozinho!" Dusky ordenou e se postou a frente da porta. Honest saiu correndo.
Harley, Timber e Moon também se postaram a porta, Honor os ignorou, Dusky era o alvo dele.
"Sabe, de todos os filhotes do seu pai, se eu fosse apostar que bateria em um, nunca seria você. E olha que seu irmão idiota acasalou com  a minha filhote." Ele disse estralando o pescoço.
Honor sorriu mostrando as presas.
"É sério que estão pensando em brigar no meu hospital?" A doutora Trisha colocou as mãos na cintura bem entre os dois.
"Eu só estava agilizando minha consulta, doutora." Dusky disse com um sorriso.
"E ainda não lhe dei os parabéns." Ele continuou, ela sorriu a contragosto.
"Vá atrás de Honest. Eu impedirei esse cabeça quente de sair." Ela disse e ficou na frente da porta.
Honor bufou. Ele nunca encostaria nela, na verdade, nunca falaria uma palavra rude que fosse para ela.
"Acha que chegar lá, colocar Livie no ombro e voltar com ela pra cá resolveria alguma coisa?" Ela perguntou.
"Eu..." Ele não conseguiu responder.
"Você está muito diferente do Honor que projetou a reforma desse hospital. O Honor respeitoso, ponderado e que tinha um ótimo senso de humor. Cuidado para não se perder, querido." Ela disse, Honest voltou e fez sinal para irem.
Do lado de fora, Honor respirou fundo.
"Eu não vou. Vou dar a ela esse tempo, vou ficar longe. Mas vou precisar de ajuda." Honest acenou.
"Conte comigo."
"Sabe onde a chave da minha casa foi parar?"
"Essa aqui?" Candid apareceu com um sorriso no rosto e balançando um molho de chaves.
"E eu limpei e arrumei tudo." Ele sorriu, Honor sorriu de volta. Ele se lembrava que um dos três adorava limpar e organizar as coisas, então era Candid.
"Então você vai esperar?" Candid perguntou, Honor assentiu.
"Ela jogou toda a administração na minha cabeça, acho que é melhor." Honor disse.
Candid sorriu e disse antes de começarem a correr:
"É como eu digo: é assim que se tira um band-aid." Honor já corria bem a frente quando ele disse isso.

FILHOTES DE VALIANT - HONOROnde histórias criam vida. Descubra agora