- ⚡️ 𝟎𝟎𝟓.

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Não vou mentir em dizer que não tentei despistar o Xavier algumas vezes

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Não vou mentir em dizer que não tentei despistar o Xavier algumas vezes. Eu precisava investigar sobre o que vim fazer em Nevermore. Já fazia dias e eu ainda não consegui nada. Pensei comigo mesma que esse festival seria perfeito: todos estariam aqui por causa da presença obrigatória e a maioria estaria se divertindo demais para prestar atenção em alguma coisa.

Mas claro que fui idiota demais para apostar com alguém que claramente iria me vencer no esgrima. Às vezes, meu ego grita muito mais alto do que qualquer bom senso que eu tenha.

Eu já havia desistido de despista-lo e no momento estávamos sentados em um dos bancos do local.

— Certeza que não quer fazer nada? — pergunta pela terceira vez em menos de dez minutos. Bufo com esse reconhecimento.

Eu não o achava entediante. Até apreciava sua companhia. Mas como dito, há dias eu estava nessa cidade e não progredi em nada no que realmente importa.

Como já falei, garotos são uma distração. Agora vejo estar certa – como sempre. Porém, como não posso fazer nada no momento e não quero ser uma vaca com ele, decido aproveitar. A noite em questão estava linda, ainda mais aqui. Iluminação incrível, barracas por todo lado e alguns brinquedos, como um parque.

— Vamos — me levanto decidida e ele faz o mesmo.

Só quando ele está completamente parado como uma estátua percebo o que estou fazendo. Eu estava segurando sua mão. Acho que foi por reflexo na hora de o chamar para se levantar.

Junto as sobrancelhas, sentindo algo estranho me corroer, por dentro e por fora. Um leve choque em nossas mãos, e por esse feito, a retiro na hora. Pensei ter sido os meus poderes e já estava pronta para me desculpar, mas estava errada. Não tinha sido. E eu não fazia ideia do que foi aquilo.

A sensação foi... estranha, mas boa.

— Então... — tento pensar em algo, mas nada me vem à mente. Pelos Deuses, que vergonha.

Ele desvia seu olhar para algum canto atrás de mim, prestando atenção em algo.

— Vamos ali — aponta e me viro, vendo uma roda gigante com várias luzes coloridas entre ela.

— Fala sério — dou uma risada amarga. — Isso é coisa de criança.

— Não é não — retruca. — Muitos casais vão lá.

Levanto as sobrancelhas. Ele quis dizer o que eu entendi? Acredito que não, pois na mesma hora que fala isso, arregala os olhos, como se entendesse o duplo sentido apenas agora. 

— Quer dizer — fala nervoso. — Eu não quis dizer que somos um casal, só que... que adolescentes e até mesmo adultos vão em rodas gigantes.

— Aham, sei. Foi isso sim que você quis dizer — debocho apenas para zoar com sua cara e começo a andar até o brinquedo.

𝐓𝐇𝐔𝐍𝐃𝐄𝐑 | Xavier Thorpe - HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora