02

1.3K 178 74
                                    

JEONGIN
point of view

Quando vi a minha casa desaparecer diante do meu campo de visão, eu percebi tudo o que estava deixando para trás. 17 anos desperdiçados.

O motorista estacionou em frente a um lugar aparentemente enorme. Bem na entrada de uma floresta, árvores cobriam boa parte da parte da frente e a extensão de trás era um enorme gramado que ligava a floresta.

[...]

Betty é estrangeira. Ela é a enfermeira que estará encarregada por mim nos próximos meses meus aqui.

— Aparelhos celulares, por favor. — um dos homens estendeu uma caixa e eu coloquei meu telefone ali. — Serão devolvidos no fim da inspeção e o uso é permitido apenas dentro dos quartos.

Acenei positivamente e continuei seguindo Betty.

— O café da manhã é servido todos os dias às 7 da manhã junto com os remédios necessários.

— Eu não estou doente. — retruquei. — Não vou tomar nenhum remédio.

— Jeongin, colabore conosco. — pediu. — Será pior se você fizer o contrário.

Claro. Será pior. O que deve ser pior do que ser internado em um lugar assim apenas porque sou gay?

— O almoço é servido ao 12:00, às 3 da tarde temos o lanche e as 6:30 é o jantar. Você poderá andar pelos corredores até as 7:30 e o toque de recolher é as 8:50. Um minuto a mais fora do quarto e você será advertido. Os banheiros são de uso individual e você terá um no seu respectivo quarto. O refeitório é na primeira porta a esquerda e seu quarto é no segundo andar. — ela me guiou até um corredor, que denominei ser meu quarto. — Não tranque a porta do seu quarto antes do sinal de recolher tocar, que é as 8:50. Fazemos as inspeções. Depois disso, não esqueça jamais de trancar portas e janelas.

Tentei memorizar cara instrução dita pela mais velha e acho que obtive sucesso em algumas.

Já no corredor do meu quarto, descobri que outras sete portas estavam em uso e sete garotos viviam ali. A parede branca não chamava nenhuma atenção e cada porta tinha uma decoração diferente.

— Seu quarto é o último. Ali vivem Han Jisung, Kim Seungmin, Lee Minho, Lee Felix, Seo Changbin, Hwang Hyunjin e Bang Chan. Todos são bem amigáveis, até mesmo Seungmin.

— Quando o meu celular será devolvido?

— Seu pai exigiu que cortassemos o uso, eu sinto muito, Jeongin.

— Isso é- — tentei formular uma frase, mas estava impossível. — Isso é tão injusto, eu serei obrigado a tomar remédios mesmo não estando doente e ficarei preso aqui até eu ser "curado"? Passarei a minha vida toda aqui? Apenas porque gosto de garotos?

Todas as sete portas foram abertas no mesmo tempo e eu me questionei: por que eles estão ali?

— Paciente novo, Betty? — o rapaz de cabelos ondulados questionou.

— Sim, Chan. Esse é o Jeongin. Yang, esses são Chan, Minho, Jisung, Felix, Changbin e Seungmin.

— Mostraremos o resto da nossa casa a ele. — Jisung sorriu calorosamente.

silent cry - seungmin + jeonginOnde histórias criam vida. Descubra agora