O fim.
Durante meses vim matutando sobre o final deste livro. Não queria algo repetido falando sobre corações partidos, que é o que venho falando desde o início do livro. Queria algo diferente. Bem, vamos começar com um depoimento.
Tudo começou com pequenos textos que eu escrevia sobre coisas ao meu redor, no intuito de pegar prática na escrita para os meus outros livros. Sem ter idéias para o nome dos títulos, decidi colocar as letras A, B, C e etc. Eu gostei do que escrevia e pensei: "Por que não compartilhar com outras pessoas?". Nisto, nasceu Abecedário.
Na época, eu era apaixonada por um poeta. E com isto, pouco a pouco, eu fui me descobrindo como uma declaradora de emoções. Abecedário sempre foi como o meu pequeno diário cardíaco, onde eu escrevia o que via, pensava, e sentia. Comecei a escrever sobre o amor; gostei do que saiu, era como botar para fora. Sentia até o alívio. Resolvi repetir a dose, e nisso se foi quase o livro todo.
Em julho, o amor pelo poeta se enfraqueceu. Ele já tinha uma moça e eu sentia que não podia me iludir para sempre. Eu senti tanta raiva com o anúncio desse namoro. Queria quebrar tudo que visse pela frente. Foi uma boa fase.
Em agosto, aconteceu de novo. Apaixonei-me. Mas dessa vez parecia que ia ser diferente. Em certas circunstâncias foi mesmo, porém, eu continuei sofrendo por outro amor platônico. Hoje eu me pergunto qual é o meu problema.
Até a letra U, eram todos sobre o poeta. Sendo assim, não tive muito tempo para escrever sobre este outro rapaz.
Vendo que precisava de mais espaço para escrever, não só sobre o amor, como sobre outras idéias, decidi não acabar com Abecedário agora.
Sobre isto eu não posso falar muito mais.
No entanto, esta nova fase de Abecedário, terá mais sobre a sociedade, o mundo, as coisas. Percebi que ao longo do tempo, tenho mais a escrever sobre o meu eu do que imaginei. Tenho muito guardado dentro de mim para escrever e por isso não posso parar aqui.
Bem, agora, eu tomei uma decisão importante. Eu vou acabar com isto e me livrar deste caderno. Vou joga-lo daqui de cima, e que seja o que os deuses quiserem. Todos eles. De todas as religiões. Deus, Jah, Rah, Buda e etc.
Para você que encontrou este caderno, eu te desejo boa sorte. E que a sua vida não seja exatamente como a minha. Que depois de ler este caderno, você ame mais e valorize mais a quem te ama. Porque isto é o que nós temos de mais valioso depois da vida: o poder de amar.
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Abecedário
PoetryComo as flores que desabroxam na primavera e os frutos que se formam no verão, a invernia que mata e a carne que sangra; tudo vai, tudo vem. E tanta coisa já se foi desde a letra A, inclusive o tempo, meu tempo. Eu tenho que partir, as página...