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Audrey Thompson

Dou mais uma grande mordida no waffles coberto de chocolate e saboreio como se fosse a primeira.
Hoje eu acordei tarde, me arrumei e agora estou esperando meu irmão descer pra gente ir pra pista. O relógio marca onze horas e três minutos, quase a hora do almoço, você deve pensar, mas, aqui em casa, domingo o almoço sai apenas depois das uma da tarde, isso é lei.

Como se ele tivesse lido meus pensamentos, aparece na cozinha pronto para sairmos.

- vai comer alguma coisa? – pergunto e ele faz uma expressão óbvia, reviro os olhos

Termino de comer e subo as escadas correndo, chegando ao banheiro e escovando os dentes, e também aproveitando para me ver no espelho, confirmo se está tudo certo, então desço as escadas -novamente correndo- e paro em frente meu irmão que termina de enfiar uns biscoitos na boca, fecha o pote e levanta indo lá para cima correndo.

Conto três minutos e ele está aqui denovo. Escrevo num post-it e colo na geladeira, como bilhete, já que meus pais não estão em casa. Saímos de casa com os skates em mãos, conversamos e Joe me conta de uma menina que ele quer ficar, eu sou obrigada a ouvir e até comentar sobre. Palhaçada.

- hey – faço um toque de mãos com Jay que sorri mais que o normal

- cê tá alegre de mais – Joe diz em um tom desconfiar, também comprimentando o cara

- ganhei uma combi – ele revela e eu sorrio empolgada junto com ele

- caraca, mentira – joe diz também animado

- eu nem tô acreditando mano – ele diz – meu tio chegou lá em casa, e disse que tinha um cara que iria abandonar a combi, então ele pegou, só deu uma concertada em algumas coisas e pronto. ele me deu – conta com brilho nos olhos

Um dos sonhos de Jay desde que se entende por gente, é ter uma combi, e bom, esse automóvel é a cara dele. Ele falou disso a vida inteira, então ver que ele conseguiu é muito legal.

- parabéns! – digo abraçando ele que me levanta no ar

- valeu – fala me colocando no chão

- e aí, você vai querer pintar e deixar no estilo, né – joe diz encostando na parede da rampa

- sim, vou precisar da ajuda de vocês – ele diz sorridente

- conte comigo – falo e subo no skate, começando a remar

Viro o boné que estou usando para trás e deixa o vento bater em meu rosto, eu já disse que amo essa sensação?

Pois é, eu amo.

Tento uma manobra no corrimão e por um milagre, acerto de primeira, ouvindo os gritos de quem está na pista. Eu gosto quando apreciam meu talento na pista.
Faço a curva e subo na rampa, parando em cima. Sento um pouco para trás, não quero atrapalhar a manobra de quem subir. Eu gosto daqui.
Acho que nunca disse agora vocês como é essa pista, né?
Bom, a pista é ao lado de uma quadra de basquete, ela é colorida, é coberta por grafites feito por brasileiros. A pista é linda, ela é reformada de dois em dois anos. Aqui é um lugar que não tem negatividade, sabe? Quanto entra alguém com energia pesada a gente ja da um jeito de botar pra correr. Aqui é um ponto de paz, eu adoro esse lugar.

- que brisa – acordo pra vida quanto escuto a voz

Levanto a cabeça e encontro Oliver, sentando.

- tava pensando – digo com tédio, ele atrapalhou meu momento

- muita maconha na cabeça – ele fala e eu olho feio

Thompson Onde histórias criam vida. Descubra agora