Capítulo trinta e quatro; O seu ponto fraco sou eu

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SOPHIE MÜLLER 

 ― Eu tô odiando essa maquiagem! – Bia saiu estressada do banheiro e eu me apoiei no batente da porta do nosso quarto.

― Bia, eu já falei mil vezes... – revirei os olhos. ― Você tá linda.

― Sophie, você tá acostumada com esse tipo de evento, mas eu não. Na verdade, eu nem sei porque fui convidada! – a morena estava desesperada e eu tive que me conter para rir.

― Beatriz, relaxa. – me aproximei dela para ajeitar a alça do seu vestido. ― Você não vai conhecer a rainha da Inglaterra, só vai conhecer a minha mãe. – conseguir tirar uma risada sua, mesmo que fosse pequena.

― Desculpa por isso. – passou as mãos no seu cabelo que estava preso num coque. ― Acho que estou nervosa porque é um lugar bem diferente do que estou acostumada a ir e é com a sua mãe.

― E ela ser a anfitriã muda em que? – ri. ― Bia, a minha mãe não é o meu pai. Eu confio nela e ela é muito legal. Aliás, ela é brasileira e gosta de gente como você e o Bernardo, só relaxa e não força nada.

― É sério? – a mais velha mordeu os lábios de forma apreensiva e eu assenti com a cabeça sorrindo. ― Bom, acho que estou menos nervosa agora. Vou passar o batom e passar a roupa do Gabriel antes que ele chegue em casa. – disse após respirar fundo e voltou ao banheiro.

Fui até o meu quarto, peguei meu perfume que estava em cima da penteadeira e fiquei de frente ao enorme espelho que ficava na porta do guarda-roupa. Passei um pouco do perfume em meus pulsos e atrás das minhas orelhas. O vestido que eu usava era um dourado brilhante longo que tinha uma abertura na minha perna esquerda.

Eu ainda não acreditava que apresentaria meus colegas de apartamento para a minha mãe. Depois do horrível jantar que tive com meus pais e Erick, minha mãe resolveu me visitar no apartamento de Erick e descobriu que eu não morava mais com ele. Diferente do que eu pensava, minha mãe não brigou comigo quando descobriu, e sim ficou chateada por eu não ter contado a verdade para ela.

Foi difícil contar tudo desde o começo, mas o abraço apertado no final da conversa fez tudo valer a pena. Minha mãe se desculpou diversas vezes por ter deixado eu passar pelo que passei esse tempo todo, por não ter perguntado o que eu achava da ideia de estar prometida para um cara desde criança e o que eu realmente queria para a minha vida. A partir de então, ela prometeu nunca mais se meter na minha vida e me acobertaria para o meu pai.

― Chegamos! – escutei o barulho do molho de chaves ser jogado em cima da bancada da cozinha e vi Gabriel correr em direção ao quarto de Bernardo para mostrar a Bia seu novo corte de cabelo.

Saí do quarto e fui até a sala, onde vi Bernardo ajeitando a camisa social que usava dentro de sua calça. Desde que paramos de ficar, nunca tivemos a oportunidade de conversar a sós. Bernardo ficava mais tempo trancado no quarto com Bia do que quando ficava comigo, mas eu prefiro achar que é só pelo fato do Gabriel também dormir no quarto com eles e querer ficar assistindo tevê no ar-condicionado.

Não brigávamos mais, sempre conversávamos quando os três se reuniam e até saíamos juntos com o Gabriel, mas o assunto sobre já termos ficado não era comentado. Bia e Bernardo também tinham suas brigas, que eu preferia não me meter. Em um mês, eles já tinham brigado ao ponto de Bia dormir novamente no nosso quarto mais do que ela estava dormindo no outro quarto e de não ter feito de propósito comida contando com Bernardo, fazendo com que ele tivesse que pedir comida.

― Sophie? – Bernardo se assustou ao perceber minha presença. ― Nossa, você está... Muito linda. – senti meu rosto queimar de vergonha na hora e eu apenas sorri sem graça.

Até o Fim (LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora