9 de maio, 2015.
É nesses momentos de sonolência, nesses momentos em que a loucura luta arduamente contra a lucidez, é nesses momentos que a inspiração vem. É nesses momentos que eu sinto a vontade de abrir a janela de madrugada, sabendo que eu poderei respirar o ar gelado e me lembrar do teu perfume, sem me preocupar em acordar no dia seguinte com a mesma rotina. Parece algo robótico.
Quanto mais estrelas eu conto, quanto mais segundos se passam e quanto mais a brisa bate em meus cabelos novamente, eu te amo mais. Eu sei que esse sentimento não é recíproco; mas, afinal, o que seria de um poeta sem amor?
As suas palavras simplesmente não curam, simplesmente não tem amor. Não há salvação, não há dor. Ele não passa ao papel aquilo que realmente sente. Nem que seja um amor por um familiar, ou por um objeto. O importante é amar. Sofrer lentamente com esse sentimento destruidor que vai acabando com as nossas vidas lentamente. Quanto mais devagar, menos dor. Mas em livros, isso não existe. Nem na vida real.
A nossa história foi tão rápida que passou num piscar de olhos pelos olhos meus.
6 de julho, 2015.
Poderia ter durado mais, você poderia ter ficado mais, mas tu partistes. O que posso fazer eu? Absolutamente nada.
Só me resta esperar que a solidão me tome completamente, enquanto eu espero que um outro alguém tome o seu lugar. Por mais difícil que isso seja, talvez irá valer a pena a tentativa. Talvez. Num futuro distante.
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Abecedário
PoetryComo as flores que desabroxam na primavera e os frutos que se formam no verão, a invernia que mata e a carne que sangra; tudo vai, tudo vem. E tanta coisa já se foi desde a letra A, inclusive o tempo, meu tempo. Eu tenho que partir, as página...