Chapitre Dix

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Meus pais me levaram de carro até o aeroporto, e ao chegar, a primeira pessoa que encontrei foi Alice. Era era a única pessoa que já estava ali.

Sentada, em um dos inúmeros assentos, com um livro em um das mãos, e um pacote de M&M na outra. Me ofereceu o doce, e eu eficazmente recusei. Não tinha mais disquinhos amarelos.

Essa era a minha única mania — eu imagino —, comer apenas os M&M's amarelos.

Quando eu era criança, meu pai separava as balas de banana e abacaxi para mim. E conforme fui crescendo, esse hábito continuou presente na minha vida. Ao ponto de eu separar os confeitos amarelos, toda vez que comprava, e não comer os que fossem de outra cor.

Por isso, ao longo do tempo, eu parei de comprar. Eu perdia mais temp separando, do que comendo. E sendo sincera, nem entendia o motivo disso, não tinha gosto diferente. Era tudo chocolate. Mas eu ainda assim, não mudava.

Alice viu as fotos na internet e questionou o motivo de eu não ter desmentido tudo. E foi aí, que eu me vi obrigada à dizer a verdade a ela. Eu sabia que essa história precisava ficar no mais absoluto sigilo, mas era Alice... uma hora eu poderia bater na porta dela, precisando de um conselho, e como pediria?? Teria que contar tudo. Melhor contar logo.

— Você está vivendo uma história de livro!! — Alice exclamou dando um pulo do chão. Ela era leitora ávida de romances, e acabara de ouvir que sua amiga está fingindo namorar com alguém. Foi como jogar gasolina numa fogueira. — O mocinho e a mocinha fingem namorar, mas depois acabam se apaixonando.

— Se eu me apaixonar pelo Trevor, você pode me internar no hospício!!

— Não cuspa no prato que você já jantou. — Ouvi a voz do Simon, falar atrás de mim. Ele deixou as malas perto das minhas, e deu um beijo rápido na minha bochecha, que foi seguido por um maus demorado na de Alice.

— Emily já jantou no prato do Clevenot? — Alice olhou surpresa para Simon. Ele abaixou a cabeça, para rir, mas logo a levantou para olhar para a morena ao seu lado.

— Jantou e quer jantar de novo.

Lottie logo se juntou a nós. Eu pensei que teria que contar à ela toda a história do começo, mas Antoine já tinha contado tudo à ela. E como ele sabia? Trevor fez uma ligação de três horas com ele e Simon, só para contar. Todo mundo já sabia que nosso namoro era falso.

E por falar neles, os dois jogadores de vôlei demoraram a chegar no aeroporto. Brizard vinha direto da Itália, e Trevor tinha ido a Polônia buscar o discurso de padrinho dele, que tinha esquecido em cima da mesa do apartamento. Junto com a roupa que ele usaria na cerimônia e na festa.

Charlotte começou a ficar impaciente, com a demora do Antoine, e Alice e eu trocamos olhares. Era uma questão de poucos segundos até ela ligar para o noivo.

Para nossa sorte, eles logo apareceram na porta de entrada no aeroporto. O levantador veio na frente, com uma mochila preta — meio velha — nas costas. Ele ia casar e tudo que precisava cabia ali? Já Trevor carregava duas malas.

Brizard foi direto até Charlotte, os dois se abraçaram e ele disse algo, no ouvido dela. Depois, o levantador foi cumprimentar Alice, Simon, e eu.

Trevor demorou um pouco mais, as malas não queriam ficar em pé de jeito nenhum. E Simon precisou ajudá-lo, as apoiando nas seis malas que ele trouxe. Ivy, que estava entretida mexendo no celular, deixou o joguinho de lado para abraçar os joelhos do tio Trevor.

Ele deu um beijo na testa dela, e fez um leve carinho no topo da cabeça da garotinha, que sorriu e correu para abrir a mochila rosa e mostrar os desenhos que tinha feito com as coisas que ele deu.

You're My Universe - Trevor ClevenotOnde histórias criam vida. Descubra agora