𝐈𝐥𝐥𝐢𝐜𝐢𝐭 𝐀𝐟𝐟𝐚𝐢𝐫𝐬 | 𝐇.𝐒

11. museum

C H A P T E R E L E V E N

S A V A N N A H B L O S S O M

Harry estava manipulando a minha mente.

É terrível pensar desta maneira, mas é a definição que mais se encaixa em meu contexto atual. Os momentos que vivenciamos em seu gabinete há 3 dias atrás estavam me levando a um território intocável. Era estranho e ao mesmo tempo excitante. A pessoa que antigamente costumava me roubar o sono agora é um dos maiores motivos para me fazer dormir melhor. Isso soa tão clichê, eu sei, mas havia uma energia entre nós que era capaz de atiçar e apaziguar todos os meus nervos ao mesmo tempo. Ainda assim, sou incapaz de deixar de lado o medo e a ansiedade em relação a nós. Sendo bem sincera, sequer estou certa de que posso usar esse termo. Há muitas incongruências sobre esse relacionamento e pensar sobre isso tem consumido o meu tempo, e as perguntas são sempre as mesmas: Como passar despercebida? O que Ray pensaria de mim? Estou infringindo alguma lei do estado? Harry seria expulso do campus por minha causa?

Por mais que eu tentasse me afastar, as dúvidas e possibilidades permaneceriam lá. Se minha mente está tão sobrecarregada com esse início, penso em como ficará nos próximos meses. Pela primeira vez, sinto vontade de ligar para a minha mãe e desabafar sobre meus conflitos emocionais, mas eu nunca a tive tão presente em minha vida para que isso ocorresse. Os diálogos que mantenho semanalmente com Ray por telefone são muitos, mas cruzar essa linha seria arriscado demais. Sabia que, dependendo do que eu dissesse e se o meu tom de voz falhasse, ele não pensaria duas vezes em largar tudo e dirigir até Brighton.

São quatro da tarde e eu estou abandonando a minha última aula. Meu professor de redação criativa nos segurou até quando não tinha mais o que falar a respeito de sua tese sobre Proust. Eu me sentia esgotada, mas ainda possuía muito material para revisar antes dos exames. Daqui uma semana iniciavam-se as provas e eu queria me certificar de que não deixaria nada passar batido. Sinto meu celular vibrar dentro da minha bolsa e quando a tela se acende, imediatamente um sorriso cresce em meu rosto.

Savannah texting / 11:00 am

Bom dia, Mr. Darcy.

Há algum tempo venho percebendo o quanto somos verdadeiros adoradores da arte e literatura. Então, porque não levarmos essa paixão para outros lugares além da academia?

Me leve para conhecer o seu museu favorito.
Att, Mrs. Bennet.

Harry texting / 16:02 pm

Boa tarde, Mrs. Bennet.

E se eu te disser que a senhorita simplesmente leu a minha mente? Vista o seu melhor vestido. Passo para buscá-la às 20:00 horas.

Att, Mr. Darcy.

Mordo os lábios para conter o meu melhor sorriso enquanto pego o elevador para o térreo. Um dos motivos por eu ter me arriscado nessa mensagem provavelmente veio da consciência de que não veria Harry em nenhum dos intervalos que ocorreu entre as aulas de hoje. E já não nos encontrávamos em seu gabinete há dias. Algo dentro de mim crescia com a possibilidade de que finalmente iríamos ter um tempo a sós, distantes de Sussex e de todos. Por outro lado, eu não poderia deixar de ser cautelosa.