Fique

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Taeyong olhava para todas aquelas palavras que originalmente juntas formavam um texto, provavelmente, ele não sabia dizer mais já não prestava atenção naquele livro a um bom tempo, era sempre assim, se perdesse a concentração estava tudo acabado. Era difícil não se sentir apreensivo, criar coisas imaginarias que não deviam estar incomodando, pensar e pensar.

Estava tudo bem, não tinha nada de errado, não tinha feito nada de errado, ele tinha que parar e respirar fundo, uma, duas, três vezes...

E foi o que ele fez, antes de fechar o livro com força e desistir de estudar em pleno sábado, uma ideia absurda de uma mente desesperada por distração, foi a única coisa que conseguiu pensar em fazer naquele momento.

Taeyong se levantou silenciosamente do sofá no mesmo momento que um trovão cortou o céu fazendo um estrondo alto que o fez saltar. Seus olhos automaticamente buscaram segurança, buscaram por Doyoung, que sequer havia se assustado, apenas continuava a olhar pela janela do apartamento enquanto segurava em suas mãos uma xícara azul marinha cheia de café preto.

Seus ombros tensos, a expressão dura e irritada, os olhos focados no céu nublado e uma chuva densa, eram apenas 4 da tarde e toda essa pose irritada de Doyoung incomodavam Taeyong.

Taeyong ainda estava preocupado com várias coisas, primeiro assumir o relacionamento deles para o resto do mundo, depois todas as fofocas, já que eles de repente se tornaram o assunto mais comentado do local, e então Jaehyun...

"— Eu disse ao seu pai que não posso mais... Cuidar de você, ele disse que estava tudo bem, que tinha outros planos. Eu sinto muito Taeyong, gostaria de saber mais."

Foi tudo o que ouviu de Jaehyun após uma conversa de reconciliação e redenção de Jaehyun que agora estava finalmente se libertando dos Lee e todo o caos e intriga que vinham de brinde.

Taeyong não estava chateado com Jaehyun a muito tempo, depois de pensar, sabia que seu pai sempre daria um jeito de o controlar, Jaehyun não foi tão ruim assim, agora temia saber quais eram os planos de seu pai, mas guardaria isso para si por enquanto. Afinal, Doyoung parecia irritado demais para sequer entender os problemas de Taeyong.

— Você acha que vai parar? — a voz de Doyoung quebrou o silêncio e houve uma mudança de tom em sua voz, que antes parecia irritada, agora parecia apenas frustrada e esperançosa.

Taeyong o olhou confuso e deu alguns passos em direção a janela também, para tentar entender Doyoung.

Abaixo deles, a poucos metros podia ser visto algumas ruas, poucos carros, casas e mais distante um parque, tudo vazio e banhado em chuva cinza e triste.

— Eu acho que não.

Taeyong esperou algo, alguma reação, mas nada aconteceu, apenas ficaram em silêncio observando o ambiente externo pela janela de vidro na sala.

— Alguém te disse algo? — Taeyong foi direto ao confronto, estava começando a achar Doyoung esquisito demais.

— Sobre o que? — Doyoung disse bebendo o café olhando rapidamente o loiro ao seu lado.

— Ah... não sei, sobre mim, sobre nós dois — Taeyong disse um pouco nervoso, desenhando estrelas e flores no vidro no local onde havia uma mancha causada por sua respiração.

— Pare com isso vai sujar o vidro — Doyoung criticou causando um risinho tirano em Taeyong que apenas o lançou um olhar e desenhou um coração dessa vez, Doyoung revirou os olhos — já te disse, não ligo pra opinião de ninguém a não ser a sua Tae, esqueça isso...

Doyoung na verdade havia escutado alguns comentários sobre eles, a maioria dizendo como ele acabaria sendo trocado em pouco tempo, ou como os dois não combinavam nem um pouco, ou então que ele não devia ficar com alguém tão... Doyoung ficava estressado só de lembrar, quase havia perdido a cabeça e partido pra violência algumas vezes, mas Jungwoo sempre o conteve.

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