SEUNGMIN
point of viewTodas as luzes do hospital foram apagadas as 2:00 em ponto, ouvi uma batida na porta e deduzi ser Miyeon.
— Se formos agora, não vamos aparecer nas imagens da câmera. Se apresse, Minnie.
— Yeon, como vamos entrar sem chave?
— Eu já fiz muito isso, querido. Posso abrir a porta com apenas um grampo.
Seguimos juntos pelo corredor enquanto ela segurava uma lanterna, Betty deve estar dormindo a essa hora então ela não será um problema.
Quando chegamos lá, ela demorou um tempo até conseguir realmente abrir a porta e entramos em um consenso de que eu deveria entrar e a mesma vigiaria a porta. Segurei com força a lanterna entre as minhas mãos e andei até a mesa do escritório.
Abri as gavetas extremamente empoeiradas e puxei a ficha dos pacientes do início do ano até o meio dele. Cada pasta estava enumerada por ordem alfabética e não por cronológica, como eu achei que estaria.
Tentei ser rápido ao ligar o computador, algo me diz que eles guardam uma cópia de tudo em forma digitalizada e eu preciso me livrar de qualquer coisa que se remeta à nós. Espera... por que Jeongin é o papel de parede desse computador? Droga, preciso de uma senha.
— Miyeon! — chamei pela mais velha o mais baixo que pude. — Preciso da senha do computador, você sabe?
— Não! Não tem nada aí que pareça com uma senha?
— Não? Como assim?
— Betty uma vez me disse que a diretora costumava guardar tudo em sua sala, então a senha está por aí em algum lugar.
Comecei a vasculhar cada canto daquela sala assustadora. Afastei livros velhos e empoeirados na estante, olhei nas gavetas, no grande armário de papéis e em todos os outros lugares possíveis.
Um quadro em específico me chamou a atenção. Estava pendurado de frente para a mesa da tal diretora, é uma família. Um casal segura duas crianças, um menino e uma menina, enquanto um casal mais velho está atrás dos quatro. Família...? Jeongin...? Por que o rosto do homem que segura o menino não me parece estranho?
Miyeon correu para dentro da sala e fechou a porta atrás de si.
— Se esconda. Agora. Ouvi passos.
Observei a sala mais uma vez e empurrei a mais velha para debaixo da enorme mesa, entrei logo depois e ficamos ali. Miyeon desligou a lanterna e se mexeu, talvez para ficar mais confortável.
A porta foi aberta de forma bruta e passos raivosos preencheram o ambiente. Me assustei com o barulho alto que o ato fez e me encolhi mais ainda.
— Quando me disse que queria internar alguém no meu hospital, não imaginei que seria meu neto. — uma voz áspera praticamente gritou.
— Pai, o senhor precisa entender que foi necessário...
Levantei um pouco a cabeça para poder enxergar e me lembrei. É por isso o rosto daquele cara me parece familiar. Ele é o pai de Jeongin. Agora tudo faz sentido.
Betty sempre o tratou de forma diferente, é mais cuidadosa e restrita com quem permite se aproximar dele. Todos os funcionários parecem seguir uma política rígida de regras para lidar com Jeongin. Ele é o neto do dono.
— Junggil... eu te permiti comandar esse hospital depois que sua mãe pediu o divórcio e você só me afundou. Você me disse que descobriram nosso último hospital e tivemos que fechá-lo por conta de irregularidades com os documentos. — ditou raivoso. Me assustei quando seu tom de voz aumentou. — Sabe quanto dinheiro eu perdi com a sua incompetência?
— Pai, o senhor não me compreende, é que...
— Sem essa de pai, garoto. Te deixei responsável pelos meus netos e agora descubro que Seol-ah foi embora de casa e Jeongin está internado nesse lugar que agora é asqueroso? Sua inutilidade ainda me impressiona mesmo depois de anos tendo me mostrado ser incapaz de ser um homem decente.
— Jeongin é o meu filho e eu sei lidar com ele, pai. Mesmo que não te agrade, a melhor solução foi colocá-lo aqui para tirar essa ideia absurda da cabeça dele. — Miyeon apertou a minha mão contra a sua quando ouvimos um estalo forte. O homem bateu no pai de Yang.
Agradeço pelo mais novo não estar aqui agora, essa cena provavelmente ativaria um gatilho enorme nele.
— Não se atreva a me responder dessa forma novamente, Junggil. Eu posso ter te dado motivos para ser assim, mas não aceito que você transforme meus netos em pessoas piores do que nós somos. Passei esse hospital para o seu nome porque acreditei que você escolheria seguir um caminho diferente do meu ou do meu pai, acreditei que você seria uma pessoa diferente com a criação da sua mãe.
— O senhor acha que foi fácil para mim?
— Em momento algum falei que foi. Me afastei e não intervi na sua criação porque sempre soube que não seria capaz de ser um bom pai. Sua mãe e eu conversamos e a melhor decisão foi essa, para eu não ser um homem horrível como meu pai foi comigo. Como você teve coragem de fazer tudo isso?
— Eu precisava. Achei que o senhor se orgulharia de mim e...
— Você prende adolescentes aqui e os forçam a fazerem coisas inimagináveis, tão humilhantes que eu não sou nem capaz de imaginar como todos eles aguentam isso. Com uma proposta de falsa cura, você os dopa e os usa como experimento para saber se as drogas que produz têm eficácia. Você acha que eu me orgulharia disso tendo passado por tudo isso na mão do seu avô?
— Não era para você ter descoberto, quem te contou tudo isso? A Betty? Ela decidiu trair a minha confiança?
— Achou que conseguiria manter isso em segredo por quanto tempo, filho?
Miyeon e eu precisamos sair daqui.
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silent cry - seungmin + jeongin
FanficJeongin leva uma vida tranquila, até seu pai - extremamente - religioso descobrir sobre a sua sexualidade. Em um simples piscar de olhos, sua vida desmorona e tudo o que ele conhece como lar, passa a ser algo desconhecido para ele. Seu pai decide in...