Eram quase dez da noite, o céu estava escuro demais já que não haviam estrelas no céu, estava bem nublado, o vento forte resultava em um barulho sinistro quebrando o silêncio das ruas vazias.
Silêncio e descanso era o que Kim Dongyoung mais precisava naquele momento, estava exausto e seu corpo já dava sinais de alerta a sua saúde, uma vez que, no auge de seus 22 anos suas costas já doíam tanto quanto seus pés após algumas horas em pé, sem falar das manchas escuras abaixo de seus olhos que apenas demonstravam que a falta de sono estava o condenando aos poucos.
Essa era a vida de alguém como Doyoung, como preferia ser chamado, sempre empenhado em seu trabalho e estudo. Só de lembrar do cheiro de café ele se irritava, a voz de pessoas ao seu redor fazia ele querer correr o mais longe possível e se ele tivesse que sorrir por mais um segundo ele enlouqueceria e distribuiria socos por aí.
De alguma forma ele havia escolhido isso quando teve um grande conflito interno em sua vida, resolveu cortar toda a dependência financeira que tinha e caminhar com as próprias pernas a partir daquele ponto, e apesar de ter alguns bens, agora Doyoung tinha dias longos de estudo incansável para terminar seu curso de arquitetura e trabalhava num café próximo ao campus para conseguir se manter sem ter de pedir ajuda de sua mãe.
Sua rotina era no mínimo suportável, ou foi o que ele pensou que seria, até que precisou tomar medidas econômicas drásticas e colocar o quarto vago em seu pequeno apartamento para alugar, e como um efeito cármico de todas as vezes em que Doyoung fez algo ruim a alguém, Taeyong entrou em sua vida como um polo oposto caótico demais para se suportar.
Não passava de uma necessidade, no início do ano, Doyoung teve alguns gastos inesperados quando algumas coisas estragaram em sua casa, a ideia de alugar o quarto pareceu perfeita e salvadora de seu bolso, entretanto, ele logo percebeu que mesmo sendo conhecido por seus feitos na faculdade, dificilmente alguém se interessaria em morar com um completo estranho e seus amigos já moravam em dormitórios.
A surpresa veio rápido demais, bastou uma postagem em sua página, um anúncio sem grandes esperanças, mas acabou que em pouco tempo recebeu uma mensagem de interesse de um homem que estava procurando um lugar para um jovem que estava se transferindo ficar.
Foi assim que Lee Taeyong acabou, contra própria vontade, se mudando de Busan para Seoul, lugar onde agora já vivia a quase quatro meses.
Taeyong era uma exceção de tudo que Doyoung já conheceu, o outro era completamente fora da curva, sempre surpreendendo, agindo de forma um tanto quanto rebelde e apesar da doçura ao falar, suas tatuagens pareciam uma introdução de si mesmo, ele era totalmente agridoce. Doyoung logo teve conhecimento de que a beleza de Taeyong conquistava todos a sua volta, ele conseguiu fama conquistada pela atenção que recebeu em pouco tempo estando ali, sabia também que ele já havia roubado o coração de mais da metade do corpo acadêmico da universidade, mas seu jeitinho mimado parecia uma característica de alguém que Doyoung jamais imaginou ser obrigado a conviver, e estava sendo insuportável.
Mesmo depois de algum tempo ainda era difícil entender o que Taeyong estava fazendo ali, afinal, todos sabiam quão rica era a família dele, seu pai um político de peso em Busan, então era esquisito ele não ter o próprio apartamento ali. Doyoung até cogitou alguma semelhança em suas histórias, mas logo descartou ao ver Taeyong gritar com alguém de sua família no telefone. Também cogitou que o outro queria se virar sozinho, contudo, logo deixou de lado, já que sabia que ele comprava roupas de marca sempre que podia e desfilava em festas quase todo fim de semana sem arrumar emprego algum.
Doyoung deixou de se importar com a origem de Taeyong assim que viu que devia mesmo só se importar com o dinheiro que ele contribuía, sua amizade era dispensada pelo mais novo.
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Proposital
FanfictionDoyoung estava apenas à procura de alguém para dividir apartamento. Taeyong estava sendo obrigado a se mudar para a capital, para que dessa forma não causasse mais problemas. Mesmo sem serem perfeitos companheiros de apartamento, essa era a única o...