Na tarde seguinte, Hermione e Draco avistaram Harry pela janela observando o pequeno bosque no quintal, como se estivesse observando algo. Achando estranho o comportamento do bruxo, foram até ele.
"Harry?" Chamou Hermione se aproximando de seu amigo. "Está tudo bem?"
"Tive a impressão de ter visto alguém ali." Respondeu Harry.
Draco se aproximou do bosque e viu o que tinha alertado Harry.
"Aquilo é um esquilo." Bufou ele, cruzando os braços e observando o pequeno animal entrar atrás de uma moita.
"Estou ficando paranoico." Murmurou Harry com uma risada seca.
"Acho que não está." Disse Hermione se aproximando das árvores. "Vejam."
A alguns metros de distância, no fundo do bosque, havia uma luz prateada. Um patrono ao que parecia.
"Não siga, é uma armadilha." Alertou Draco.
"Não acho que seja." Disse Harry, ignorando o aviso e entrando no bosque.
"Draco está certo, Harry, volte aqui." Disse Hermione indo atrás do moreno.
"Malditos grifinórios imprudentes." Murmurou Draco, seguindo os outros dois. Um dia, eles ainda iriam matá-lo.
Adentrando cada vez mais profundamente ao bosque, eles seguiram até um poço congelado, que parecia um pequeno lago. O patrono, que tinha forma de corça, parou em cima das águas e desapareceu.
Cautelosamente, eles se aproximaram do poço e olharam para dentro.
"Aquilo é..." Draco começou a dizer, mas foi interrompido por Hermione.
"A espada da Grifinória." Disse ela, perplexa.
"Quem nos trouxe até aqui?" Perguntou Harry.
"Alguém que desejava permanecer anônimo, ao que parece." Respondeu Draco.
"E alguém que sabe sobre as horcruxes, já que a espada pode destruí-las." Apontou Harry.
"Não acho que essa pessoa saiba." Contrariou Hermione. "A espada também é simbólica e Dumbledore a deixou para você em seu testamento."
"Poderia ser alguém do Ministério?" Perguntou Harry.
"Se teve acesso a espada, provavelmente é." Respondeu Draco.
Potter deu de ombros e apontou sua varinha para o poço.
"Diffindo." Disse ele, e a camada de gelo que cobria as águas se despedaçou.
Harry começou a tirar a camisa e Draco arregalou os olhos ao perceber o que ele queria fazer.
"Não está planejando entrar em um poço congelado, está?"
"Sim, estou." Respondeu Harry, como se fosse uma atitude totalmente prudente.
Draco revirou os olhos e apontou sua varinha para o poço. Quando a água começou a evaporar, Hermione fez o mesmo feitiço, acelerando o processo. Em menos de um minuto, o lago estava seco.
"Bem pensado." Disse Harry.
Hermione passou a mão no braço de Draco e disse, com um sorriso:
"Você está cada vez melhor em feitiços não verbais."
"Tenho tido a melhor professora." Disse Draco dando um beijo em seu pescoço.
"Não comecem com isso aqui, esperem até chegarem ao quarto de vocês." Disse Harry, enquanto entrava cuidadosamente no poço. Ele chegou perto da espada e apontou sua varinha para ela. "Specialis revelio." Murmurou ele. "Está limpa."
Com um sorriso triunfante, Harry pegou a espada da Grifinória.
☆
Quando os três voltaram para casa, foram bombardeados por perguntas de Ron e Theo.
"Onde vocês estavam?"
"Isso é uma espada?"
"Isso é a espada da Grifinória?"
"Como vocês conseguiram isso?"
"Se vocês pararem de tagarelar , talvez possamos explicar." Gritou Hermione, interrompendo a onda de perguntas incessantes.
"Pois bem, expliquem." Disse Theo se sentando no sofá.
Após todos se acalmarem e se sentarem, Harry colocou a espada na mesinha de centro e Hermione começou a falar:
"Estávamos em frente ao bosque quando vimos um patrono em meio as árvores. O seguimos até um poço congelado, onde ele desapareceu. Dentro do poço, estava a espada."
"E nem passou pela cabeça de vocês que isso poderia ser uma armadilha?" Perguntou Theo erguendo uma sobrancelha.
"Claro que passou, mas como típicos grifinórios, esses dois resolveram correr o risco." Respondeu Draco.
"Ainda bem que correram o risco, não era uma armadilha." Murmurou Rony olhando a espada.
"Mas poderia ser." Retrucou Theo.
"O importante é que estamos bem e conseguimos a espada." Interrompeu Harry.
Rony deu de ombros e apoiou as costas no sofá.
"Mas já destruímos quase todas as horcruxes, não acho que será muito útil agora." Disse o ruivo.
"Claro que será." Afirmou Harry. "Pense em como seria tentar matar Nagini com uma daquelas presas de basilisco."
"Com a espada vai ser muito mais fácil, não precisamos chegar tão perto dela." Apontou Hermione.
"Tem razão." Murmurou Rony.
Draco pensou que, mesmo com a espada, matar aquela cobra seria quase impossível. Diferente dos outros na sala, ele tinha convivido com Nagini e sabia o quão letal ela podia ser. Não era à toa que o Lorde das Trevas a tinha em tão alto apreço.
"Talvez a gente devesse começar a planejar como vamos atrás de Você-sabe-quem e, consequentemente, Nagini." Disse Hermione, interrompendo seus pensamentos.
"Acho que nem podemos planejar, acho que precisaremos esperar a oportunidade certa." Contrariou Harry.
"Não podemos fazer isso sem um plano sólido." Disse Hermione.
"Mas não temos o que fazer." Disse Draco, ganhando a atenção de sua namorada. "Não podemos simplesmente invadir a Mansão Malfoy. Precisamos esperar a oportunidade certa, um momento em que ele saia da toca e fique vulnerável."
"Acho que vocês tem razão, mas odeio agir sem um plano." Hermione suspirou.
"Eu também, mas tudo o que podemos fazer agora é nos preparar." Disse Draco, colocando uma mão em seu antebraço.
"Continuar treinando." Disse Rony.
"A oportunidade certa pode ser daqui a alguns meses, mas pode ser amanhã." Apontou Theo.
"Precisamos ficar atentos." Disse Harry, se levantando e indo em direção a cozinha. "Como diria Alastor Moody, vigilância constante."
Depois de jantarem discutindo o que podiam fazer em seus treinamentos, todos foram dormir ainda cedo.
Draco passou horas se revirando na cama antes de conseguir pegar no sono. Preocupações sobre o Lorde das Trevas e Nagini assombravam sua mente, ele não podia deixar de se perguntar se os cinco estavam preparados para lidar com o que estava por vir. Além disso, outro pensamento tirou o sono de Draco. Quem enviara a corça prateada?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Diga-me Suas Verdades - Dramione
FanficDesesperado para se ver livre de Voldemort, Draco Malfoy recorre a uma medida drástica: forjar a própria morte. A princípio, tudo o que ele quer é desaparecer e recomeçar sua vida, mas acaba tendo que mudar seus planos. Quando seu caminho se cruza...