Capítulo dois; Tudo que eu mais quero é ter você perto de mim

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 — O que houve? Aconteceu algo? – Diego pareceu preocupado enquanto fechava a porta do quarto.

— Não... Na verdade, sim. – fechei os olhos. — Mas não é algo tão importante assim. Quer dizer, depende do ponto de vista. – ri sem graça.

— Rebecca... Do que 'cê tá falando? – o moreno riu confuso enquanto colocava sua pasta em cima da cadeira da minha penteadeira.

— Diego... O que você vê em mim? – naquela hora, vi o garoto engolir em seco e arregalar os olhos.

— Bom... – desviou seu olhar do meu e passou a mão sobre sua nuca. — Eu não sei. Você é simpática, legal, bonita... Eu admiro bastante a mulher que você se tornou durante esses quatro anos, você amadureceu bastante e, a cada dia, fica mais bonita ainda. – abriu um sorriso tímido e eu sorri sem graça.

— E por que você não tentou ficar comigo logo? Ou apenas desistiu? Eu não sou burra e sei que não é justo o jeito que te coloco na friendzone. – olhei para baixo e o escutei rir.

— Becca, por favor né. Gostar de alguém é muito mais que querer que o sentimento seja recíproco. É querer estar ao lado dela independente de qualquer coisa e, pra mim, não importa se somos apenas amigos. Estar ao seu lado é o que mais importa pra mim. Eu te amo e só a sua amizade importa, porque não quero te perder. – Diego se aproximou de mim e fez acariciou meu rosto.

— Eu também... Gosto muito de você Diego. – o abracei fortemente e fechei os olhos, sentindo suas mãos fazerem cafuné em minha cabeça.

— Eu não vou forçar nada. Será como tem sido durante esses três anos, um dia de cada vez. Certo? – olhou para mim e sorriu logo beijando minha testa.

Diego era tão compreensivo, tão fofo, respeitoso e educado. Eu agradecia imensamente por ele estar ao meu lado desde que as coisas desandaram; ele foi um amigo muito importante nesse tempo.

Diego estava sentado na mesa fazendo seu projeto do trabalho enquanto Julia e eu estávamos com Davi assistindo ao Mundo Bita quando Thiago abriu a porta sem ao menos tocar a campainha

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Diego estava sentado na mesa fazendo seu projeto do trabalho enquanto Julia e eu estávamos com Davi assistindo ao Mundo Bita quando Thiago abriu a porta sem ao menos tocar a campainha.

— E aí pessoal! – o loiro chamou nossa atenção e Davi deu um pulo do sofá.

— Papai! – o pequeno correu em sua direção e pulou em seus braços fazendo com que Thiago o pegasse no colo e o enchesse de beijos durante o abraço.

— O garoto, sabe tocar a campainha não? – Julia perguntou enquanto se levantava.

— Julia, por favor né. – o loiro riu. — Vocês nunca trancam essa porta, qualquer um pode entrar a hora que quiser. Nunca vi não ter medo de bandido.

— Meu amor, não se esqueça que... – a garota pegou Davi no colo e tapou seus ouvidos. — Eu namoro um. – deu uma piscadela, o que nos fez rir.

— Vem cá, onde está a Marina? – perguntei olhando para Davi que corria pela casa animado pela chegada do pai.

— Ah, ela foi indo pra casa. Disse que tinha que levar o cachorro ainda pra passear, então ia na frente.

— E você deixou ela ir sozinha, seu doido? – Julia o repreendeu com o olhar enquanto dava um tapa em seu braço esquerdo.

— Claro que não. Sabe que eu não confio em deixar a Marina pegar Uber sozinha...

— Não confia nela? – Diego se meteu na conversa, olhando para Thiago.

— Não. Não confio nos motoristas. – o mais velho cruzou os braços. — Na Marina eu confio de olhos fechados. – olhou para Diego que apenas sorriu, voltando seu olhar para o computador.

— Então ela foi com quem? – perguntei enquanto pegava Davi, assim que ele se aproximou de mim, para o colocar sentado em meu colo.

— Com a minha mãe. – olhou para nós que tínhamos uma expressão confusa no rosto.

Como assim a mãe de Thiago estava aqui no Rio? Que eu saiba ela morava em Vila Velha, no Espírito Santo.

— Eu não devia contar isso então... Quando a Marina contar finjam surpresa, por favor. – olhou seriamente para Julia que apenas deu de ombros. — Estamos pensando em nos mudar, por isso andamos saindo quase todo fim de semana. O Sally está ficando bem grandinho já e achamos que nossa casa está muito pequena pra ele e seria uma boa morar em uma mais espaçosa e boa para o Davi e o Sally.

— Tia Rebecca, o Sally tá muito grandão. Desse tamanho aqui ó. – Davi esticou o máximo que podia seus braços e eu ri.

Sally era um malamute do Alasca que Thiago e Marina haviam adotado quando viajaram de férias para o Canadá antes mesmo de Davi nascer. O nome Sally foi dado pelo Thiago, claro, em homenagem ao personagem principal do seu jogo favorito: Sally Face.

— Eu estou surpresa com essa ideia de mudança. Já foi difícil a Marina se mudar pra uma vila quando o Davi nasceu, logo ela que sempre preferiu morar em apartamento por causa da "segurança", agora ela quer se mudar pra outra casa de vila só que maior? – Julia riu, aproximando-se de Diego para pegar seu celular que estava ali em cima da mesa.

— E em qual vila vocês vão morar? – perguntei enquanto fazia cafuné na cabeça de Davi, que brincava com o controle enquanto mudava de canal.

— Estamos em dúvida de duas. Uma vila na Tijuca mesmo, ou... Um condomínio de casas lá na Barra da Tijuca. – encarei Julia que também olhou para mim, tão chocada quanto eu. Não era possível que Marina e Thiago estivessem planejando morar tão longe assim de nós.

— Vocês não podem ir pra Barra! É muito longe! – levantei-me num pulo, ainda segurando Davi.

— A Rebecca tá certa Thiago. Nós todos vemos o Davi crescer e não vamos conseguir ficar tão longe assim dele. Caso não tenha se ligado, não é todo dia que poderemos ir até a Barra visitar vocês. – Julia se exaltou

— Calma aí meninas. – o loiro riu. — Eu disse que estamos vendo ainda, isso não quer dizer que vamos nos mudar para lá.

— Você não vai tirar o pequeno de nós! – fiz bico enquanto fingia proteger Davi, que ria enquanto colocava sua cabeça em meu ombro direito.

— Eu não vou, relaxem. – Thiago se aproximou para pegar Davi. — Estamos pesquisando os preços e, apesar do conforto, lá é bem mais caro. – fez uma careta enquanto Julia entregava a mochila do pequeno que já estava em seu colo.

— Aí Thiago, me espera. Eu já vou também. – Diego chamou a atenção do mais velho que já ia em direção a porta.

— Te espero na porta. Tchau meninas. – Thiago acenou com a destra para nós e esperou Thiago ao lado da porta.

O moreno terminou de guardar seu notebook em sua pasta e se aproximou de mim para se despedir.

— Amanhã depois do trabalho podemos jantar ou ir ao cinema. O que acha? – sorriu.

— Seria uma boa. – concordei sorrindo timidamente.

— Então... Até amanhã. – Diego abriu os braços para me abraçar, mas ficamos sem jeito na hora de nos despedir. Acabou que nos despedimos com um selinho e, sem graça, ele se despediu de Julia logo indo até a porta, onde Thiago já o esperava do lado de fora.

— Papai, quando eu chegar em casa, posso brincar com o Sally? – foi a última coisa que pudemos escutar de Davi antes que Thiago fechasse a porta.

Um silêncio se formou no local, porém Julia logo o quebrou com um grito estridente, o que me assustou.

— Eu tô muito louca ou acabei de ver você e o Diego dando um selinho? – perguntou eufórica.

— Eu acho que sim... – olhei para baixo e sorri timidamente.

— Aaah! Minha bebê finalmente está seguindo em frente! – me puxou para um abraço apertado. — Eu estou muito orgulhosa de você, sério. – suspirei profundamente durante o abraço e desfiz o sorriso. Eu só espero fazer as escolhas certas dessa vez.

Até o Fim (LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora