Capítulo XXVII: A Dama-da-Noite, Parte I

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P.O.V do Narrador

Era noite quando o grupo 'feliz' parou, montando o seu acampamento em um local mais seguro do que em volta das estátuas de Bert, Tom e William.

"Por que você me socou?", perguntou Deneb, se sentando ao lado de Lívia.

Os dois estavam em um tronco de árvore.

A ruiva apenas riu e ela então replicou:
"Você merece mais do que um lábio cortado... E eu não me arrependo nem um pouco do que eu fiz a você."

"Eu não esperava por uma agressão vinda de uma rainha élfica.", confessou o castanho acobreado, intimidado. "Você é a elfa mais selvagem que eu conheço."

"Selvagem?", repetiu a elfa, calmamente. "Eu nem sempre fui isso."

"Selvagem ou elfa?", perguntou o bruxo, confuso, mas bem humorado.

"Os dois.", respondeu a feiticeira, dando de ombros. "Você nem conhece Davi, mas você o escolheu. Ele é como Jonathan, Davi precisa de ajuda, pois, sozinho, ele morre na praia."

"Bem, eu sou imortal, eu não sou um gênio.", sorriu Deneb, debochado. "Mas, de qualquer modo, você entende as coisas melhor do que ninguém, você vai ajudar Da..."

"O chame de magrelo, ele odeia esse apelido.", o interrompeu Lívia, olhando de esguelha para o castanho acobreado. "Eu vou ajudar Davi porque eu me preocupo com a minha família. Você e os seus erros não me importam."

"Egoísta...", sussurrou o bruxo, entre dentes.

"Não me chame assim, Deneb, pois eu não sou isso!", rosnou a ruiva, sacando a adaga assassina de inimigos e fazendo o referido engolir em seco. "Até a Rainha da Terra sabe que eu não sou egoísta. Tudo o que eu fiz desde que eu cheguei aqui foi por falta de egoísmo, pois se eu me importasse apenas comigo mesma..."

Se detendo, a elfa desviou o olhar do do outro, recolhendo a arma dourada em sua bainha na cintura enquanto Deneb se enchia de perguntas.

"Muitos estariam mortos.", disse ele, incomodado consigo mesmo. "Me desculpe, eu não queria insultá-la, nem julgá-la. Você vale bem mais do que eu ou Yavanna não a abençoaria."

"Que bom que o senhor reconhece isso, muitos passam uma vida inteira amarrados ao próprio ego enquanto poucos preferem a modéstia.", comentou a feiticeira, tranquila.

"E você é uma dessas pessoas que preferem a modéstia ao ego.", sorriu o castanho acobreado. "Admirável."

"Nós precisamos de algo que eu acredito que está nas mãos de Bombadil.", pigarreou Lívia, mudando de assunto.

"O velho Tom?", perguntou o bruxo, admirado. "Ah, droga! Eu deixei algo nas mãos do homem? Eu não acredito nisso!"

"Talvez.", respondeu a outra, suspirando. "As frases no livro vão da Floresta Velha para o jardim de Bolsão."

"Se é assim, espere por horas de cantoria sem sentido, falatórios incoerentes e informações confusas até que Tom decida nos devolver o que quer que seja que eu dei a ele anos atrás.", se lamentou Deneb.

"Bem, se você implorasse por ajuda à pessoa certa...", riu a ruiva, se levantando.

"Espere um segundo, Gryffindor!", exclamou o castanho acobreado, de repente, com o rosto iluminado pela luz da lua.

"Lívia, Sr. Black.", o corrigiu a referida, divertida.

"Lívia... Hum... Esse é um nome digno de uma rainha.", disse o bruxo, pomposo.

"Me poupe, seu bajulador de quinta.", retrucou a elfa, convencida.

"Não finja que você não me ama, elfa.", rebateu o outro, sorrindo abertamente. "Ok... Eu sei como nós vamos chegar até Bolsão."

A Rainha e a PlebeiaOnde histórias criam vida. Descubra agora