Já eram quase duas da manhã e eu estava chegando à Cripta. Fiz o mínimo de barulho para não acordar as meninas e me troquei em outro lugar. Estava toda de preto. Camisa de manga longa, calça, bota e até mesmo um gorro preto.
Parecia mais que eu iria cometer um assalto ou um assassinato, mas tudo bem. Não podia cometer o erro de alguém me ver por aí.
Ainda precisávamos descobrir sobre onde estava esse Hyde, ainda mais depois da "busca" na floresta que não deu em nada. Depois de ter visto uma pessoa em um dos arbustos, Xavier me trouxe para o dormitório e fiquei esperando as meninas chegarem, só para ouvir um "não achamos nada".
Estava com uma dor de cabeça horrível, e sentia que algo tinha acabado de acontecer comigo, mas não me lembrava o quê. Só me recordo de ter saído da escola e depois de ter andado até a Cripta, mas eu estava sentindo que algo tinha acontecido. Eu não estava doida.
Já estava em frente a Cripta, mas não via ninguém. Suspiro, cansada. Estava morrendo de sono, o dia hoje não foi nada relaxante para mim.
Dou um passo para me aproximar da Cripta, mas paro ao escutar um barulho vindo do meu lado direito. Me viro rapidamente, mas não vejo ninguém. Cerro o cenho ao escutar outro som, dessa vez do meu lado esquerdo.
Faço o mesmo que antes, me virando, mas novamente sem sucesso. Não tinha ninguém.
— Não vai aparecer? — decido perguntar.
Não tenho nenhuma resposta, apenas um farfalhar nas plantas. Escuto um ruído e, como se fosse automático, começam a sair faíscas roxas das minhas mãos, pronta para qualquer coisa.
— É melhor sair logo — digo. — Me chamou aqui para nada?
— Não diria que para nada — uma voz fala por trás, me assustando.
— Wandinha? — falo sem crença, ao me virar e me deparar com ela e a Mãozinha em seu ombro esquerdo. — O que tá fazendo aqui?
— Com quem veio se encontrar? — pergunta ao cruzar os braços e me olhar desconfiada.
— Não acho que seja da sua conta — digo e relaxo minhas mãos, para que as correntes elétricas desvanecessem. — Por que me seguiu?
— Eu escrevi aquela carta, Elektra — responde.
— O quê? Mas por...
— Por que achei tudo muito estranho, primeiramente — interrompe. — O Hyde não te atacou. E o motivo é: ele só pode conhecer você.
— Hm? Eu não o conheço — exclamo.
— Por qual outro motivo ele não mataria você então?
— Não sei, por que você não pergunta a ele? — pergunto irônica.
— Se não o conhece, por que veio então? Quem você imaginava que tinha escrito essa carta, Elektra?
— Como eu vou saber? — indago, frustração aparecendo em minha voz. — Você escreveu a merda da carta. Estava escrito que ou eu vinha só, ou meus amigos morreriam. Não iria arriscar não vim. E como você me mandou a carta se estava dormindo na hora?
— A mãozinha fez esse trabalho por mim.
— Nossa, você é ridícula.
Ela abre a boca para falar, mas a fecha assim que escutamos um outro barulho. Dessa vez, a pessoa aparece em um piscar de olhos.
— Tyler — murmura Wandinha, quase que sem voz. Parecia... surpresa.
— Wandinha — diz em um sorriso. — Quanto tempo.
— Podia ser bem mais — responde, pelo visto já se recuperando da aparição repentina.
Ele me olha por um tempo, como se pensasse algo a respeito de mim, mas não fala nada e desvia o olhar novamente para Wandinha, que agora está ao meu lado.
— Assim você me magoa — fala num tom triste, porém certamente fingido.
— O que você quer? — pergunta.
— O que eu quero há muito tempo — diz e dá um passo para frente. — Que Nevermore deixe de existir, assim como todos que estão nela.
Enquanto ele fala, novamente correntes elétricas se acumulam em minhas mãos, já preparadas para caso algum ataque aconteça, e ele olha para elas.
— Lindas faíscas — comenta e um sentimento estranho me atinge.
É como um sentimento de déjà vu, mas eu não conseguia me lembrar de quê exatamente. Conseguia sentir que estava lá, mas era como se tivesse desaparecido da minha memória.
Deve ser o sono me pregando peças, penso.
— Não conseguiu nem com a Laurel — Wandinha quebra o silêncio. — Jura que vai conseguir sozinho?
— Ah, querida. Mas eu não estou só — sorri de lado e Wandinha me olha de canto. — Novamente desconfiando de todos, menos do verdadeiro culpado. Não aprendeu nada?
— Era você — digo de repente e ele me encara. — Hoje, mais cedo. No arbusto. Você estava me observando.
— Acertou.
— Por que?
Ele faz um movimento e eu levanto mais os meus braços, ficando um pouco mais afrente de Wandinha. Tyler me olha, então para.
— Não gaste sua energia — sussurra. — Não vai acontecer nada hoje.
— O que você está tramando? — interroga Wandinha.
— Isso... — diz enquanto dá alguns passos para trás, adentrando mais ao escuro. — Você logo irá descobrir.
comentem e votem <33
gente, eu acho que o wattpad não está entregando os capítulos (não aparece mais nas not que tem cap novo), então quem não me segue e quer saber quando sair capítulo novo, me segue porque vou estar postando no mural de avisos avisando a vocês assim
que eu postar.
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𝐓𝐇𝐔𝐍𝐃𝐄𝐑 | Xavier Thorpe - HIATUS
Fantasía𝐓𝐑𝐎𝐕𝐀̃𝐎 || "você nunca foi meu" Tempos depois que Wandinha salvou Nevermore, uma nova garota chega à escola dos excluídos. Elektra Saltman tem habilidades diferentes do que estão acostumados a ver, sendo elas eletrocinéticas ao gerar e manipu...