Chapitre Un

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Dedicatória: Para todos aqueles que acreditam na existência de uma fita vermelha, que não se rompe, não se solta, e embora crie nós, nos liga eternamente ao amor das nossas vidas.

— Amiga, você precisa se acalmar!

Charlotte estava a beira do surto por causa do casamento. A loira alta, e esguia, caminhava de um lado para o outro pela sala ampla de casa. Quase tropeçando nos pés da mesa de centro e nos vasos de planta.

— Como eu vou me acalmar?

— Tenta respirar fundo. — Alice levantou, e com as mãos, gesticulou um movimento de subir e descer. Inútil, Lottie a ignorou e continuou sua maratona de quatorze metros quadrados com obstáculos pelo cômodo.

— Lottie, não é tão ruim assim.

Simon queria tranquilizar a melhor amiga, ele tentou, e tentou muito, mas essa frase... no contexto atual, foi a pior escolha que ele poderia ter feito.

Desencadeou a libertação de toda a fúria dela.

— Não é tão ruim assim? A incompetente da costureira derrubou suco de laranja no meu vestido e você tem coragem de dizer que não é tão ruim assim? É péssimo. Horrível. Um desastre.

Se ela não se acalmasse nos próximos cinco segundos, a graduanda de medicina que sonha em ser cirurgiã cardíaca, iria ter um infarto agudo do miocárdio.

— Mulher, se acalma! — A segurei pelos ombros. — Você é rica, consegue comprar outro vestido.

Charlotte ganhou muito dinheiro quando ainda era criança, aos sete anos uma agencia de modelos a descobriu e foi "amor a primeira vista". Estrelou campanha de roupa, de perfume, sapato, todo o tipo de publicidade voltada para o publico infantil/adolescente, tinha Charlotte Dubois como estrela principal.

— Emy, você não entende. Antoine quer casar no meio do mato, e aquele vestido combina com mato, mosquito, besouro. E todas as outras coisas que tem no meio do mato.

Brizard e Charlotte alimentavam a minha esperança do amor existir. Os dois eram muito diferentes, ela amava a vida na cidade, apressada em calcadas, correndo de carro pelas ruas — Esse último foi o motivo deles se conhecerem. Ela acertou o carro dele em cheio, e ainda teve coragem de discutir com o rapaz. Resultado: ela convenceu ele à pagar o conserto do carro DELA e em troca, ele a chamou pra jantar.

Quais seriam as chances de hoje estarmos discutindo sobre o vestido de noiva dela? Zero.

E ele era tranquilo, até demais. O homem era devagar quase parando. Amava as cachorrinhas — Chanel, Versace, Fofura e Peludinha. Dá pra saber quem escolheu cada nome, né?! — as duas calopsitas, e a gata Verona.

— Se é pra combinar com campo — Simon segurou a risada pra falar. — Por que não casa vestida de espantalho? — Começou a rir e a Alice acompanhou. Os dois não estavam apenas rindo, caíram na gargalhada.

— Eu estou vivendo a maior crise da minha vida e os palhacinhos rindo?! Ainda bem que não são meus padrinhos. — Levou as mãos da cintura para meu rosto, o segurou e puxou para perto de si. Os olhos azuis feito o céu certeiros nos meus. Charlotte?? — Mas você é. Emy faz alguma coisa.

Que raios eu poderia fazer?! Estava exausta após um plantão do estágio na emergência, eu queria dormir. E não entendia nada de costura. Ou vestidos de noiva.

— Lottie, eu não tenho o que fazer. A costureira manchou seu vestido, você pegou o dinheiro de volta, e agora precisa procurar outra loja. É isso.

— Tem sim. — Tenho? — Sophie não é super amiga da filha da dona daquele ateliê chique no centro da cidade? — Fomos duas vezes lá, e nas duas, não havia nenhum dia disponível. Esqueci de mencionar, mas Charlotte queria um vestido sob medida. Único. Feito especialmente para ela. — Pede à ela para ser uma boa madrinha e conseguir um horário pra gente ir lá, eu pago o triplo pra ficar pronto em sete semanas.

You're My Universe - Trevor ClevenotOnde histórias criam vida. Descubra agora