Capítulo 9 - Possessividade.

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Alerta: cenas exclusivamente sexuais nesse capítulo. Se você não gosta do conteúdo sexual, por favor, pule!

Wednesday Addams: Point of View.

Acho que realmente há alguma coisa perturbadora em ver a sua namorada gozando para alguém que não é você. Antes de qualquer outra coisa, era difícil imaginar que Enid — com toda sua doçura e a aura de inocência que a cobria — tinha algo ou alguém na manga. Se meus olhos se dirigissem para o seu corpo, principalmente da visão que eu tive, se tornava óbvio a vontade de tocá-la e conhecer mais. Mas, ao encarar o seu rosto, tão puro e inocente, e ao me aproximar cada vez mais ao ponto de enxergar a sua própria personalidade, isso parecia quase impossível.

Pessoas fodem, é completamente normal. Principalmente no ensino médio. Os hormônios — principalmente dos meninos nojentos, Ajax como exemplo — estão tão altos que é difícil não ter que passar ao menos por uma aula ao mês sobre prevenção e proteção de infecções sexualmente transmissíveis, mas sério? Enid Sinclair, fodendo com Yoko Tanaka no vestiário?

É impossível não pensar em dobrá-la sobre meu colo e ensiná-la uma lição. Mostrar como era uma foda de verdade. Será que ela tinha fetiche nisso? Foder em lugares quase públicos, em que houvesse algum tipo de risco em achá-la? Ou será que ela obedecia Yoko?

Para quem havia aceitado só um namoro de mentira, ter pensamentos assim era demais. E por mais que fosse mesmo um namoro de mentira, temporário, e apenas para as duas usufruirem de algo, me pergunto porque ela não escolheu a outra garota. Será que tinha algo em mim que chamava atenção mais do que em Yoko, ou será que ela só não gostava da ideia de ser presa a ela, já que tinham algum tipo de conexão sexual ali? Dizem que conexão sexual prende mais do que um namoro. Pessoas matariam por isso. Entretanto, com a experiência que eu tinha com mulheres, Enid não estava tendo o máximo de prazer que poderia ter ali. Eu já havia visto, já havia proporcionado também o máximo de prazer para uma de minhas garotas, e não era assim que funcionava. 

Não negue o fato de que ela estava sentindo algum prazer, Wednesday. Minha mente reclama. Que chatice pode ser estar na minha cabeça.

Mesmo com pensamentos me distraindo e me questionando, e mesmo com a possibilidade de esquecer o que havia acontecido e focar em outras coisas, talvez até ir e foder outras garotas, eu não consigo. Não parecia que teria algum botão que eu poderia apertar. Ao contrário, parece que meu rosto estava queimando de raiva tanto quanto as minhas mãos. Por um bom tempo depois de vê-las juntas, eu permaneci do lado da porta, esperando que elas passassem de mãos dadas. 

Mas nada disso acontece.

Yoko Tanaka passa primeiro, arrumando as roupas e penteando o rabo de cavalo com as mãos, realinhando-o e ainda ousa piscar para mim. Eu queria fazer com ela a mesma coisa que eu teria feito com o Ajax se ninguém estivesse entrando na frente, sem a presença de professores ou de uma diretora loira platinada para a salvar. Essa raiva era irracional, mas eu sequer estava conseguindo racionalizar os meus sentimentos nesse momento — coisa que sempre se fez presente no meu costume individual. 

Parece que se completa um ano inteiro antes que Enid saia. Era notável que seu cabelo estivesse molhado e que ela estivesse desconcertada, consigo enxergar uma expressão até inocente dominando seu rosto no momento — como se ela não estivesse completado o ato mais carnal do mundo há alguns minutos atrás —, suas bochechas estavam vermelhas, e os olhos claros, sempre com aquele vislumbre de curiosidade. Não demora para que sua expressão mude para uma garota completamente surpresa quando meu braço se estende até o seu pulso, pegando-a de surpresa e a encurralando contra a parede. 

Você vai repetir o que Yoko acabou de fazer com ela, Wednesday? Minha mente provoca e posso sentir meu rosto queimar de uma forma bem diferente da qual as bochechas de Enid queimavam. Parece que, com essa constatação do meu subconsciente, eu poso finalmente agir sobre isso. A loira não me provoca, sabendo que eu havia visto tudo de camarote. Sorte dela. Uma palavra idiota, apenas uma teimosia fora da curva, e eu poderia perder toda a paciência que guardei pela minha vida inteira. Mas não era porquê significava que ela não iria me provocar, que eu a deixaria em paz:

— Não acredito que você me traiu, Sinclair. — Faço um biquinho, como se realmente estivesse sentida sobre toda a situação. Meu rosto estava tão próximo ao dela que eu conseguia sentir sua respiração desregulada, não sabendo o que esperar. Era melhor que ela não soubesse o que esperar mesmo. Ela merecia ter esse sentimento de excitação misturado com um leve terror, como se ela estivesse se perguntando do que eu seria capaz. 

Eu seria capaz de muito.

Faço questão de me aproximar tanto que nossos lábios se tocam, os cílios piscando agora lentamente, como se fosse capaz de capturar cada centímetro de poro que enfeitava seu rosto. 

— O que você quer, Wanda? — Sua voz sai tão baixa que parecia uma invenção da minha cabeça, mas é possível que eu sinta seus lábios se movendo, provocando os meus tão rapidamente que os pensamentos pervertidos estavam me dominando ao mesmo tempo. 

Eu não estava louca, sabia que era um namoro de mentira, que seria utilizado apenas publicamente e para vantagens, tanto minhas quanto de Enid. Mas minhas mãos não pareciam saber o que era, por estarem se movendo para a pequena cintura da menor e a apertando, pareciam estar totalmente alheias ao que minha mente estava tentando me convencer do contrário. Como se o contato por cima dos panos não tivesse sido o suficiente, ouso passear ainda mais com a ponta dos dedos, até chegar em suas nádegas redondas e bem cheias, apertando com minhas próprias mãos.

Eu só poderia estar louca, porra. A possessividade estava passeando pelas minhas veias como se pertencesse ao meu DNA.

A sensação de sua pele macia e quente contra a ponta dos meus dedos era algo novo. Não que eu não tivesse tocado outra pessoa, eu havia, mas a química que estava me fazendo ir mais fundo e deslocar sua calcinha para o lado era inevitável. Eu poderia sufocar se não estivesse a tocando, a vontade era tão grande que conseguia sentir minha própria calcinha ficando úmida também, mesmo que a vontade de explorar fosse maior. 

— Wanda... — Enid não aguenta por muito tempo a provocação que eu faço por perto do tecido frágil, expondo-a sem calcinha logo depois. Suas costas coladas na parede estavam a ajudando a ter um pouco mais de equilíbrio, ao ponto de me deixar aproveitar e subir uma de suas coxas mais um pouco, abrindo seu corpo pequeno mais ainda. Minhas mãos chegam na sua pele quente, molhada, receptiva, abrindo os lábios como se ela realmente fosse minha.

— Sabe o que é? Eu acho que eu quero te ensinar a como é ter um orgasmo de verdade.

Mentiras de momento (Wenclair)Onde histórias criam vida. Descubra agora