Capítulo 01

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Harry estava cansado, exausto para falar a verdade, ele tinha tantas expectativas postas em suas costas que ele mal conseguia separá-las e resolvê-las. Hermione esperava que ele fosse um ótimo aluno e um bom amigo, Ronald queria que ele fosse um bom jogador de quadribol, um conselheiro e ombro amigo.

Ele via Dumbledore julgá-lo o melhor, o melhor aluno, o melhor amigo e a melhor arma. Sirius e Remus queriam que ele fosse um ótimo aluno em todas as aulas para que ele não explodisse mais nada, McGonagall esperava que ele fosse o exemplo dos mais novos — mesmo que ele não tenha tido um exemplo para ele próprio —, a senhora Weasley esperava que ele se casasse com Gina e Gina esperava que ele fosse o marido perfeito.

Sem contar todo o mundo bruxo e a ordem, que esperavam que ele derrotasse Você-Sabe-Quem outra vez para salvá-los, mas o mundo não via que na primeira vez em que isso aconteceu, ele perdeu os pais? Que agora, durante as pequenas batalhas com o megalomaníaco psicopata com complexo de Deus, ele havia perdido as pessoas que não tinham nada com toda essa guerra.

Nesse exato momento Harry estava sentando em uma cadeira, envolta de uma mesa redonda enorme, a ordem toda estava discutindo sobre a pequena batalha que Harry teve junto de Cedric. O que felizmente não matou o garoto, mas infelizmente mandou-o para o St. Mungus com ferimentos graves, deixando o lufano em coma por dois meses.

— Olha, eu sinto muito Dumbledore, mas não acredito no que o Potter diz. — Moody olhava para a mesa abismado. — Você-Sabe-Quem voltou? Ele e o Diggory devem ter brigado pela garota Chang e deu naquilo, agora para esconder a culpa ele disse que foi o inimigo de longa data.

— Eu concordo com Moody, eles são jovens, não pensam direito. — Arabella olhava para as unhas.

— E por que eu atacaria Cedric se já havia falado que não gosto da Cho? — O bruxo bufava olhando para todos da mesa. — Padrinhos?

— Sinto muito Harry, você tem que entender que parece invenção... — Sirius olhou nos olhos esverdeados, vendo-o murchar.

— Desculpe Harry. — Remus se encolheu, ficando do lado do marido.

Desesperado o esverdeado olhou para sua última opção, a esperança já estava pequena naquele momento.

— Padrinho, você acredita em mim, não acredita...? — A voz trêmula de Harry não conseguia ser encoberta, ele só não conseguia distinguir se era por raiva, tristeza ou decepção.

— Acredito meu menino bonito, eu nunca duvidaria de você. — O homem sorriu, acalmando o afilhado.

— Eu também acredito meu jovem. — Poppy tocou o ombro de Harry, tomando sua atenção.

— Obrigado... — Ele suspirou triste vendo que até mesmo Arthur estava contra ele.

— Acredito que o senhor Potter precise visitar um psicobruxo. — Moody sorriu maldoso.

— Eu não preciso ouvir vocês me julgarem como louco!

O garoto se levantou de uma vez, jogando a cadeira pesada longe somente com sua magia e raiva, os olhos esmeraldas brilhando em ódio e decepção por ter sua, quase família, apontando-lhe o dedo. Ele se virou e começou a andar, pronto para sair do escritório de Dumbledore.

— Aonde você vai meu menino? — Dumbledore elevou a voz para ser ouvido.

— Para longe de vocês, o mais longe que eu conseguir! — Ele ditou sobre o ombro, desejando aparecer em um bar trouxa e então ele aparatou.

Na porta do bar Harry lançou um glamour, mudando um pouco sua imagem. Ele sabia que não seria reconhecido como O-Menino-Que-Sobreviveu, ou qualquer outro título por algo que ele não se lembrava de fazer e por mortes que ele não foi capaz de evitar. Mas era melhor prevenir do que remediar.

Nosso Herdeiro - TomarryOnde histórias criam vida. Descubra agora