Corte de amores proibidos

Chapter III

Nestha estava definitivamente cansada.

Sua vida tinha entrado em modo automático, a meses ela estava vivendo assim, Cassian parecia não notar o quanto isso estava a incomodando. Como se não bastasse os treinos cansativos, ela ainda tinha que aguentar os jantares com o círculo íntimo, aturando as provocações de Amren e o olhar de desprezo de Morrigan.

Morrigan

Ela não gostava de Nestha e nem Nestha dela, mas era insuportável a bajulação da loira em cima de Cassian, o tempo todo. Ela julgava tanto Nestha por não ter feito nada por Feyre, mas passou praticamente quinhentos anos sem conseguir contar para Azriel o motivo de ter ficado com Cassian. A Archeron revirou os olhos com esse pensamento voltando a ler seu livro.

- Nestha, está pronta para o jantar? - pergunta Cassian, entrando no quarto.

- Eu não vou, Cassian.- Eu respondi, sem tirar os olhos do livro.

- Mas você disse que ia.

- Sim eu disse, mas estou cansada, e não estou afim de ver Morrigan ou Amren hoje, muito menos Rhysand.- falei encarando meu parceiro.- Também não quero ficar pisando em ovos perto de Elain e Feyre.

- Eu também estou cansado e vou, são nossa família Ness.- falou Cassian tentando me convencer.

Família

Nestha não sentia que eles fossem sua família, não a tratavam como uma, afinal o poder subia a cabeça de alguns os fazendo se sentirem superiores. Ou então mentir para alguém durante anos, passar por cima de seus interesses e sentimentos.

- Eles não são minha família, são sua família Cassian.- fala Nestha se levantando para guardar o livro.

– Nós vamos realmente entrar nesse assunto novamente? Achei que você tivesse dito que iria se esforçar.

Ele disse, a decepção clara no tom de sua voz. Nestha suspirou, abaixando a cabeça diante da briga iminente.

– Desculpe por, pelo menos uma vez, priorizar meu conforto e bem estar. Sinto muito se me sinto mais confortável sem ter que passar uma noite aturando o ódio da sua família comigo.

Ele me olhou com raiva, um olhar que eu nunca havia visto. Pelo menos não direcionado a mim. Me afastei da estante, me sentando novamente na cama, deixando claro que não estava disposta a mudar de opinião.

– Quando eu chegar nós conversamos.

Ele disse, se virando para a porta, como se a opinião e escolha dele fossem os únicos que importassem.

– Não, não vamos. Não vou discutir esse assunto novamente. Minha saúde mental não está em discussão, Cassian, lide com isso.

Ele saiu do quarto, fingindo não ter me ouvido, eu fui atrás. Ele estava murmurando alguma coisa, provavelmente algo sobre eu ser teimosa ou algo do tipo. Senti o poço de poder dentro de mim se agitar, forçando as amarras ao qual eu o mantinha preso. Apertei as mãos em punho para me impedir de cometer alguma atrocidade contra meu parceiro.

– Não dê as costas a mim enquanto eu falo com você, e não fique falando coisas sobre mim as escondidas.

– Ótimo, aqui vai. Você estava melhorando, e eu realmente acreditava no seu potencial, mas você vem piorando e piorando nos últimos dias, e eu estou cansado de ter que aturar seus altos e baixos.

Eu ri, um riso com tanto ódio que a expressão de ódio dele perdeu a força. Respirei fundo, as mãos tremendo com o ódio e esforço para manter meu poder sobre controle.