2 de novembro, 2016. Por volta de 23h18.
Abecedário... O que és para mim?
Um conjunto de letras, que juntando posso criar diversas coisas, ou uma parte de mim que reviveu? Com certeza a segunda opção.
Abecedário é o que eu não consegui dizer pela boca, é o que eu não consegui expressar em versos. É ao mesmo tempo o sorriso que eu não dei, e as lágrimas que eu não chorei. Uma parte de mim morta, escondida, que eu deixei viver e brilhar para fora. A diferença entre ela e as outras histórias, é que as outras tem um roteiro fixo, um final planejado e são totalmente realistas. Abecedário, não. Abecedário é abstrato, colorido e preto&branco. É tudo o que eu vejo, não vejo, sinto ou deixo de sentir. São os meus sentimentos expostos da forma mais sangrenta possível. É onde a ferida é aberta e eu coloco tudo para a fora. A verdade, a mentira e a ilusão. O pensamento e a falta de razão. Ela faz curvas e voltas, assim como a dama da letra B, fazendo arabescos com o meu humor.
Cade letra... Cada uma delas mostra um pouco de mim, por mais insignificante que seja, como a letra O. Mas ainda assim as amo e se tirasse uma sequer, o castelo reconstruído de ruínas se afundaria novamente.
Hoje, comemorando o dia de finados, eu quero brindar com vinho a parte de mim que se foi quando meus amores partiram. Quando as tristezas vieram e quando as lágrimas, enfim, rolaram.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Abecedário
PoetryComo as flores que desabroxam na primavera e os frutos que se formam no verão, a invernia que mata e a carne que sangra; tudo vai, tudo vem. E tanta coisa já se foi desde a letra A, inclusive o tempo, meu tempo. Eu tenho que partir, as página...