FILHOTES DE VALIANT - HONOR

CAPÍTULO 44

A funerária foi esvaziada, a equipe de Trey foi eficiente como sempre. Bill estava sentado num canto, algemado a cadeira. Bishop estava mal, deitado na cama. Estavam num pequeno apartamento de um quarto, Simple sentiu um cheiro que o fez sorrir. Bill sabia apreciar uma fêmea humana gostosa. E quando ele soubesse no que ela estava envolvida! Simple gostaria de estar presente, mas provavelmente não estaria.
"Sua resposta?" Candid perguntou. Simple estava sentindo uma grande animosidade entre os dois, um tanto sem sentido na opinião dele. A menos que Bill ter deixado a irmã quase morrer tivesse deixado Cam mais puto do que Simple tinha percebido.
"Eu não vou fazer." Bill cruzou os braços, Candid socou a cara dele. Ele aguentou o soco, cuspiu sangue no pé de Candid, mas não disse nada.
"Podemos trazer Mckay." Simple o provocou, Bill deu de ombros.
"Boa sorte em encontrá-lo." Ele disse, Simple sorriu.
"Você acha que não temos coragem de usar Elize contra você." Ele disse, Bill o encarou.
"Eu não acho, eu tenho certeza. Não é da natureza de vocês machucar uma fêmea doente. Se quiserem me matar, fiquem a vontade." Simple conhecia um obstáculo difícil quando encontrava um. Ele respeitou Bill, ele realmente não tinha medo de morrer. Mas haviam mais de uma maneira de fazer uma limonada.
"Por que eu mataria você, Bill? Eu preciso de você, só você sabe fazer o que eu necessito. Mas você ainda faria o que eu necessito sem as unhas por exemplo. Sem um dos pés, ou..." Simple deixou Candid completar:
"Sem o pau."
Bill riu.
"Eu não sei por que algumas pessoas disseram que temiam vocês. Sua irmã me daria mais medo." Ele disse, Candid rosnou.
"Só não arrebentamos essa sua cara feia por que na ocasião, Violet quase te matou." Ele disse, Simple o observou bem.
"Violet tem um macho. Um que adoraria ficar numa sala com você." Ele abriu um sorriso mostrando as presas sujas de sangue.
"Por favor, tragam ele! Por que não consigo ter medo de carinhas tão bonitinhas."
Candid o socou de novo, a cabeça dele foi tão para trás que pareceu que ia se soltar do pescoço. Deu outro, um ainda mais forte que o primeiro, Simple o parou.
"Posso fazer isso até seu pescoço quebrar, é o que quer?" Candid perguntou.
"Eu quero é foder sua irmã pela bunda. Ela deve ser virgem lá, ou não?" Bill disse, Candid o socou tão forte que a cadeira de ferro quebrou e Bill caiu todo torto. Mas ficou livre da algema.
"Eu ensino você, garoto. Eu ensino, não o mate." Bishop disse se sentando na cama. Simple sorriu para Bill, ele rosnou e se jogou contra Simple, Simple o recebeu com um soco bem no olho. Bill o socou na lateral da cara, Simple lhe socou no maxilar. Quebrou. Mas Bill ainda o arranhou no rosto, aquilo irritou Simple, ele o arranhou de volta, de uma maneira que não cicatrizaria tão cedo. Bill rosnou e deu um passo para trás.
"Pare, garoto burro! Eu não quero que você morra! Você é a porra do único êxito que eu tive nessa merda de vida!" Bishop disse e tossiu sangue.
"Isso não é verdade, pai! Você fez os clones! Você foi o melhor de Mercille, melhor que a puta da Samantha!" Simple limpou o sangue dos arranhões em seu rosto.
"Ele nunca soube fazer um embrião. Todos os clones dele vieram dos embriões de Michael." Simple disse, Bill ainda voou nele, Simple o pegou pelo pescoço.
"Não, não o mate, Simple. Há um arquivo, seu irmão gênio saberá desencriptar. Mas eu quero sua palavra de que não vai matar William." Bishop disse.
"Dean estava certo. Você realmente o ama."Simple disse.
"Sim. Eu os amo. A mãe De Dean era uma idiota, a de William não ficava muito atrás, mas os dois sempre me orgulharam. Até a burrice de Dean de permanecer fiel a ciência tradicional era motivo de orgulho para mim. Eu os amo. Aos dois. E estou tranquilo em morrer. Eu fui um lixo, mas eu morri sem nenhum reconhecimento. Ninguém se importou com a minha morte. Eu não quero viver, pois eu só teria sofrimento. Eu escolho morrer, William, aceite isso." Ele disse para Bill, Simple o jogou no chão.
"Eu não vou fazer." Bill disse, Bishop suspirou.
"Certo." Ele cambaleou até uma pequena mesa e se sentou na cadeira a esquerda. Ele rabiscou uma complicada fórmula e depois um endereço eletrônico.
"Você entende isso?" Ele perguntou para Candid, Candid ficou um tempo lendo a fórmula, Simple podia ver a mente dele considerando os ingredientes e as reações.
"Isso deixará esse corpo em estase. Depois devem me matar com uma injeção letal." Ele começou a ensinar o processo.
"Não. Vocês não vão..." Candid o socou de novo na cabeça, dessa vez ele apagou.
"Há mais uma coisa. Eu quero cidadania Nova Espécie para Dean e William. E tem de protegê-los. Sabem que há um grupo grande e influente querendo acabar com vocês, querendo o que eu e Samantha desenvolvemos. Proteja-os." Bishop disse, Simple assentiu.
Bishop escreveu mais algumas fórmulas para Candid como bônus por eles protegerem os filhotes dele, Simple entendeu que o Bishop que estava ali era bem diferente do Bishop que tentou abusar de Mônica por exemplo.
Ele suspirou quando Bishop se deitou na cama, pronto para morrer e entregar o corpo de Doze para eles.
Candid, sério e compenetrado, fez tudo o que Bishop orientou. Simple teve tempo de deixar sua mente vagar, o procedimento não o interessava.
A fêmea sim. Ele inspirou, deixou o aroma gostoso dela entrar por seu nariz e quase teve uma ereção. Ela era esperta, isso o atraía muito também.
E ela o enganou. Não foi propriamente um engano, mas ela teve êxito, ele nunca desconfiou.
"Harrison também não viu nada." Ele disse e riu.
"O quê?" Candid perguntou, ele balançou a cabeça.
"Nada."
"Não vai foder essa!" Candid disse, ele riu.