2 - Your fault!

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De noite, preparei hambúrguer para jantar com meu pai.
Tentávamos sempre jantar juntos, pois ele passa o dia ocupado no trabalho e eu estudando, então combinamos nas férias que a janta seria nosso tempo de pai e filha.

— Jen, me sinto abençoado por você ser uma boa filha.

O olhei surpresa.

— Por que o senhor tá falando isso? — Perguntei rindo.

—  Porque esses casos de adolescentes drogados está me deixando maluco. — Respondeu cansado. — Todos os dias aparece um adolescente drogado na delegacia ou um no hospital tendo overdose... Sempre me pergunto sobre os pais dessas crianças. Em que momento essas crianças se perderam...

Vi que meu pai estava triste, isso também me deixava triste, então resolvi anima-lo.

— Chega de tristeza, hoje é nossa noite de jogos! — Falei levando uma bandeja com os hambúrgueres e batata frita.

— Não Jen, sem jogos por hoje, estou cansado, droga!

Murchei. Mas decidi ouvi-lo.

— Ok, bote para fora. — Falei de voz arrastada.

Me sentei a sua frente e esperei ele começar seu monólogo de policial.

— Suspeito que temos um novo produtor de drogas por aqui, fazia tempos que não víamos muitos delinquentes por ai chapados, estão assustando nossos idosos e crianças!? — Começou a se exaltar. — Mas até agora só vi maconha e metanfetamina, estranho que tenha essas duas drogas, porém essas merdas são a porta de entrada para essa vida de merda! — ele da um soco na mesa me assustando.

Ele falava bravo e frustrado enquanto eu ouvia entediada mastigando as batatas fritas crocantes que fiz.

"Hurum" era só o que eu sabia responder.

— Logo, suspeito que sejam jovens que estão preparando essa merda. E provavelmente vem do lado mais pobre de Ligonier. Digo isso porque são drogas de baixa qualidade, e por enquanto não achamos nenhum laboratório nem nada.

Lá se foi nossa noite de pai e filha...

[...]

Já no meu quarto, após ouvir o descarrego de meu pai eu fui estudar. Já é 23h e eu ainda estou sentada na escrivaninha estudando e pensando em como explicar para o idiota as matérias da escola.
Minha cabeça não queria mais funcionar, ela viajava e criava inúmeras situação hipotéticas não tão hipotéticas, onde Taehyung arruina toda minha vida acadêmica e me deixava careca por estresse; nessa hora lembrei da minha pilula da felicidade.

Fui até meu guarda-roupa e peguei no fundo dele um remédio de TDAH.
Não tenho TDAH, mas esse remédio me ajuda a manter minha concentração e ter mais foco nos estudos...
Comecei a tomar esse remédio escondido no ano passado, quando conheci uma menina que usava esse remédio para conseguir ter concentração o suficiente para fazer tudo que queria. Ela se mudou de cidade, e para sua mãe não descobrir, ela me deu todos os seus remédios, como ela era minha única amiga em anos eu apenas aceitei como uma boba. Então comecei a usa-los nas férias, mesmo sabendo que era meio errado, quando meu pai começou a me pressionar por esse ser meu último ano escolar eu comecei a toma-lo todos os dias para aguentar a pressão.

Esse remédio virou meu maior segredo, uma coisa que ninguém precisa descobrir, pois como dizia Maquiavel, os fins justificam os meios.

Enfim, virei a madrugada estudando, não sei em que momento cai no sono em cima do notebook, mas sei que dormi bem mal.

[...]

6:00 meu alarme tocou.
Abri meus olhos lentamente, mas logo os fechei, pois a claridade que invadia minha janela ardia meus olhos.
Levantei minha cabeça e limpei minha baba.
Que nojo...
Minhas costas estavam doloridas e meu estresse já dava sinais.

Menino Teimoso ~ TaennieOnde histórias criam vida. Descubra agora