Special Chapter (5/7)

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Sunoo

Voltando de uma viagem em família, Sunoo brincava com sua irmã de seis anos no banco de trás do carro. Ambos davam altas risadas.

-- Sunhee, cuidado pra não se machucar. - Sunoo diz, a segurando firme, antes que ela caia do banco. - Coloca o cinto, se não... - faz uma demonstração em forma de brincadeira, a fazendo rir.

-- Tá bom, oppa. - a mais nova o obedeceu.

-- Crianças - seu pai começa. - Já estamos chegando em casa.

-- Só precisamos passar por aqui - a mãe deles diz. - Logo vocês vão reconhecer o caminho.

-- Mãe, pai - Sunoo começou. - Quando a gente chegar, eu posso levar a Sunhee pra tomar um sorvete?

-- Claro que pode, mas só depois que desfazerem as malas.

A viagem estava ficando entediante, tanto que Sunhee dormiu no colo do irmão, que logo dormiu também. Quando Sunoo acordou, ouviu uma sirene, barulhos estranhos, e ficou com medo. Percebeu o que havia acontecido, logo seu rosto já estava molhado de lágrimas, pois o carro havia capotado, e todos ali estavam feridos.

-- Oppa - Sunhee o chamou, chorando. - Acorda, por favor.

-- Sunhee.. - ele conseguiu sair dali, logo indo ajudar a mais nova a sair dali. Assim que conseguiu, a abraçou forte. - Você tá bem?

-- Minha cabeça tá doendo. - disse ainda firme no abraço. - Mas a mamãe e o papai não acordaram ainda. Eles vão acordar, não vão?

Após o resgate, Sunoo e Sunhee foram levados ao hospital com extrema urgência, pois haviam se ferido gravemente. Logo foi anunciado a notícia do falecimento de seus pais, o que entristeceu mais ainda a pequena.

-- Orfanato? - Sunoo arregalou os olhos.

-- Você e sua irmã são menores de idade, não tem nenhum parente que possa tomar conta de vocês, o jeito é esse. - a mulher fala.

-- Bom, tudo bem, desde que eu não me separe dela. - disse olhando a pequena dormindo em sua cama.

-- Infelizmente, serão orfanatos diferentes. A pequena Sunhee precisa de boas adaptações, e não se encaixa no orfanato em que você vai, onde há adolescentes e tudo mais. Você já é grandinho, sabe lidar com pessoas assim.

-- Mas, eu sou a única família dela agora, não podemos nos separar. - se levantou do sofá. - Não posso aceitar isso.

-- Não é questão de querer. - se levantou também. - Amanhã de manhã alguém vem buscar a Sunhee, portanto, já arrumem suas coisas, deixem tudo pronto.

Sunoo, obviamente, ficou arrasado ao saber que teria de deixar a irmã, conviver longe dela seria muito difícil para ambos.

-- Eu não vou deixar que separem a gente. - disse decidido, a olhando dormir, enquanto uma lágrima já havia escorrido pelo seu rosto.

Chegando o dia seguinte, acordaram com alguém batendo na porta. Sunoo, mesmo ainda não ter acordado direito ainda, foi até a porta ver quem era, e entrou um homem.

-- Quem é você? - perguntou preocupado.

-- Eu sou do orfanato, vim aqui pra buscar a Kim Sunhee. Onde ela está?

-- Oppa - a pequena já havia acordado, estava sentada em sua cama, coçando os olhos. - Quem é esse moço?

-- Por favor, não leva ela de mim. - Sunoo foi até a pequena, a abraçando forte. - Eu sou a única família dela.

-- O que tá acontecendo? - a mais nova se assustou.

-- Por favor, seja compreensível, será melhor aos dois. Pense no futuro dela. - o homem insistiu em levar a menina.

-- Sunoo! - ela começou a chorar, percebendo que está se afastando do irmão. - Não me abandona.

Em desespero, pegou qualquer objeto.

-- Solta minha irmã agora. - Sunoo apontou a faca para o homem, se aproximando devagar. - Solta ela, e vai embora.

-- Se acalme, você está nervoso. - o mais alto se apavorou um pouco. - Solte essa faca e respire.

-- Eu vou repetir: solta a Sunhee, e vai embora! - aumentou o tom de voz.

-- Oppa. - a menina estava chorando. - Para com isso, por favor.

O olhar de medo da garota fez com que Sunoo abaixasse a faca, e quase a largou, mas o homem percebeu que o moreno abaixou a guarda e estava saindo. Algo despertou dentro de Sunoo, algo negativo, o que fez o mesmo avançar no mais alto, cravando a faca em seu peito, logo caiu no chão já morto. A menina estava de olhos arregalados, encarando nada bem a situação.

-- Sunhee... - largou a faca, caindo em si, percebendo o que acabara de fazer. - Eu.. - tentou se aproximar.

-- Não.. - ela estava apavorada. - O meu irmão nunca faria isso. - ela chorava. - Você não é meu irmão! - gritou.

-- Mas.. maninha, ele queria te levar embora, te afastar de mim, eu precisava fazer alguma coisa. - tentou outra vez.

-- Fica longe de mim! - saiu correndo até a porta.

O arrependimento logo veio, e as lágrimas também, mas já era tarde.

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