Chapter VIIII

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Helion guiava os dois apresentando o Palácio, deixando Nestha cada vez mais ansiosa para ver as bibliotecas. Lucien os seguia em absoluto silêncio, aproveitando para conhecer cada detalhe que ali havia. Ao pararem em uma porta, Helion sorriu para Nestha que parecia uma criança prestes a abrir um presente de solstício. Os olhos da mesma brilhavam e suas mãos suavam, fazendo ela passar as mesmas em seu vestido, seu rosto parecia ter ganhado uma cor de ansiedade.

- Chegamos...- Fala Helion abrindo a porta.

A boca de Nestha se abriu e ela parecia ter perdido o fôlego, seus olhos vagavam por todo o espaço enquanto Helion colocava a mão em sua lombar, a guiando para dentro. Lucien seguiu logo atrás, ele não poderia negar que era realmente lindo tudo aquilo, mas nunca sentiria a mesma emoção de Nestha por estar ali dentro. Ele a encarava como se ela fosse a coisa mais preciosa do mundo, e quando Nestha riu olhando para os livros... Aquilo fez o coração de Lucien disparar como não fazia a muito tempo desde seu último amor: Jesminda.

Esquecendo da mesma e focando em Nestha, percebeu que sem ninguém falar nada ela saiu andando entre as pilastras para ver os livros. Helion sorria para aquilo quando se despediu, sussurrando para Lucien:

- Se precisar de algo é só me chamar.

Lucien acenou com a cabeça, e se concentrou em observar Nestha. Parecia outra pessoa, era como se uma luz estivesse irradiando dela. Era lindo, uma das coisas mais lindas que ela já havia visto. Ele se sentou em uma poltrona, enquanto ela caminhava entre a biblioteca, aparentemente em uma imensa indecisão para decidir apenas um livro. Ele imaginava que, para ela, alguém amante de livros, aquela decisão devia ser uma verdadeira tortura. Ela olhou pra ele, o cenho franzido.

— Você não vai escolher um? — Ela perguntou inclinando a cabeça. Adorável.

— Eu..Hm.. não tenho o costume de ler. — O queixo dela quase foi ao chão, Lucien achou seriamente que ela estava prestes a expulsá-lo daquele lugar sagrado.

Ela voltou pra onde ele estava, o agarrando pela mão e começando a puxá-lo por entre as imensas prateleiras. Ele riu do desespero dela, de como ela parecia chocada.

— Vai me dizer que em séculos de existência não adquiriu o hábito de ler livros? O que diabos você fazia durante os séculos? — Ela parecia completamente indignada com o ruivo, certamente achando a ideia inadmissível.

— Bem, eu caçava quando estava entediado, ou apenas ficava sentado, encarando o nada.

— Quanta inutilidade para apenas um ser.

Lucien parou, a encarou por alguns segundos e então começou a gargalhar. Ela o encarou com raiva, o olhar dizendo claramente que ela não estava brincando, mas não conseguiu se conter. Se juntou a ele na risada, ele levantou o rosto, a respiração descompassada, o rosto completamente vermelho. Foi a melhor visão da vida dela. Eles pararam de rir gradativamente, encarando um ao outro com um sorriso pequeno.

— Vou forçar você a ler todos os livros que deveria ter lido durante toda sua vida. — Ela disse baixinho, como se contasse segredo a ele.

— Se você estiver no mesmo ambiente não vou conseguir me concentrar. — Ele arriscou dizer, a voz no mesmo tom, o coração completamente acelerado.

Ela limpou a garganta, se afastando dele, mesmo ainda segurando a mão dele. Ela respirou fundo quando virou de costas, e debateu consigo mesma se aquilo era certo. Parecia tão correto. Jamais teria algo com Cassian novamente. E Elain não parecia nem um pouco incomodada. Ela suspirou.

— Vai ser seu teste de resistência então, foguinho.

Eles passaram pelo menos duas horas ali dentro, com Nestha fazendo pilhas de livros como indicações para Lucien. Não como se ele pudesse opinar, mas ver Nestha distraída ou explicando sobre os livros estava o alegrando.

Até que um livro que Nestha o deu para segurar lhe chamou a atenção, parecia um romance de época e Nestha disse que era um de seus favoritos. Ao abrir em uma página aleatória encontrou uma cena inusitada fazendo o mesmo erguer as sobrancelhas.

" pressionada contra a parede a garota não pode evitar de jogar a cabeça para trás por senti-lo dentro dela, rápido e ao mesmo tempo forte..."

- Então é isso que a Senhorita Archeron lê nas horas vagas? Sobre casais com vidas sexuais ativas? - pergunta debochando de Nestha.- Não sabia que lia putaria Nestha.

Ele notou o rosto de Nestha esquentando e logo depois sentiu uma almofada bater em seu rosto fazendo o mesmo rir.

- Não é putaria! São livros de fantasia e romance ok? Com algumas cenas... quentes.- Fala Nestha, empurrando o mesmo pelo ombro.

- Oh claro! Afinal Nestha Archeron jamais leria putaria.

- Lucien!- exclama Nestha com o rosto meio corado.

- Tudo bem em gostar de coisas mais picantes Nestha. Eu me arrisco a dizer que você deve usar muito seus dedos para isso. - Fala Lucien rindo antes de Nestha partir para cima dele.

Lucien correu pelas prateleiras sentindo Nestha o perseguir, então se escondeu ouvindo a respiração ofegante da mesma.

- Vamos raposinha! Está com medo?

- Medo de uma grã Feérica pervertida? Jamais. - Fala antes de se atravessar para o segundo andar.

Lucien ficou minutos vendo Nestha tentar o achar, o coque que a mesma usava estava quase desfeito, seu rosto se encontrava suado mas havia um pequeno sorriso em seus lábios. O ruivo atravessou para atrás de Nestha sussurrando em seu ouvido:

- É tão difícil me achar?

Nestha se assustou pisando fortemente no pé de Lucien, fazendo o mesmo dar pulos para trás.

— Aí!

— Bem feito, por tentar me fazer de boba. — Ela cruzou os braços, a postura imponente quando o fazendo cair de joelhos diante dela. Aquela mulher seria, com certeza sua ruína.

— Desculpe, é que você estava muito bela com ódio de mim. Era uma visão muito agradável de ver, se me permite dizer. — Ele se aproximou dela, terminando de desfazer a trança que já estava frouxa. Os cabelos longos caíram em ondas pelas costas e ombros dela, indo até abaixo da cintura. Ela ficava linda de todos os jeitos, mas com os cabelos castanhos claros emoldurando seu rosto severo ela ficava esplêndida.

Ela engoliu em seco, a ansiedade tomando conta, fazendo seu coração começar a bater desenfreado no peito. Ele desceu a mão dos cabelos para o rosto dela, fazendo um carinho na bochecha. Ela se inclinou para o toque, e ele suspirou diante da beldade que em era. Sentia como se estivesse segurando o próprio mundo nas mãos.

— Deveríamos levar os livros para o quarto, já escolhi os meus. — Ela Sussurrou. Ele riu.

— Não eram só os livros que eu queria levar para o meu quarto.

Ela sorriu. O autocontrole que fosse ao inferno.

— Não sei, não acho que você tenha as habilidades dos personagens dos livros que leio. Deveria ler ao menos um livro, sabe. Adquirir experiência.

Ele riu, chocado diante a audácia dela. E se aproximou mais, os lábios roçando a orelha dela.

— Será que essa língua travessa e felina faz um trabalho tão bom entre quatro paredes quanto estou vendo aqui? — a voz rouca dele arrepiou cada pelinho do corpo dela.

— Acredito que você vai ter que trabalhar muito para descobrir, foguinho. — Ela Sussurrou de volta, desviando dele e juntando seus livros. — vejo você no jantar.


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Oie, estamos de voltaaaaaa! Esse ano foi uma bagunça para nós duas, mas estamos aqui novamente com um capítulo super soft desses dois. Não se esqueçam de votar, e comentar sobre o que acharam do capítulo, isso ajuda muito!

Corte de amores proibidosOnde histórias criam vida. Descubra agora