Capítulo 3: Segredo

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Antes do Gabriel chegar, parecia que ia acontecer algo sério. Eu quase aceitei transar com ele há pouco, em cima de uma mesa, numa salinha. O que eu tô fazendo com a minha vida? Confesso que estava um pouco nervosa, foi tudo muito rápido. Aguardo, curiosa, pelo que ele vai dizer, então ele começa:

- Só para reforçar não fala com ninguém sobre a gente, principalmente, com o Victor. Ele, com toda certeza, vai falar para a Lorena e você sabe que eu gosto dela. Não quero que ela se irrite ainda mais comigo. 

Ele está tão desesperado que nem percebe o quão absurdo é o que está falando e para quem está falando, a mesma menina que ele estava comendo minutos atrás. Aquilo me quebrou! Eu...Ai, meu Deus... Aquilo que fizemos... Coisas que eu não pretendia fazer tão cedo e, mesmo que quisesse, seria com alguém que eu confio. Que porra eu estava fazendo? Porém, eu sou uma boa pessoa e fui compreensiva, assim respondo:

- Se depender de mim, isso morre aqui. Pode ficar despreocupado. Porém, acho que vai ser difícil negar que esteve com alguém depois das marcas que vão ficar nesse pescoço. - Digo colocando minhas mãos sobre os chupões e começo a rir.

Ele pega o celular e visualiza seu pescoço na câmera, então diz:

- Você capricou, viu, em todos os aspectos...De santa só a cara. - Estampava uma expressão safada e morde o lábio inferior.

- Mathias, por favor, fico com vergonha assim. - Digo com as bochechas queimando de timidez. Porém, eu nunca perco uma oportunidade de flerte. - Seus atributos também não estão nada mal. - Digo olhando para seu pênis, ainda ereto e marcando presença na calça, e volto meu olhar ao dele. 

- Jade! - Ele fica surpreso com tamanha ousadia. - Você nem viu... - Ele responde e faz uma carinha de tristeza como quem está pedindo por mais.

A tensão sexual que está no ar é indescrítivel. Ela envolve e empurra nossos corpos um em direção ao outro. Eu apoio minha mão sobre seu peito e falo:

- Eu não saio sem meu selinho no final.

Eu consigo o que quero e, antes mesmo de continuarmos, a Carla chega com o carro buzinando e com um funk pesadão no volume máximo. Ela está gritando: 

- Jade! Jadezinha! Amiga! Cheguei! 

Mathias e eu fomos interrompidos. DE NOVO. Afasto-me dele com pressa, corro para o carro antes que Carla comece a gritar que estamos juntos, ele fica paralisado me observando de longe. Enquanto atravesso a rua, o pessoal da festa me dá tchau do topo do prédio. Mando beijos na direção deles e entro no carro. Carla pisa no acelerador com tudo e saímos de lá igual um carro de fórmula 1, daí falo:

- Meu Deus, Carla! Tá drogada!? Diminui a velocidade agora! - Exclamo perplexa.

- Jade, fica calma. Eu não tô drogada, estou muito sóbria na verdade. - Ela diz rindo enquanto o carro começa a andar mais devagar. - Pronto. Só estava colocando um pouco mais de adrenalina nessa noite, meu rolê foi um lixo.

- Não consigo acreditar que fui pegar carona justo com você. Seu pai é maluco de te emprestar o carro. Adora te mimar mesmo. Nem carteira você tem, doidona! - Começo a rir, já que, não consigo ficar com raiva dela por muito tempo. - Voltando, por que seu rolê foi um lixo?

- Voce é minha melhor amiga, com certeza, sabe o motivo. 

- Renan. - Eu respondo.

- Na mosca. Ele não me deixa em paz, porra! Não consigo curtir uma noite sem que ele apareça, me fale um monte de merda sobre como eu destruí a vida dele, como eu não dei a mínima pro nosso relacionamento e mais chatice. Nossa, é péssimo porque acaba com a minha diversão e tudo que eu queria era sair de lá o mais rápido póssivel. - Ela começa a chorar. - Poxa, isso tudo que ele diz é mentira. Eu amei ele, mas não deu certo. Ex é ex. Não sei porque ele insiste em me procurar. 

- Eu não suporto esse garoto, puta que pariu! O tanto que eu já falei pra ele se afastar, uma hora ou outra a gente vai ter que fazer BO na polícia. - Percebo que não é momento de xingá-lo, mas, sim, de dar apoio pra Carla. Então, pego na sua mão livre, enquanto a outra continua no volante. - Você tá certa em cada palavra, amiga. Saiba que o tempo sempre resolve e fica tudo bem no final. Enquanto isso, vou estar sempre aqui para te abraçar, te consolar, te ouvir, bom, ser a melhor amiga que você merece. - Eu falo e ela cessa as lágrimas.

Depois de se recuperar do choro, ficamos algum tempo em silêncio, o mesmo não dura muito porque Carla decide fazer uma pergunta:

- E esse casaco? É do Mathias, não? - Ela me olha com malícia. - Eu vi vocês dois quando cheguei, por isso, nem tenta distorcer a história que eu vi a cena todinha. Ficaram né? - Ela diz.

- Fiquei... - Falo envergonhada. 

- Sabia! - Ela grita e bate com tudo no painel do carro. - Conta tudo! 

- Ah, menina! Depois do fim dessa história, você não vai me reconhecer. - Eu respondo.

Então, conto tudo em detalhes para a Carla contrariando o pedido de Mathias que exigia sigilo. Ninguém vai saber, exceto a Carla. Com melhores amigas é assim, não tem segredos entre nós.  Ela fica pasma com o que ocorreu durante o beijo, ainda assim, estava incentivando para eu ter ido a um motel com ele. É louca mesmo! Assim como eu, ela estranhou essa necessidade para esconder a história toda e, pior, ele falando que era apaixonado por outra menina depois do beijo. 

Quando eu estava na porta de casa, já havíamos contado várias fofocas sobre as nossas resenhas e rimos bastante. Dou um abraço nela e saio do carro, antes de eu entrar, digo:

- Me lembra de não sair mais sem você. Eu perco o juízo. 

- Se é assim sem mim, imagina comigo! - Nós rimos. - Boa noite, Jade. 

- Boa noite, amiga. Cuidado na estrada, viu? - Deixo avisado.

- Sempre. - Ela responde e sai como um flash.

P.S. A Carla e a Jade são amigas tão fofas! Por quanto tempo esse beijo vai ficar em segredo? 
Leia mais capítulos para saber o que vai acontecer em "A Escolha". Até breve :) <3

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