│❥ Dois opostos. Eles se odeiam, não se suportam. A verdade é que se pudessem não se ver mais, estariam mais do que felizes. Jungkook e Richarlison não aguentam mais a ideia de precisarem conviver juntos, mas por percalços do dia a dia, se tornaram...
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JK
• 19:30 •
Não consigo olhar Richarlison nos olhos. Estou com raiva. Morrendo de raiva. A aula de hoje é sobre músicas que representam o que você sente pela sua dupla. Visto que nós tivemos diversos trabalhos sobre se conhecer. Eu ia conhecer ele naquele dia. Se não fosse o ridículo do Son. Nossa, como eu odeio aquele coreano. Não me representa, nem um pouco! Consigo lembrar das palavras de Richarlison.
"— Como assim? — Indaguei ao pararmos ao lado do ponto de ônibus. — Nós íamos pra minha casa, porque você tá chamando um Uber pra mim?
— Porque o Son bebeu muito e me ligaram pra buscar ele, não posso ficar. — Ele olhava apreensivo para o celular, mas esperou até o meu Uber chegar. Não soltou a minha mão até confirmar que era realmente o motorista que veio me buscar. — Eu vou te recompensar, ok? Me avisa assim que chegar em casa!"
Desde aquela noite, eu não respondi ele. Não avisei se cheguei bem em casa ou se já tinha enviado o trabalho para o professor. Eu não quero ver ele. Não quero cogitar ouvir aquela voz que me faz ficar duro em segundos. Consigo lembrar dos seus gemidos enquanto nos beijávamos. Nossa, que merda! Eu queria fazer aquilo por horas e horas. Me irrita saber que se o Son estralar os dedos, Richarlison vai correndo até lá.
A sala estava tão deserta. Me sentei na última fileira, na esperança que Richarlison me esquecesse e ficasse de papo lá na frente. Aquela sala branca me deixava sufocado. Eu queria tanto só ficar em casa e esquecer dessa paixão idiota. Parece que ele já tem alguém em seu coração e eu só sou um intruso agindo como se o seu corpo fosse o meu lar. Mas acontece que... o meu coração já é dele.
É totalmente dele.
Eu não contei para ele, mas... eu escrevi uma música sobre e para ele.
— Ah, sim. — Ouvi a voz dele enquanto entrava na sala. Fingi que estava dormindo e consegui sentir os seus passos pararem na minha direção. Ele se sentou e se aproximou de meu ouvido. Consegui ouvir uma risada fraca enquanto ele passava a mão em minha coxa.
— Sei que você tá bravo comigo, mas não tem ideia do quão sexy é a sua cara emburrada. — Tentei segurar o meu sorriso, mas não consegui. — Levanta, tô com saudade do seu rosto. — Hesitei por alguns segundos, porque tenho plena convicção de que olhar para ele pode me deixar duro em segundos. — Ah, que lindo.
— O seu reflexo no meus olhos? — Ele assentiu e eu revirei os olhos. Tentei me deitar outra vez, mas ele negou ao me virar na sua direção. — O que você quer? Eu já escolhi uma música pra tarefa de hoje. Devia fazer o mesmo.
— Não posso, — ele se grudou em meu pescoço com um tom baixo — a minha música é basicamente sobre como eu quero te foder o tempo todo. — Engoli em seco ao averiguar quantas pessoas tinham na nossa volta, mas como estávamos na última fileira, estava tudo bem. — Qual música você escolheu?
— Baixinhos, da Xuxa. — Ironizei e ele riu da forma mais sincera que eu já vi. — Você liga pra música que eu escolhi? Pensei que o seu foco era o Son. Não que eu ligue.
— Você com ciúmes é melhor do que fazer um gol no último minuto de jogo. — O encarei intensamente. — Não precisa ficar com ciúmes. Ele é só um amigo. Nunca sentiria isso por mim.
— Você sentiria por ele? Me pareceu triste falando que ele nunca sentiria. — Ele negou calmamente. — Dane-se, eu não ligo pra sua vida pessoal mesmo.
— O famoso, "nem doeu", não é? — Debochou e eu tentei me levantar. Richarlison me sentou na cadeira outra vez e respirou fundo. — Eu não sei porque está com ciúmes, visto que eu só consigo ficar duro pensando em você e gozar lembrando dos seus gemidos naquela noite.
Meu coração se descompensou.
Me senti perdendo uma batalha.
Porra, esse cara é muito bom de lábia.
É brasileiro mesmo.
— Você só quer sexo, não é? — Indaguei ao me virar na direção do quadro. Ele ficou confuso. — Tipo, você sempre faz a mesma coisa. Fala de sexo, provoca e é isso. — Falei com certa tristeza. — Não me leva a mal, quero muito fazer isso com você, mas é que... eu quero mais do que... — Ele me puxou para baixo da mesa e me beijou intensamente.
Naquele momento eu nem me importei com a possibilidade de nos verem. De tirarem fotos. Eu só queria sentir mais aquela língua quente. Aquela mão grande se entrelaçando com os meus dedos. Ele dançava com a minha língua de forma intensa, a gente já conhecia os atalhos, sabia onde ir com calma e onde... morder. Então são em momentos assim que você percebe que não consegue viver sem o calor humano? Eu sinto que sim. Eu sinto que sem ele... eu não consigo mais.
— Isso é pra deixar claro, — se distanciou com a respiração descompensada — que eu queria te beijar desde o segundo que vi você. Que eu não quero só fazer sexo. Eu quero sim fazer mais, mas eu gosto das nossas brincadeiras. Gosto de como a gente é doidinho. Eu não estou brincando com os seus sentimentos, Joãozinho. — Disse ao me beijar na testa. — Você é o primeiro cara que me tira do sério, mas me faz ficar com vergonha de piscar perto.
— Não consigo acreditar em você ainda, deveríamos fazer isso outra vez? — Indaguei sem qualquer vergonha na cara. Richarlison deu risada e se levantou para ver como estavam os lugares na nossa volta. Só tínhamos nós por ali, então...
Vou te beijar até você dizer chega, Joãozinho.
Mesmo que eu esteja nos braços dele neste momento, não consigo tirar da cabeça o que ele pode ter feito com o Son naquela noite.
