CAPÍTULO 28

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O dia que Draco acordara foi marcado por comemoração de todos. Theo, especialmente, chorou de alívio quando viu seu melhor amigo de olhos abertos. 

Por três dias inteiros, Draco apenas descansou. Apesar de estar acordado, ele ainda sentia dor e fraqueza. E, por mais que ele quisesse sair do quarto, Hermione insistira que ele precisava repousar.

Sua namorada passara aqueles dias fazendo companhia para ele, tornando seu repouso suportável. Quando ele acordara, a primeira coisa que fizera foi dizer a ela que a amava, pois quase perdera para sempre a oportunidade de dizer. Seu coração encheu de felicidade quando ela dissera o mesmo. 

Apesar de amar a companhia de Hermione, Draco insistiu que não sentia mais dor e foi tomar café da manhã com todos os outros naquela manhã.

"Bom dia." Disse Draco ao entrar na cozinha.

"Bom dia, Draco." Disse Harry. "É bom te ver de pé." 

"É bom estar em pé." Disse Draco. Era realmente bom sair da cama, o tédio dos últimos dias estava o matando.

"Tem certeza de que você deveria estar em pé?" Perguntou Theo, erguendo uma sobrancelha.

"Não estou com dor, o que significa que estou curado." Disse Draco, dando de ombros.

"Não necessariamente." Rebateu Theo.

"Exatamente." Concordou Hermione. Ela dissera exatamente a mesma coisa a ele naquela manhã.

"Eu já disse a vocês dois que eu me recuso a passar mais um dia deitado." Disse Draco apontando para Theo e Hermione. 

"Tudo bem, mas sente-se para tomar café." Disse Theo.

"Tá bom, mãe." Murmurou Draco, se sentando na cadeira.

Theo fez um gesto obsceno a ele, que fez uma careta. 

"Tenha modos a mesa, Theodore." Disse Draco.

"Tá bom, mãe." Murmurou Theo, erguendo as sobrancelhas, com a intenção de provocá-lo certamente. Se Draco não estivessem de bom humor, ele teria conseguido.

Rony olhou entre os dois e bufou uma risada.

"E tudo volta ao normal." Disse o ruivo.

Todos tomaram seu café da manhã animadamente e a preocupação de Theo e Hermione finalmente cessou. Draco aproveitou a companhia de todos e, pela primeira vez, se sentiu grato por estar vivo.

"Agora que Draco está recuperado, podemos destruir a Taça." Disse Harry ao ver que todos haviam terminado de comer.

"Não foi destruída ainda?" Perguntou Draco franzindo o cenho. 

"Não." Respondeu Hermione balançando a cabeça. "Combinamos que você deveria ser a pessoa a destruí-la."

Draco pensou sobre isso por um instante. Ele queria destruir a Taça e achava que era forte o suficiente para fazê-lo. Mas ele não queria fazer aquilo sozinho e tinha outra pessoa que merecia tanto quanto ele.

"Tudo bem, eu destruo." Disse ele olhando para Hermione. "Mas quero que você faça isso comigo."

"Certo." Disse ela, com um sorriso. "Vamos apunhalar juntos aquela coisa maldita."

Hermione foi até o quarto e pegou a taça e duas presas de basilisco. Ela a Horcrux em cima da mesa e lançou um olhar para Draco. Ele pegou uma das presas, enquanto ela segurava firmemente a outra.

"Vamos fazer isso." Disse ela.

"Vamos." Disse Draco, se levantando.

Em cima da mesa, estava a Taça de Helga Lufa-lufa. A última horcrux inanimada. Não dando tempo para que o pedaço de alma de Voldemort reagisse, Draco e Hermione ergueram as presas e apunhalaram a taça, exatamente ao mesmo tempo. Um barulho alto irrompeu do objeto, fazendo com que Harry, Rony e Theo tampassem os próprios ouvidos. O barulho cessou tão repentinamente quanto começou. Ao reparar novamente na taça, Draco viu que estava em pedaços.

"Fizemos isso." Disse Hermione com um sorriso radiante.

"Nós fizemos." Disse Draco sorrindo de volta para ela.

Theo, que nunca tinha visto uma horcrux ser destruída, olhava para o resto do objeto com os olhos arregalados.

"Isso foi bizarro." Disse ele.

"Agora só falta Nagini." Disse Harry.

"E então Você-sabe-quem." Completou Rony.

E era ali que tudo poderia dar errado. Era uma batalha que Harry enfrentaria e que talvez não estivesse totalmente preparado. Isso apavorava Draco secretamente.

Naquela noite, Draco foi para a sala quando encontrou Harry deitado no sofá lendo um livro um tanto diferente.

"A Vida e as Mentiras de Alvo Dumbledore?" Perguntou Draco ao olhar o título.

"Achei perdido no Beco Diagonal." Disse Potter, sem tirar os olhos do livro.

"Andou pelo Beco depois do que aconteceu?" Perguntou o loiro arregalando os olhos. Quando Draco pensava que Harry estava deixando de agir como um grifinório imprudente, ele fazia algo idiota e provava que Draco estava errado.

"Só uma vez. Fui sondar para ver o que as pessoas pensavam que aconteceu com Yaxley." Disse Potter, erguendo a cabeça para olhar para Draco. "Também queria saber se havia suspeitas de alguma invasão a Gringotes."

"E descobriu alguma coisa?" Perguntou Draco, apreensivo. Hermione havia matado Yaxley por ele, a última coisa que ele queria era que ela se colocasse em ainda mais problemas por isso.

"Em relação a Gringotes, não há nada. Em relação a Yaxley, acham que alguém o atacou. Os boatos que circulam são de que eu o matei." Respondeu Harry.

"Mais uma tentativa de acabar com a sua imagem." Concluiu Draco ao se sentar em uma poltrona.

"Tudo bem, por mim." Disse Harry dando de ombros. "Desde que os aurores não abram uma investigação oficial."

"Não vão abrir." Afirmou Draco. "Estão usando a morte dele para te atacar, se seguirem um caminho diferente, perdem a credibilidade."

"E eles tem alguma credibilidade?" Bufou Harry.

"Bom ponto." Concordou Draco, com uma risada seca. "E o que diz esse livro?"

"Muitas coisas." Disse Potter, soando amargo. "Sabia que Dumbledore e Grindewald eram amigos? Eles chegaram a fazer planos para dominar o mundo trouxa juntos."

"Então era isso que meu pai queria dizer quando insinuava que Dumbledore tinha um passado sombrio." Murmurou Draco, se lembrando das palavras de Lucius sobre o velho diretor.

"Veja." Disse Potter apontando para uma foto de Dumbledore e Grindewald juntos. "Existem cartas entre os dois também."

"Eu sei o que parece Potter, mas não se deixe influenciar pelo que Skeeter escreve." Alertou Draco. Ele conhecia muito bem a mulher asquerosa.

"Nesse caso não acho que seja mentira." Disse Harry.

"Ela pode não estar mentindo, mas com certeza está manipulando a verdade."

"Você tem razão." Admitiu Harry. "É que ele escondeu tantas coisas que não sei mais em que acreditar."

"Acredite que as coisas não são preto no branco. Dumbledore com certeza não era o santo que todos pensavam, mas também não era uma pessoa ruim. Não endeuse nem demonize o velho."

"De qualquer forma ele fez o que era certo no final." Disse Potter passando algumas páginas para o lado. "Eu também notei uma coisa interessante. Veja essa assinatura."

Draco olhou para a carta assinada por Dumbledore. Ao invés de usar um 'A' para escrever "Alvo", ele usara o símbolo das Relíquias da Morte.

"Isso é interessante." Murmurou Draco. "Você acha que eles encontraram alguma?"

"Talvez." Disse Harry dando de ombros.

Essa poderia ser a conexão que eles precisavam para saber onde se encontravam o restante das Relíquias. Com as horcruxes destruídas e o confronto inevitável com Voldemort se aproximando, seria útil ter todas as armas possíveis com eles.

Diga-me Suas Verdades - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora