Capítulo 1

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23 de novembro de 2017 - Quinta.
Manhattan - Nova York.
Olivia on.

Um dos maiores prazeres da vida é acordar tarde no meio da semana, sem ter nenhum compromisso simplesmente porque é feriado e eu não pude desperdiçar essa dádiva. Aproveitei e dormi tudo que eu precisava e acabei acordando quase na hora do almoço.
O cheiro do peru era tão forte e bom que eu conseguia senti-lo do meu quarto, como eu amo Dia de Ação de Graças!

Sem perder o costume do feriado, fui a última a acordar, meu pai já assistia seu programa favorito na tv e o cheiro das comidas divinas de minha mãe perfumavam a casa.

Olívia: Bom dia - eu disse ao descer da escada e passei a mão nos cabelos grisalhos de meu pai, tirando toda a sua concentração da corrida de cavalos
Charles: Bom dia minha filha - disse com um sorriso largo que marcava suas rugas ao lado dos olhos.

Seguindo o cheiro atraente fui até a cozinha, encontrando minha mãe usando seu avental cor de rosa, sorridente e dançarina enquanto fazia o que ela mais gostava, cozinhar.

Olívia: Bom dia mãe - disse ao entrar na cozinha e chamar a atenção dela
Linda: Bom dia meu amor, o almoço já está quase pronto - sua voz aveludada me transmitia a paz e calmaria que eu necessitava toda manhã
Olívia: precisa de ajuda? - perguntei já me aproximando e verificando se faltava alguma mão mas como sempre, Sra. Campbell administrava muito bem seus quitutes.
Linda: aqui está tudo sobre controle - disse acertando o sal da salada - pode colocar a mesa pra mim minha filha? - eu apenas concordei e já segui para a tarefa que ela me pediu.

Coloquei a mesa e antes mesmo de voltar para a cozinha minha mãe passou por mim como um jato segurando uma panela quente e colocando-a sobre a mesa, a mesma não tardou em tirar seu avental e nos chamar para comer.
Apesar de não ter tanta fé como meus pais, respeito e dou a mão para eles enquanto rezam e assim eu fiz, segurei firme as mãos dos meus pais e de olhos fechados apenas agradeci por eles e pela vida que tenho ao lado deles.
Almoçamos, conversamos e rimos muito como sempre e antes mesmo de sairmos da mesa a campainha toca, eu já sabia quem era, todos nós sabíamos e por isso eu corri para atender.

Olívia: oi amiga - eu disse sorrindo ao abrir a porta e encontrar Megan.

O sorriso dela era dolorido, qualquer outra pessoa não perceberia mas eu sim. Megan é uma das pessoas mais alegres que eu conheço mas desde que seu pai se foi, seu sorriso apesar de ainda ser enorme não era mais o mesmo e em datas como hoje, era menor ainda.
Ela me deu um abraço rápido porém apertado, antes de adentrar em minha casa e fazer o mesmo com meus pais.

Linda: já almoçou minha linda? - perguntou passando a mão pelos cabelos claros de Megan
Megan: já sim tia, obrigada - respondeu sorrindo e abraçando a mesma de lado

  Ajudei a minha mãe a recolher tudo e logo Megan e eu subimos para o meu quarto. Em datas comemorativas a saudade aperta mais ainda o peito de Megan e por isso ela costuma me procurar.

Olívia: como está a sua mãe? - perguntei enquanto escolhia algo para colocar na tv
Megan: o mesmo de sempre - respondeu ao meu lado da cama porém com os pés no travesseiro do meu lado e rolando a tela do celular no fim da cama.

  E com aquela resposta eu percebi que dessa vez, ela queria só a minha companhia.
  Já faz 3 anos que o pai de Megan, um dos melhores cirurgiões neurologista de Nova York, morreu em um acidente de avião enquanto viajava para fazer uma  cirurgia em Washington. Desde então vive apenas ela e sua mãe, que também é médica porém é dermatologista.

Olivia Stark Onde histórias criam vida. Descubra agora