Capítulo dezesseis; Te desejo tudo de bom, que o melhor tu já perdeu

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JOÃO PEDRO CARVALHO

Após Thiago ter me ajudado a pegar os engradados que haviam deixado na porta da casa de Miguel, resolvi ficar um pouco no lado de fora fumando meu cigarro enquanto mexia no celular. Depois que terminei com Julia, semanas depois, eu baixei o Tinder. Mas eu não baixei para ficar com garotas, — até porque, modéstia parte, eu poderia ficar com quem eu quisesse a hora que eu quisesse — eu baixei por puro tédio mesmo e até que encontrei muitas meninas legais, porém... Nenhuma interessante. Todas eram bonitas, engraçadas, bom papo... Mas algo faltava nelas. Nenhuma era o meu tipo ideal.

— O que faz aqui fora? Achei que estaria se divertindo lá dentro com os seus amigos. – olhei para minha frente e sorri ao ver a loira que estava parada ali.

— Lisa? – ri meio confuso. — O que faz aqui por cima? – beijei sua bochecha ao abraçá-la.

— O Caio me chamou pra ficar um pouco na casa dele, já que ele não veio pra festa do Miguel. – Elisa olhou para mim com um enorme sorriso no rosto. — Ele... Vai embora do morro daqui há uma semana. Preciso me despedir.

— Se despedir é? – cruzei os braços e sorri, a fazendo ficar vermelha.

— Não é isso que você está pensando. – riu batendo em meu braço e eu ri. — Eu não vou ter tempo de falar com ele semana que vem, por isso vou ficar um pouco lá e depois voltar pra casa. Você sabe que nunca rolou nada entre o Caio e eu.

— Eu sei, mas acho que deveria. – a encarei de cima em baixo e ela sorriu negando com a cabeça. — Lisa, você nunca namorou e eu nunca te vi ficando com alguém. Não acha que já tá na hora?

— Pedro... – a loira riu. — O Caio não é a pessoa certa pra mim. Eu quero sim namorar, sentir o mesmo que vocês sentem, mas com a pessoa certa.

— Você nunca vai saber se a pessoa é certa ou não se não tentar. – estiquei minha mão para que ela a segurasse e assim ela fez.

— Eu sei, mas prefiro não me arriscar. – começou a balançar nossas mãos. — Desculpa dizer isso, mas... Eu tenho um pequeno trauma vendo o seu relacionamento com a Julia. Não quero viver de brigas.

— Elisa, eu sei que a Julia e eu brigamos muito, só que nenhum relacionamento é igual. Tu sabe que com minhas outras ex-namoradas era diferente. – limpei a garganta. — E outra, nosso término foi feio, mas eu não posso fingir que não tivemos momentos bons. A Julia foi a melhor namorada que tive, independente de qualquer coisa.

— Então por que vocês terminaram? – olhou fixamente em meus olhos.

— Bom... As vezes é necessário um término para ter se ter certeza do que sente.

— Para ter uma volta? – ri negando com a cabeça.

— Não. Não tem mais volta. – umedeci meus lábios com a ponta da língua e sorri de canto, ainda olhando para Elisa, o que a fez rir.

— Para de fazer isso. – soltou minha mão para dar um tapa em meu peito e eu ri colocando minha mão sobre o local do tapa.

— Fazer o que? – estiquei minha mão para que ela segurasse novamente, porém ela cruzou os braços.

— Você sabe o que está fazendo. – sorriu envergonhada. — Está agindo do mesmo jeito que age quando quer ficar com alguém. Pedro, eu sei que você está bêbado e talvez nem se lembre disso, mas eu não quero ficar com você.

— Que? Não, eu não quero ficar com você. Nos conhecemos há tanto tempo que eu achei que podia te tratar dessa forma. – fiquei sério. — Eu achei que você não pensaria que estou te tratando assim com outras intenções.

Até o Fim (LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora