Taeyong respirava fundo, como se de alguma forma isso fosse o acalmar, uma música agitada tocava em seus fones e ele se sentia um tanto insano, quase tinha vontade de dar um grito sem motivo algum, até já tinha desistido de concluir sua pesquisa de um trabalho acadêmico pendente, era inútil tentar estudar com a cabeça desse jeito.
Odiava segundas-feiras, odiava muito, esse dia estava marcado para sempre trazer confusão a sua vida.
Era quase uma da tarde, estava sozinho na sala de informática da faculdade e encarava a tela do computador sem realmente saber o que fazer agora, mas não sentia vontade de sair dali.
Não era idiota, já sabia dos comentários de todos sobre sua suposta relação com Doyoung, e já imaginava que coisa do tipo poderia acontecer no momento em que viu rostos conhecidos naquela noite, Taeyong não escondia sua preferência a ninguém que o perguntasse, então era óbvio que o ver com alguém daquela forma geraria alguma comoção.
Mais uma fofoca em sua vida, mas como sempre ninguém o trouxe o assunto diretamente e ele não remexeu no assunto, preferia que aquilo morresse na verdade, para evitar conflitos e culpa, não deixava de se preocupar com a reação de Doyoung com toda essa patifaria, em como ele ficaria zangado.
Taeyong não queria ouvir Doyoung o destratar mais uma vez, estava cansado disso, nunca em toda sua vida havia se sentido tão pequeno e humilhado.
Contudo, preferia ignorar esse problema por enquanto, para não surtar de vez e fugir para longe de todos. Estava cheio, sem paciência alguma, mas queria ouvir a si mesmo pela primeira vez, queria se entender, queria entender o que estava acontecendo consigo, passou tempo demais ouvindo outros e esquecendo de si mesmo e ele já não suportava mais, não estava mais em Busan, não tinha seu pai o controlando e criticando até a forma como ele respirava, não tinha os amigos do passado que amavam ele apenas nos bons momentos, nas festas malucas que ele dava, e então sumiam sem sequer falar com ele, não tinha mais que suprir a expectativa de ninguém se não a própria, não tinha que ser ninguém além de o próprio Taeyong.
Era hora de deixar isso para trás, não dar ouvidos.
Mas para Taeyong, nada vinha tão fácil, então tinha algo o incomodando muito, algo que não estava acostumado, pois jamais sentiu esse tipo de coisa de verdade por alguém, não sabia reconhecer o sentimento.
Taeyong levou as mãos à cabeça e apoiou os cotovelos à mesa, se lembrando de alguns acontecimentos em uma ordem cronológica estranha demais.
Primeiro veio aquela saída com Doyoung, então os sentimentos de rejeição, a briga e irritação com ele por o chatear daquela forma, então de repente, sem controlar todo seu emocional, ele chorou e sentiu-se péssimo por ser tratado daquela forma, e Taeyong estava acostumado a ter inimigos, mesmo que invisíveis, por que esse o causou tanto incomodo? Ele realmente chorou por conta de Doyoung, não podia mais colocar a culpa em seu próprio signo astrológico.
Lembrou-se então de uma conversa que teve com Taeil, naquele final de semana em que ele preferiu ficar longe de Doyoung e correu para os amigos, contou tudo ao amigo, tudo o que o incomodava, tudo que havia presenciado naquela noite, e como resposta recebeu um olhar esperto e a pergunta que estava o enlouquecendo por completo:
"Taeyong, você está apaixonado por ele?"
A primeira reação foi uma gargalhada escandalosa e frenética, a segunda a negação e a terceira a dúvida.
Não, jamais.
Certamente já sentiu uma atração bizarra, mas Doyoung era bonito e fim, não podia ser nada além disso. Porém, era confuso, Taeyong sempre foi confuso, e todos comentários sobre eles serem um casal causava um borbulho doloroso em seu estômago por algum motivo desconhecido.
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Proposital
FanfictionDoyoung estava apenas à procura de alguém para dividir apartamento. Taeyong estava sendo obrigado a se mudar para a capital, para que dessa forma não causasse mais problemas. Mesmo sem serem perfeitos companheiros de apartamento, essa era a única o...