Felicidade

162 20 76
                                    


Calma, estabilidade e comprometimento, e crescimento conjunto eram tudo o que Doyoung buscava em um relacionamento amoroso, e nesse aspecto, jamais conseguiria atingir isso com Lee Taeyong, se a oportunidade um dia viesse. Acontece que Lee Taeyong nunca teve calma, isso podia ser notado pela sua ansiedade iminente, o roer de unhas e os picos de estresse que às vezes davam as caras, estabilidade também nunca foi seu forte já que gostava de mudar de roupas, de estilo, de ambientes frequentemente, ele não se via fixo em um lugar só, Doyoung estava descobrindo isso ao ouvir um comentário aqui e outro ali sobre as expectativas do futuro do outro. Por fim, o crescimento conjunto, enquanto prezava por construir prosperidade juntos, concordando e aceitando, Taeyong era muito diferente, ele às vezes não sabia aceitar o que lhe era proposto.

Se lembrando da primeira vez que viu Taeyong, e analisando isso de outra forma, era possível perceber quão diferentes eram suas visões sobre tudo, ainda se lembrava dos olhos enormes perdendo o brilho e se tornando irritados no primeiro momento em que Doyoung foi direto ao assunto e sem simpatia foi ditando as regras da casa como um líder autoritário, infelizmente ele havia dormido pouco aquela noite e não estava querendo aumentar sua lista de amizade, mas para sua irritação, Taeyong decidiu que faria tudo ao contrário do que lhe havia sido instruído, não havia espaço para alguém mais autoritário que seu pai, não suportaria, o fim de seus sonhos de uma vida liberta de comportamentos assim foram massacradas por Doyoung, e talvez tenha sido aí que as coisas deram errado. Afinal, Taeyong tinha crescido na base da troca atenção por desobediência e Doyoung vivia para ter uma pragmática ordem em tudo.

Talvez colocar seu quarto extra à disposição de alguém tenha sido o ponto onde Doyoung colocou os pés pelas mãos.

Pensando nisso no silêncio de seu quarto escuro, Doyoung realmente tinha uma mania de teimar e se sabotar, começando na infância quando mesmo sendo atropelado, não desistiu do sorvete em sua mão quando tinha apenas 8 anos de idade, ou na juventude quando ele ignorou mensagens e perdeu amores por achar que a pessoa na verdade merecia mais do que ele podia ofertar, para depois sofrer com a perda, ou como atualmente dedicava metade do seu tempo livre ajudando colegas de classe com dificuldades para quase esquecer que ele também precisava fazer suas tarefas.

No mesmo silêncio e escuro ele sabia que não estaria sozinho por muito tempo, no mesmo silêncio e escuro ele sabia que havia perdido suas chances.

Doyoung escorregou mais pelas cobertas, desejando se esconder naquele emaranhado de panos, era horrível lembrar, mas não conseguia esquecer aquela bendita festa, mais um caso de autossabotagem para sua conta. Acontece que Doyoung estava tendo sentimentos de posse com algo que não era seu, no caso, alguém que não era seu, Taeyong.

Naquela noite, quando viu Taeyong abraçando afetuosamente Baekhyun, achou que seria uma ótima ideia provocar ciúmes em Taeyong.

Mas que ciúmes? Taeyong sequer gostava dele!

No fim das contas se deixou levar pela bebida e a febre que o dominavam e caiu em flertes de uma moça interessante, quase beijou-a por pura raiva, mas quando percebeu que estava usando uma pessoa inocente naquela guerra, decidiu se afastar, e foi o que fez, mas Taeyong viu tudo e Jungwoo também.

Taeyong não demonstrou nada de diferente, afinal ele estava acompanhado, sua reação foi simples apenas o olhou, sorriu e então saiu junto de Baekhyun para algum lugar sem dizer nada, diferente da reação de Jungwoo que o encheu de perguntas, o arrastou para um canto, deu um discurso sobre inteligência emocional e só então percebeu que Doyoung estava doente, pois recebeu uma mensagem no telefone vinda de Baekhyun o avisando sobre o caso, possivelmente Taeyong havia pedido para ele avisar.

PropositalOnde histórias criam vida. Descubra agora