capítulo 8

3.5K 770 86
                                    

Tóquio, um velho ranzinza e um jovem.

Tóquio, Japão.

6:40am.

Depois de quase 6 horas de viagem, eu finalmente cheguei ao meu destino.

Eu não tinha ideia direito do que faria de agora em diante.

Eu só pensei em me distanciar do Taehyung, não tive tempo para pensar no resto.

Suspirei apertando a mala em minhas mãos e saí da estação andando pela cidade, até então desconhecida para mim, com o intuito de encontrar um hotel ou uma pensão onde eu pudesse ficar até me organizar melhor.

A verdade é que eu acho que eu só tinha dinheiro pra três noites e nada mais.

Minha cabeça estava começando a doer e meu estômago estava começando a reclamar devido a fome. Considerando o fato que eu já devia estar a um dia sem comer nada.

Foi quando vi uma pequena cafeteira aberta do outro lado da rua e pensei em parar lá para comer algo, mas aí minhas noites em baixo de um teto diminuiriam.

Suspirei e ameacei passar reto até que uma placa nessa mesma cafeteria me chamou a atenção.

“Procura-se um garçom.”

Sorri com a oportunidade que caíra de bandeja em minhas mãos e atravessei a rua.

Entrei no estabelecimento e lá estava um senhor ranzinza e um jovem rapaz que contava uma piada completamente sem graça para o senhor que não parecia nada empolgado.

– Olá! – Disse ao me aproximar, chamando a atenção dos dois para mim.

O velho só me olhou sobre os óculos, enquanto que o rapaz sorriu abertamente para mim.

– Olá, belo rapaz! – Disse ele em um cortejo. – No que posso te ajudar?

– Eu vim aqui pela vaga de emprego. – Disse.

– Você por acaso já trabalhou com isso antes? – Perguntou o senhor antes mesmo que o mais jovem abrisse a boca.

– Como se precisasse de experiência pra servir cliente chato e lavar pratos. – Disse o rapaz revirando os olhos.

– Jungkook, vai lá fazer um café expresso vai. – Disse o senhor. O rapaz ficou o olhando com cara de tédio, mas não foi. – Vai logo! – Disse o senhor começando a se irritar e então o rapaz bufou indo.

Ele me olhou esperando por minha resposta.

– Na verdade não, mas eu aprendo rápido. – Disse.

– Tem filhos? – Perguntou.

– Não, mas estou a espera de um. – Disse e ele olhou para a minha barriga, mas é óbvio que ele não viu nada, pois ela ainda não crescera o suficiente.

– Ok. Pode se retirar. – Disse ele me dando as costas.

– Mas...

– Garoto, a rotina aqui é pesada e a carga horária bem extensa. Não é o tipo de trabalho que um homem grávido possa aguentar.

– Eu posso sim. – Disse. – A minha gravidez não vai interferir em nada no meu trabalho.

– Aé? E quem é que vai arcar com as despesas quando você faltar porque passou mal ou teve uma consulta médica? – Perguntou o senhor. – E quando você resolver parir essa criança, quem é que vai pagar pra você não fazer nada? – Perguntou. – Ah, nem pensar. Homem grávido gera muitos gastos. – Me deu as costas novamente e adentrou a cozinha me deixando sozinho.

– Senhor, eu realmente preciso desse emprego. – Disse alto o suficiente pra ele ouvir. – Eu não vou cobrar mais do que o meu salário, não precisa se preocupar. E sobre as faltas, elas não ocorrerão, eu prometo.

– Vai embora, garoto. Essa vaga não é para você.

– Por favor! – Quase implorei pela vaga.

– Eu já disse que não. Não me obrigue a te tirar daqui a força.

Vendo que o velho não voltaria atrás eu cedi e suspirei, dando as costas para sair da cafeteria do mesmo jeito que entrei, sem nada além da minha velha mala.

Ponto de vista - Jeon Jungkook

– Pai, qual é, dá uma chance pro garoto. – Disse pro velho gagá em minha frente.

– Arrume você um emprego pra ele, se acha que é tão fácil assim. – Disse ele.

– Então ele está contratado.

– A cafeteria é minha, quando você trabalhar pra comprar a sua, a gente conversa. – Disse mal-humorado.

– Sério que você vai deixar ele ir embora daquele jeito? Olha só como ele estava, malemá com a roupa do corpo, sabe-se lá se ele tem algum lugar pra ficar ou se já comeu alguma coisa hoje. – Disse. – Se sozinho já é ruim passar por uma coisa dessas, imagina com um bebê dentro de você.

– Você é o pai da criança? Eu sou? – Perguntou com indiferença. – Eu não posso fazer nada se ele abriu as pernas pro cara errado e ele deu no pé. – Deu de ombros. – Não vai ser eu quem vou arcar com as consequências. – Ergueu as mãos como se dissesse “eu lavo minhas mãos”.

– Por favor, pai. – Pedi. – Se ele der mais gastos do que o salário dele, eu arco com tudo. – Disse. – Se ele faltar, eu trabalho por nós dois. E quando a criança nascer eu vejo o que eu faço, mas eu prometo que não vai te prejudicar em absolutamente nada.

– Você tem que parar com esse negócio de querer ajudar todo mundo. – Disse ele. – Você não pode sair por aí abraçando qualquer mendigo que encontra na rua e acolhe-lo como se fosse sua responsabilidade, porque não é.

– Ela não é um mendigo. – Disse. – É só um garoto querendo ocupar a vaga de emprego, à qual está desocupada por três semanas. O senhor mesmo reclamou que precisava urgente de um garçom, agora está aí um.

Shin bufou e assentiu.

– O seu salário está em jogo. – Disse ele me dando as costas, voltando a sua atenção para a massa de pão que ele estava sovando. E digo que com a força que ele estava socando a coitada da massa, esse pão sairia divino.

Sorri e saí da cozinha a procura do garoto.

– Ei! – Aumentei os meus passos ao abrir a porta da cafeteria e vê-lo quase atravessando a rua.

– Oi? – Se virou, olhando para mim um pouco confuso.

– Você ainda quer a vaga de emprego?

Um enorme sorriso se expandiu em seu rosto angelical, o que me contagiou a sorrir também.

– É claro que eu quero! – Disse animado.

– Então você está contratado.

– Muito, muito, muito obrigado. – Disse ele. – Eu prometo que não vou decepcionar vocês. – Me abraçou. – Nossa, eu não sei nem como agradecer.

– Não precisa agradecer, nós também precisamos de você. – Disse.

Ele sorriu e me abraçou de novo nitidamente feliz com uma vaga de emprego que nem era grande coisa assim, mas que para ele parecia que o mesmo tinha ganhado na loteria.

– Quando eu começo? – Perguntou ele.

– Hoje mesmo se você quiser.

– Pode ser. – Assentiu.

– Mas só depois que eu te pagar um café. – Disse entrando com ele na cafeteria novamente.

– Não precisa, eu já tomei...

– Não o melhor e mais gostoso café dessa cidade. – Disse. – Senta aí!- O direcionei até uma das mesas. 

– Moço, não precisa. – Disse ele.

– Pode me chamar de Jungkook e eu consigo ser bem teimoso quando quero.

Ele sorriu.

– Eu sou o Hoseok. Prazer!

Notas da autora:

Não se esqueça da ⭐:) Xoxo

O FILHO DA EMPREGADA| VHOPEOnde histórias criam vida. Descubra agora