Capítulo vinte e oito; Se a gente não tá junto, linda, tudo bem

91 11 39
                                    

NATHALY LORENZO

Depois do churrasco na casa da Marina, uma nova semana começou, porém ela rapidamente acabou e um novo final de semana deu início. Era um sábado à noite, quase onze horas, e eu terminava de fazer minha maquiagem.

Finalizei minha make com a bruma fixadora e me levantei, não demorando a sair do meu quarto. Entrei no antigo quarto de Miguel – que eu havia feito de closet – e cacei o meu Vans preto que eu usava em qualquer ocasião. Olhei meu reflexo no espelho que havia ao lado direito da porta. Usava um body rosé com um enorme decote em "v" junto com a minha saia curta branca que era justa ao meu corpo; meu cabelo estava solto, batendo em minha bunda e eu havia caprichado no iluminador e no meu batom vermelho. Saí do quarto e desci, encontrando a minha mãe sentada no sofá assistindo a um filme antigo que passava no SBT.

— Achei que a senhora já estivesse dormindo. – ri fraco caçando minha chave no rack.

— Tô sem sono. – deu de ombros sem tirar os olhos da tevê. — Onde vai arrumada assim uma hora dessas? – me encarou de cima para baixo e eu ri.

Minha mãe nunca foi o tipo de mãe que perguntava onde eu e o meu irmão íamos. Nunca se importou com a hora que chegávamos, nem a hora que saíamos, ou quem quem estávamos. Eu não diria que era falta de cuidado, ou algo do tipo, – até porque ela sempre foi muito presente, assim como o meu pai, apesar dos apesares – eu diria que ela apenas sempre confiou bastante em nós dois.

Era tão raro as vezes que ela perguntava para onde eu estava indo ou se incomodava com a hora que eu saia de casa, que eu até achava estranho. Ela começou a agir mais assim depois que o Miguel se mudou e eu acho que ela se deu conta de que agora éramos apenas nós duas – mesmo que o seu filho mais velho morasse um pouco mais acima – e que eu já havia crescido e em breve também seria a minha vez de ir embora.

— Vou dar uma chegada no baile. O Miguel tá lá.

— Só o Miguel? E os meninos? – olhei para ela antes de ir até a porta e ri fraco.

— Eu não sei, mãe, eu não nasci grudada com eles. – dei de ombros. — O Matheus deve estar, já o Jp eu não faço ideia. Ultimamente ele só faz os serviços dele e depois vai pra casa. – destranquei a porta.

— Falando no Matheus... Como andam as coisas entre vocês dois? – a encarei e vi que ela também olhava pra mim.

— Estamos indo. – sorri minimamente sem mostrar os dentes. — Finalmente ele arrumou uma kitnet pra morar aqui no morro e voltou a fazer a obra da cobertura com a ajuda do Jp, Miguel e alguns meninos da boca.

— Eu realmente não entendo o porquê terminaram se continuam se vendo. – esticou as pernas no sofá e eu revirei os olhos.

— Mãe, nós não terminamos, só demos um tempo. – abri a porta. — Eu preciso ir, o Miguel está me esperando. Não me espere acordada.

— Sabe muito bem que eu não espero. – riu e eu fiz o mesmo enquanto fechava a porta.

 – riu e eu fiz o mesmo enquanto fechava a porta

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Até o Fim (LIVRO 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora