Aprisionados pela paixão

Capítulo Um

Robert Narrando

E mais uma vez ali estava eu, esfregando o rosto e criando coragem para me levantar da cama. Eu trabalho em uma prisão de segurança máxima, cuidar e dar ordem em presidiários não é para qualquer pessoa, requer muito esforço e paciência.

Me levantei da cama, e segui em direção ao meu banheiro, tomei um banho bem relaxante, e logo saí, minha mulher já estava sentada na cama.

- pode voltar a dormir meu amor - disse me aproximando e alisando a bochecha dela que estava sonolenta

- você sabe que depois que sai eu não durmo Rob - falou ela me encarando

- Vivian, infelizmente eu tenho que trabalhar, se não eu ficava mais alguns minutinhos deitado com você

- tudo bem, também vou ter que ir trabalhar daqui a pouco mesmo - disse a mulher dando de ombros

Dei um beijo na testa da minha mulher e em seguida me despedi e desci as escadas, comi apenas uma maçã pois estava sem fome.

Peguei meu uniforme e coloquei tudo corretamente em seu devido lugar, após alguns minutos escutei uma buzina. Sai de casa e lá estava o ônibus me esperando, respirei fundo e me aproximei, entrando no veículo logo em seguida. Lá dentro estavam todos os meus parceiros policiais.

- que cara é essa policial Rob, nem parece que sua mulher está te satisfazendo - falou um dos policiais dando-se gargalhando junto com os outros

- minha vida íntima, não diz respeito a nenhum de vocês. E respondendo a sua pergunta policial Marcelo, eu estou apenas cansado - disse encarando o homem que me encarava assustado

Me sentei em um dos assentos que estavam desocupados, o ônibus começou a se movimentar, e depois de algumas horas chegamos em frente a penitenciária. Revirei os olhos e me levantei de onde estava sentado, descemos todos do ônibus, e em seguida seguimos em direção aonde trocávamos de roupa.

Chegamos no vestiário, e todos aqueles policiais começaram a trocar suas roupas, tirei minha camisa e em seguida troquei pelo uniforme que usava no meu cotidiano.

- policial Rob, ouvi boatos de que vão chegar novos presos hoje - falou o policial Santos chamando a minha atenção

- mas sabe que horas vão chegar ?- perguntou o policial Marcelo

- já chegaram, estão a espera para serem revistados e serem inclusos nas celas - disse o diretor aparecendo do nada

- e quem vai fazer isso ?- perguntou o policial Santos curioso

- ainda estou vendo, por que esses presos são um pouco safados-  falou o homem fazendo aspas com as mãos

- pode deixar comigo - falei me oferecendo

- tem certeza ?- perguntou o diretor arqueando a sobrancelha esquerda

- absoluta certeza, sei lhe dá com esse tipo de pessoa

- tudo bem, já sabe para onde seguir - disse o diretor sorrindo

Segui em direção a onde examinavamos os presos que haviam acabado de chegar, e lá estavam eles, todos olhando para o nada.

- eita, esse aí que chegou é bem gostosinho, quero para mim- falou um homem mordendo o lábio inferior

- vou deixar bem claro algumas coisa por aqui. Sou casado e muito bem casado, não gosto de nenhum tipo de brincadeira, então acho bom controlar as palavras, ou já quer passar algumas horinhas na solitária - disse encarando o detento que se encolheu

Ao lado de todos aquele homens suados estava um garoto, ele não falava nada, dava para perceber que ele nunca esteve em uma penitenciária de segurança máxima.

Comecei a examinar os homens, e assim que terminei, entreguei a roupa para se trocarem, e após, levei todos em suas devidas celas.

Por último ficou o garoto, dava para perceber que ele estava com um pouquinho de medo.

- por que está com medo ?, não pensou nas consequências antes ?- perguntei chamando a atenção dele

- na verdade não estou com medo, estou apenas um pouco assustado, é a primeira vez que entro em um presídio

- mas o que você fez para estar aqui ?- perguntei curioso

- um roubo de amigos. Eles acharam que roubar o mercadinho da esquina seria uma boa ideia, mas quando a polícia apareceu, jogaram tudo nas minhas costas, e bom, aqui estou eu agora - explicou ele com sua voz doce

- apenas te digo para ter cuidado com alguns detentos por aqui - parei de falar assim que chegamos em frente a cela do garoto

O homem que estava ali logo se aproxima de mim e do garoto.

- essa doçura vai ficar aqui comigo ?- perguntou o detento passando a mão no rosto do garoto que se escondeu atrás de mim

- muito cuidado Donald, as belas coisas tem seus espinhos - disse gargalhando - bom, garotinho, você fica aqui - falei me virando para o garoto que estava atrás de mim

O garoto entrou na cela, e logo em seguida voltei para onde ficam os guardas pois precisava fazer o meu trabalho.