C H A P T E R F O U R
S A V A N N A H B L O S S O M
Quando penso em Harry, eu automaticamente penso em sua mente.
Por mais psicótico que isso soe, me imagino abrindo o seu crânio intelectualmente invejável na ilusória tentativa de destrinchar o seu cérebro para obter as respostas pelas quais estive me questionando desde o primeiro segundo em que o conheci:
"Em que você está pensando?"
"Como está se sentindo?"
"Foi você quem orquestrou o assassinato da sua amada esposa, professor?"Diante dessas indagações, não obtive resposta alguma, apesar de ter proferido somente a última a única pessoa que pudesse de fato respondê-la. Ainda assim, me pergunto onde estava minha sanidade mental quando resolvi questionar Mr. Styles a respeito de uma pauta tão delicada como a morte de um ente querido seu. Eu estava cega pela súbita fúria que ele despertou em mim, uma raiva latente e sedenta, que nunca havia sentido antes. Apesar de completar duas semanas, ainda sinto o constrangimento formigar minha pele e uma estranheza peculiar atravessa minhas vértebras quando penso sobre esse episódio.
Para ser honesta, tenho pensado sobre isso com constância.
Em suas últimas aulas sobre "Poesia" e "Ficção britânica contemporânea" apenas trocamos alguns olhares indecifráveis, mas nenhum comentário arrogante ou convite inesperado ao seu gabinete foi destinado a mim. Eu não sabia se me sentia finalmente aliviada ou ansiosa com essa percepção. O contato frequente que havíamos desenvolvido logo no início das aulas estava se dissipando com o passar dos dias e, felizmente, eu estava me distraindo com novos afazeres. Como prometido, todo os domingos meu pai me telefonava. Dedicavámos, no mínimo, duas horas conversando sobre as novas manifestações em nossas vidas, mas eu nunca mencionei o meu histórico problemático com o professor Styles. Era melhor assim, afinal, Ray tinha muita energia a dedicar as suas novas descobertas e pesquisas espaciais, e eu não pretendia enchê-lo com mais preocupações.
Por outro lado, as coisas estavam se encaminhando bem na academia. Atlas e eu nos reuníamos todos os dias na biblioteca para estudar, estava me esforçando para me alimentar bem, caminhava todos os finais de tarde ao redor do campus e aos fins de semana explorava as galerias de arte e cafeterias do centro. Eu finalmente estava vivendo como uma universitária. Bem, não por inteireza, pois não frequentava casas de fraternidade, festas com fogueiras na praia ou os eventos agitados que Brighton proporciona aos jovens anualmente, mas deixava com que a minha colega de quarto colecionasse essas experiências por mim.
Maid era definitivamente a versão utópica de uma Savannah que sempre fantasiei ser desde a minha época no colegial. Ela era venerada pelos garotos, tinha um namorado que dirigia um Mustang carmim e se vestia como os rapazes elitistas da década de cinquenta, além de estar estudando o quinto semestre de direito e seus sobrenomes serem extremamente famosos na academia. Maybelle ia às festas sem precisar ser convidada, treinava perante horas para ser posicionada como a melhor em sua turma de ballet, sabia se vestir sofisticadamente bem, tinha um senso de humor sagaz, e era inteligente e sensual em doses nada homeopáticas. Ela estava vivendo a sua melhor versão, sem dúvidas. Uma vantagem relevante dentro disso tudo — mas que também me apavorava na maior parte das vezes — é que eu nunca sabia exatamente onde ela estava. Maid tinha o que eu havia denominado de: "Síndrome de Alaska Young".
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𝐈𝐥𝐥𝐢𝐜𝐢𝐭 𝐀𝐟𝐟𝐚𝐢𝐫𝐬 | 𝐇.𝐒
Fanfiction+18 | Neste romance tórrido e destrutivo, Savannah Blossom, caloura em literatura inglesa da "Sussex Academy" se vê envolvida em um caso ilícito com o principal professor de seu curso: Harry Styles". // • Esta obra é postada somente nessa plataform...