VALU ✓ • Vᴀᴅɪᴀ ᴅᴀ ᴍɪɴʜᴀ Cʀᴜsʜ

39 - Thirtieth Ninth

O que?   

                     

Parei de a chupar, para olhar seus olhos, de boca aberta.   

                     

— Você oque?   

                     

— Terminei com o Zyan — disse se sentando sobre minha coxa, e eu não demorei para me sentar também, com a respiração acelerada novamente.   

                     

— Como...? — perguntei me sentindo atordoada.   

                     

— Terminei com o Zyan — repetiu pela terceira vez, parecendo nervosa, eu cocei minha nuca, arregalando os olhos.   

                     

— Espere, você está falando a verdade mesmo? — Valentina revirou os olhos parecendo impaciente.   

                     

— É claro, porque brincaria sobre isso, imbecil?   

                     

— Bom... não sei... — dei de ombros confusa, isso parecia muito irreal para ser verdade.   

                     

— Não verdade, faz uma semana que estávamos afastados, eu pedi um tempo, mas o término aconteceu apenas antes de virmos para a praia — mordeu os lábios me olhando atentamente.   

                     

— E ...   

                     

— Eu não te contei — me cortou — Porque não queria que você pensasse que eu... — desviou o olhar pensativa — Não sei, estava querendo te dar uma indireta ou algo do tipo... ia falar para a Dinah para você ficar sabendo indiretamente — coçou a nuca com as bochechas coradas, eu crispei os lábios pensativa.   

                     

— E porque você terminou? Achei que vocês eram almas gêmeas e tal — disse com irônia.   

                     

— Eu gosto muito do Luis, mas não passa disso, sempre senti um carinho enorme por ele e ele o sente por mim também, mas nunca fui apaixonada por ele, só estava me enganando — buscou meu olhar, mas eu desviei — Não vale a pena ser infeliz para agradar pais que ao menos são presentes... e o ensino médio não vai durar para sempre — suspirei — Eu cansei de me torturar para continuar estando no topo, para impressionar as pessoas e agradar meus pais, o preço disso era muito caro — engoli em seco — Eu te fiz sofrer e sofri ainda mais por ser uma completa covarde, mas não quero continuar sendo Lu — pegou uma de minhas mãos, entrelaçando nossos dedos.   

                     

— E... quando vai haver outro Zyan? Na faculdade?    

                     

— Como você pode dizer uma merda dessas?! Eu aqui me abrindo pra você e você... Vai se ferrar Reis — empurrou meu ombro tentando sair do meu colo, mas eu rapidamente, inverti mais uma vez nossas posições, agora novamente por cima.   

                     

— Não... espera, eu não quis dizer isso... Eu só queria saber... droga.   

                     

— Eu gosto de você Reis, e eu estou disposta a assumir isso para todos, só não posso prometer me assumir para meus pais ainda... eles podem não aceitar e querendo ou não ou preciso terminar o ensino médio... mas para os outros eu assumo, não me importo com a rejeição de quem quer que seja. Não mais.   

                     

— Você... — me sentei, como ela havia feito minutos antes, sobre suas coxas — E porque você acha que eu quero? Eu não sou tão fácil assim, só porque você decidiu que quer algo, quem te garante que eu quero? Eu posso não querer mais — disse rápido demais, Valentina mordeu os lábios parecendo aflita e se sentou também, segurando minha cintura com ambas as mãos — Não é assim, eu não sou frango para ser colocado no freezer para quando quiser eu estar ali.   

                     

— Eu nunca pensei isso Luiza... e eu entendo que você pode estar cansada dessa confusão que eu sou, que só te magoou, mas eu quero só uma chance, juro que vou enfrentar meus medos, não quero perder você... porque quando eu disse que era apaixonada por você, eu não estava mentindo, eu sou, sou perdidamente apaixonada por você desde que coloquei meus olhos em você, mas eu sou imbecil, covarde e uma babaca mimada, não sei me expressar direito, tenho medo de te perder mas também tinha medo de rejeição, do que os outros iriam pensar, no que minha família e amigos iriam pensar, mas isso só estava me corroendo, eu quero você, e não poder te ter por covardia acaba comigo, eu achei que ser sua amiga iria bastar, mas não... não consigo ser só sua amiga, eu quero te beijar, quero gritar que você é minha quando alguém dá em cima de você, e não apoiar isso.    

                     

Eu não sabia oque pensar quando ouvi suas palavras, eu tinha medo de deixar me envolver mais ainda e amanhã ela decidir que eu não valho a pena e que Zyan é a melhor opção. Mas não posso negar que meu coração estava sorrindo, e eu estava esperançosa, eu era apaixonada por ela, não conseguia controlar isso, mas tinha medo, porque Valentina era um mar, às vezes estava calmo e apaixonante, mas outras vezes estava agitado, e podia acabar com tudo que tinha sido construído, uma montanha russa de sentimentos.    

                     

— Me deixa te conquistar Lu, te levar em encontros, lhe dar a mão na rua... eu quero que você se apaixone por mim, vou tentar de tudo para isso acontecer, mas se não acontecer eu vou entender, você realmente merece algo melhor — engoliu em seco, apertando minha cintura e me puxando sutilmente para ela.   

                     

— Para com isso — Fechei os olhos respirando fundo.   

                     

— Com o que? — sussurrou.   

                     

— Se me chamar de Lu, de apertar minha cintura para me deixar fraca, de ser tão intensa, me apaixonar e depois partir meu coração — abri os olhos, lhe encarando — Eu nunca sei onde estou me metendo contigo Valentina, mas eu não consigo resistir porque você consegue me fazer te odiar e te amar ao mesmo tempo. Eu não quero me foder mais uma vez por sua causa.   

                     

— Eu... me desculpe Lu... eu — fechou os olhos — Eu sou uma completa covarde, não deveria ter te machucado — passou o dorso na mão no meu rosto com delicadeza — Eu gosto tanto de você, esperei tanto tempo para ter uma chance e quando consegui, só te fiz mal... eu quero tanto, mas tanto você — grudou nossas testas, sussurrando contra meus lábios — Me dá uma última chance de conquistar você.   

                     

Você já conquistou, pensei, mas não disse nada, somente a beijei, sentindo seus dedos acariciando minha mandíbula. Seus lábios eram quentes e macios e tinham cheiro leve cheiro de lavanda e eu não queria nada além de viver nesse beijo. Guardar esse momento dentro de um vidro para ele ficar em segurança dentro da redoma, não podendo ser estragado por possíveis momento ruins.   

                     

Eu só queria que ela tivesse falando a verdade.