7 - Soco

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P.O.V HARRY

Uma semana havia se passado.

E por incrível que pareça, nada de errado aconteceu, Michael não me bateu e nem brigou comigo, pelo contrário, minha semana estava sendo maravilhosa. Michael não estava ficando em casa, praticamente todas as noites ele "saía com os amigos" como ele mesmo diz, e eu sinceramente não estou ligando, estou na verdade agradecendo. Ele só ficou em casa umas duas noites na semana passada, e todas as vezes que ele saía eu ficava um tempo a mais na livraria, e Louis também sempre estava lá.

Louis é um amigo maravilhoso, aquele amigo que você pode contar a todo momento. Toda vez em que eu fico lendo e ouvindo músicas no meu fone ele fica lá comigo, a gente divide o fone, e ele lê alguns livros comigo, e sempre no final dessa "rotina" ele me leva para casa de minha mãe, porque quando Michael não está no apartamento eu vou para casa de minha família.

Ontem, enquanto estávamos lendo e dividindo o fone de ouvido, Louis encostou a cabeça em meu ombro, não que isso seja uma grande coisa, mas eu achei fofo da parte dele.

Mas hoje não deu para mim ficar depois do horário na livraria, Michael iria ficar em casa. Ele havia me dito ontem.

De manhã foi normal, nada demais aconteceu.

Eu e Michael estamos no apartamento dele, acabamos de chegar na verdade.

– Harry. – Chamou firme olhando para mim. – Senta aí, vamos ter um conversinha agora. – Fiquei perplexo com isso, pois pelo tom de voz de Michael, não parecia ser uma "conversinha" agradável.

Me sentei no sofá, deixando minha mochila ao meu lado.

– O que você anda fazendo naquela livraria? – Será que ele havia descoberto que eu fico lá depois do horário, quando ele não está em casa? Não, não pode ser! – Vamos! Me responda. – Me lançou um olhar ameaçador, apenas abaixei minha cabeça. – Está com medo? Ou não quer responder porque anda fazendo coisas que não devia? – Pela cara em que me olhava, parecia que iria me matar somente com o olhar. – Vamos Harry! Responda! – Gritou, me dando um tapa.

Eu comecei a chorar.

– E-eu só vou p-para trabalhar. N-não faço coisas erradas.

– Tem certeza? Ultimamente você anda muito alegre.

– E-eu não se- – Me cortou.

– Não diga nada! Não está vendo que ainda não terminei de falar? – Disse com muita raiva, dava para ver isso no rosto dele. – Harry, você está me traindo! – Aquele frase, definitivamente não foi uma pergunta. Eu não sabia mais o que fazer, eu me encontrava perdido, eu sabia que as agressões físicas estão aumentando cada vez mais, então eu já imaginava que rumo esse diálogo iria tomar.

E... Traindo? Da onde ele tirou isso?

– Eu não estou t-te traindo! – No momento em que terminei de falar, levei um soco, mas não foi no estômago.

Foi no rosto.

Senti o sangue escorrer desde acima de minha sombrancelha até meu maxilar, eu tentava limpar com minha camisa, mas não adiantava, parecia que aumentava mais ainda. E a quantidade das minhas lágrimas também não ajudavam, eu não sabia se tentava limpar o sangue ou enxugar as lágrimas.

– Harry! - Michael gritou, e não foi de raiva, foi de desespero.

Harry, me desculpa! Não era minha intenção. – Ele parecia estar realmente assustado. Mas não importa,  já estava feito.

LONELINESS [L.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora