Capítulo 11

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   Estava tarde já, a torre de astronomia deveria estar segurando uma temperatura extremamente baixa, a mulher segurava um pergaminho de forma dura, chegando a fazer o pergaminho tremer e causar leves lesões na palma da mão.

As letras que dançavam de forma alegre no papel faziam a mulher querer vomitar de medo, de pavor e de uma pequena raiva controlada, ela sabia que havia sido irresponsável, que o que estava acontecendo não deveria ter acontecido.

Bem baixinho, olhando para o horizonte a mulher murmurava uma oração, pedindo para que a informação que tanto dançava no papel estivesse errada, que fosse apenas uma brincadeira de mal gosto dos alunos das outras casas. Porque senão fosse, se tudo ali fosse verdade ela estaria destruída, sua família a deserdaria e ela sequer acabaria os estudos.

— Você deveria contar para o pai... — Uma voz rouca e distante soou e a mulher sequer se mexeu, já conhecia bem o dono da voz.

— Do que você está falando?

— As pinturas estavam cochichando, pedi para elas não falarem mais sobre isso. — O homem se aproximou e se sentou ao lado da mulher, próximo o suficiente para não precisarem falar alto.

— Não sei se o pai iria querer, somos novos demais ainda...

— Lili, o James tem que assumir a responsabilidade com essa criança, você sabe que sim... — Lilian olhou para o homem e se questionou da inteligência do outro. — Vocês são realmente novos, mas você não precisa aguentar tudo sozinha, porque você não fez isso só.

— Como você sabe que o pai é o James...?

— Todos sabem que vocês têm dormido juntos. — O homem falou calmo e de cabeça baixa.

— Como assim todos sabem?

— James tem comentado como se tivesse ganhado um belo troféu de ouro maciço!

— Eu não sabia... — Ela murmurou, com os olhos cheios de lágrimas.

— Sei que não Lili, só que é ele quem te faz feliz, não é?! — O homem ditou de forma calma e com mágoa. — Então conte para ele, ele tem o direito de saber que você está carregando o herdeiro dos Potter...

Após a própria fala, o homem se levantou com calma e se virou, deixando novamente a mulher sozinha na sacada da torre, mas parou no alto da escadaria ao ouvir o apelido que tanto era íntimo e agora já quase não seria mais usado.

— Sev!

— Sim, Lili... — Ele respondeu, ainda de costas para a mulher.

— Você ainda ficará ao meu lado, como amigo? — Lili pediu baixo.

— Receio que não, mesmo que eu queira muito isso... — Severus respondeu calmo. — Você fez a sua escolha e ela está na casa dos leões e não na casa das cobras...

Essa foi a última coisa que Lilian ouviu do homem antes dele ir embora, e também foi a última vez na qual ela falou ou ficou tão próxima do amigo. Ela sabia que uma hora ela teria que escolher entre o sonserino ou o grifinório, ela não poderia manter dois rivais em sua vida de forma amorosa.

|...|

Estava já no final da tarde quando Severus aparatou no meio da sala de Tom, atrás dele, vinham Sirius e Remus, ambos estavam magros, pálidos, fracos e com olheiras profundas. O mestre de poções olhou envolta a procura da cobra ou talvez do dono dela, mas não encontrou, ele começou a andar pelo castelo ouvindo os dois magos vindo consigo.

Nosso Herdeiro - TomarryOnde histórias criam vida. Descubra agora