12 - Outbreak

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Eu saí da sala sem olhar para trás de cabeça erguida, senti todos os olhos na secretaria me seguirem. Sei que todos ouviram os gritos, mas ninguém fez nada a respeito, então vou me poupar de ver seus olhares de dó e curiosidade patéticos.

Fui para o corredor e continuei andando fingindo estar tudo sobre controle, e fingindo não reparar que meu braço quase foi arrancado agora pouco, quando alguém me parou tocando de leve em meu ombro.

— Jen, tá tudo bem?

Me virei lentamente para Taehyung com um olhar mortal.

— Sim.

Ele focou seus olhos no vergão que se formava em meu braço, que provavelmente ficaria roxo mais tarde, ele tocou meu braço, mas sem chegar perto da marca dolorida, ele acariciou levemente meu antebraço.
Seu toque levou arrepios por todo meu corpo, havia tempos que eu não sentia esse arrepio.

Fechei os olhos por um segundo buscando forças, e logo abri o encarando.

— Se veio atrás de mim para saber se eu o dedurei, fique tranquilo. Nem citei seu nome. — Fui seca.

— Eu não vim para perguntar isso... eu queria conversar.

— Agora não é o melhor momento.

— Jen... — Meu apelido saiu como um sibilo em seus lábios, me enviando mais arrepios. — Quero esclarecer as coisas com você.

Virei as costas furiosa segurando ao máximo minhas lágrimas.

— Como eu disse, agora não é o melhor momento

E segui meu rumo.

[...]

Taehyung sumiu pelo resto do dia, eu sabia que ele pulou o muro da escola para fugir após o assédio moral que meu pai cometeu com meio mundo por sua obsessão ridícula. Mas me doía pensar que ele não se esforçava muito para vir atrás de mim. Toda vez que eu finalizava nossas brigas eu queria que ele rejeitasse minha palavra final e insistisse, mas ele era covarde demais.

[...]

No carro com meu pai, a caminho de casa, não falamos nada, ele só abriu a boca para me avisar que eu estava de castigo. Que eu iria da escola para casa, de casa para a escola.

Não discuti, pois eu estava exausta psicologicamente para tentar argumentar.

E ele também me proibiu de ver o falar com Taehyung fora de horário de aula.
Mas tudo bem, porque nem nos falávamos em horário de aula mais...

[...]

Foquei nos estudos novamente.
Pois era a única coisa que eu conhecia que me "tirava" de meus problemas.
Minha relação com os estudos sempre foi tóxica, então aprendi a me acostumar com essa pressão psicológica.

Como meu remedio de TDAH acabou tive que ligar para minha amiga distante para saber como eu poderia pegar mais remédio. Ela pareceu meio receosa de me falar como conseguir, mas eu insisti e ela cedeu.
Esse remédio é forte, então é controlado e só pode pegar com receita.
Então ela me passou o contato de uma pessoa, com quem ela comprava esses remédio, antes de desligar ela me pediu desculpas, não entendi, mas aceitei.

Liguei para o número e o menino me deu um local para nos encontramos. Sua voz era estranhamente familiar.

Era o mesmo local do primeiro beijo que tive com Tae... Joguei essa lembrança para longe. Peguei um moletom escuro, uma calça jeans simples e fui para o Friendship park.

Entre as arvores estava um rapaz todo tatuado, de cabelos pretos como uma floresta sombria e piercing. Eu infelizmente conhecia cada pedaço da pessoa que me esperava naquele lugar.

Menino Teimoso ~ TaennieOnde histórias criam vida. Descubra agora