3. grey eyes

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C H A P T E R     T H R E E

Uma coisa é certa sobre Brighton: depois das praias, as cafeterias são o alvo dos universitários e turistas

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Uma coisa é certa sobre Brighton: depois das praias, as cafeterias são o alvo dos universitários e turistas.

A caminhada que Maybelle e Savannah percorreram do campus ao centro da cidade levou cerca de 15 minutos. A garota francesa estava eufórica para apresentar à mais nova colega de quarto o considerado melhor café da cidade. Havia uma enorme fila de jovens do lado de fora do estabelecimento, como se aquilo fosse um clube noturno, mas não fugia do estereótipo de uma cafeteria moderna. Enquanto Maid tagarelava sobre a demora do andar da fila, do outro lado da rua, Savannah avistou um prédio um pouco menor e mais discreto que aquele, onde as pessoas pareciam não dar muita relevância para o contraste vintage e desbotado de sua fachada. No letreiro acima da porta, estava escrito com letras quase apagadas pelas salinas do mar "Beachwood Cafe" e por um instante, a garota britânica pensou: nenhum outro lugar seria tão perfeito como aquele.

— Veja! Há outra cafeteria do outro lado da rua — Ela imediatamente apontou para a outra esquina, entusiasmada — Vamos lá!

— O que? Ninguém frequenta aquele prédio. Está praticamente inativo — Sua colega de quarto refutou, cruzando os braços magros contra o próprio corpo.

— Mas está aberto, Maid.

— Podemos esperar mais um pouco — A morena insistiu, piscando os cílios e fazendo a outra bufar.

— Vamos levar mais de uma hora nessa fila e mais duas até nossos pedidos ficarem prontos. Eu realmente não quero arriscar, além disso, tenho muito o que organizar quando retornarmos para o campus.

Apesar do alto grau de insatisfação que deixou transparecer em seus olhos, Maybelle suspirou, muito contrariada. Por fim, cedeu:

— Certo. Mas é só um café e iremos embora.

Savannah atravessou a avenida com pulinhos eufóricos, observando o rolar de olhos que a amiga lhe deu com aquela mudança repentina de planos. Ao abrir a porta do estabelecimento, enquanto estudava tudo com um olhar fascinante, Maybelle não conseguiu disfarçar seu ar de descontentamento. Aquilo fez a ruiva querer rir, mas ela se conteve. Ambas escolheram uma mesa ao fundo para se acomodar e era possível contar nos dedos quantos clientes marcavam presença no interior da singela cafeteria. A música ambiente remetia a algo da década de cinquenta, talvez Louis Armstrong ou Ella Fitzgerald. Quando Savannah olhou para Maybelle de relance, flagrou-a cantarolando quase que inconscientemente a canção.

— Não é tão ruim quanto parece, é? — Ela incitou, inspirada.

— É pior — Maid fez uma careta, não querendo admitir em voz alta o quanto o lugar também a agradara.

𝐈𝐥𝐥𝐢𝐜𝐢𝐭 𝐀𝐟𝐟𝐚𝐢𝐫𝐬 | 𝐇.𝐒Onde histórias criam vida. Descubra agora