26 - No carro

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P.O.V NARRADORA

Harry e Louis combinaram de ir hoje para aquele pub que iriam no outro dia. Harry vestiu a mesma roupa que iria usar no outro dia, e Louis vestiu uma roupa no mesmo modelo: calça skinny preta e uma camisa branca de botões, estavam combinando.

Ligaram para os amigos combinando de se encontrarem lá. Quando Harry e Louis estavam quase saindo, Louis percebeu que o cacheado estava um pouco quieto demais.

– Lou, você vai beber? – Perguntou olhando triste para o namorado. Louis percebeu que os olhos de Harry estavam brilhando, mostrando que estava segurando as lágrimas, Louis não conseguia enxergar nada mais do que tristeza em seu olhar, seus olhos pareciam uma mata enorme, onde, quanto mais você anda, mais você se perde e esquece do caminho para voltar, os olhos de Harry estavam profundo, Louis não conseguia decifrar quais eram os sentimentos que se passavam por lá, ele via apenas aquele olhar fundo em si, talvez, tristeza fosse pouco para descrever o que o castanho estava vendo, ele sentia que eram turbilhões de sentimentos misturados, mas não conseguia decifrar cada um deles.

– Talvez um pouco, amor, mas não ao ponto de ficar bêbado. – Riu sem humor, viu Harry assentir e abaixar a cabeça, se aproximou do cacheado analisando sua face e erguendo seu queixo com o indicador. – Está tudo bem? – Perguntou cauteloso, vendo uma lágrima percorrer lentamente os traços de Harry, esse que negou com a cabeça.

– Não. – Sussurrou com a voz quebrada, ele já podia sentir aquele bolo se formando em sua garganta e a vontade enorme de por tudo para fora através do choro.

– Não? O que você está sentindo, anjo? – Questionou preocupado.

– Medo. – A resposta foi simples e direta, aquilo atingiu o coração de Louis como uma facada.

Medo.

Era o que o olhar de Harry transmitia.

O medo é um sentimento perceptível, invasivo, e desconfortável. O medo te faz ver coisas, pensar em coisas, talvez, precipitadas, pensar em coisas antecipadamente. O medo pode ser considerado a mistura de todos os sentimentos juntos, a ansiedade, o pânico, a tristeza, a solidão, a escuridão, pois, você sente as coisas se misturar e no momento, não consegue decifrar o que si próprio está sentindo, é uma confusão.

Por isso, Louis constatou que não conseguia enxergar o que estava tão óbvio para si, visto que, o medo é uma mistura de tudo junto, e o que ele via era justamente isso: a mistura dos sentimentos, mas ao mesmo tempo, Harry tinha o olhar fundo, algo que tapava o que podia ser visto.

– Medo do quê, amor? – Perguntou levando Harry para sentar no sofá.

– Medo de... Acontecer tudo de novo. – Admitiu baixinho, abaixando a cabeça.

– Quer falar sobre isso? – Segurou na mão do cacheado.

– Michael bebia muito... E-eu não quero passar por tudo de novo. – Disse despencando em lágrimas. Louis o puxou para seu peito, fazendo um carinho leve em seus cabelos. Não precisou que o cacheado especificasse sobre o que estava falando, Louis entendeu.

– Amor, eu não bebo muito, ao ponto de ficar bêbado e fazer besteiras, eu bebo somente um pouquinho, e eu nunca te machucaria, você sabe disso... – Segurou com as duas mãos no rosto de Harry. – Eu te amo muito, não seria capaz de te machucar nunca... Se você se sentir mais confortável, podemos ficar em casa.

– Não. Eu quero ir! Eu quero experimentar coisas novas com você. Eu juro que quero ir. É que eu não consegui controlar o medo, sei lá, é uma coisa que me invade a qualquer momento. – Explicou, mesmo não sabendo descrever o que sentia.

LONELINESS [L.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora