Capítulo 11: Pijamas

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Não demorou para chegarmos, Victor sabia muito bem o caminho até a casa da Mariana. Toco a campainha e, pouco depois, Mari aparece na janela e abre um grande sorriso para nós. Ela se direciona até o portão para abrir para mim, toda animada, e me dá um forte abraço. Antes de entrarmos, ela avistou Victor dentro do carro, que ainda esperava eu entrar ou ainda esperava poder vê-la. Pobrezinho, só faltava babar. Estava boquiaberto quando ela apareceu numa camisola de dormir e um robe, ambos brancos e com detalhes em renda,  e seu cabelo preso em um coque mal feito com duas mechas para frente. Seus trajes quase transparentes delimitavam seu corpo escultural e acentuavam cada um dos seus traços. Ela estava verdadeiramente linda! Mari se abaixou na calçada, na altura da janela do carro, e diz:

- Ei, Victor. - Seu tom era de malícia e provocante. Ela sabia que tinha o abalado.

- O-o-oi. - Ele responde gaguejando, mas recobra a pose e continua: - Reunião das garotas? Espero que não seja para falar mal de mim. 

- Como você se acha, nem tudo gira em torno de você. - Respondo com deboche e mostro a língua para ele.

- Fica quietinha aí, Jade! - Mariana dá uma risadinha. - Ainda vamos ao clube amanhã, linda? - Ele pergunta para a Mari. 

- Claro, logo que as meninas saírem você pode vir. - Ela responde. 

- Fecho, então. Te espero. - Eles trocam olhares por um momento. 

- Vamos logo, gente! Parem de ser tão apaixonados. - Falo batendo palmas e puxando Mariana para dentro. No momento de solidão e abandono que eu estava vivendo, era difícil ver casais com desejo assim nos olhos. 

- Tchau, sua insuportável. Se cuida. - Victor fala para mim e sai em alta velocidade. 

- Tchau, chatinho. - Grito para ele.

Dentro da casa, jogo minha bolsa no chão da sala de estar, tiro os sapatos e me atiro no sofá. - Eu já sou de casa, gente. - Ao contrário do lado de fora, onde a noite estava gelada e os ventos intensos, o lugar estava bem aconchegante devido a lareira moderna que esquentava a sala. A Mari morava sozinha na cidade, enquanto os pais conduziam seus negócios, relacionados à agropecuária, na fazenda da família. Então, aqui é praticamente minha segunda casa. Bato as mãos na almofada do sofá, indicando para ela se sentar ao meu lado. Ela vem toda animadinha e fala: "Conta tudo!". Nesse intante, abro um sorriso e começo a tagarelar sobre os eventos recentes: o sumiço do Pedro, o "vídeoclipe" com o Mathias, a minha conversa com Victor e detalhes mais obscenos, como meu tesão acumulado e minha vontade incontrolável de transar. Depois de ouvir tudo e mais um pouco, a Mariana conclui:

- Amiga... Eu tô pasma! Essa parte do distanciamento do Pedro, eu venho acompanhando com você faz um tempo, mas o fato de ter um vídeo que indica que você deu para o Mathias Lopes foi com certeza o ponto alto dessa história! - Ela fala em um tom humorístico e termina com uma gargalhada. 

- Não tem motivo para rir! É desastroso e humilhante! - Repreendo-a, mas rio também. - O pior não é indicar que eu dei para ele, o pior foi a camera gravando o antes... 

- Você está falando...? - Ela levanta a mão e mexe os dedos. - Não! Naquele lugar? - Aceno com a cabeça baixa que sim. - No meio do corredor? - Repito o gesto anterior. - Nossa, Jade, você é uma fodida mesmo! - Mariana continua a rir, ainda mais alto agora.

- Sim, eu sou! Como eu negaria que eu dei para ele com algo assim gravado? Sorte a minha esse vídeo não ter vazado. - Respondo com alívio.

- Muita sorte! - Gargalhamos mais um pouco e fizemos piada da situação. Agora, eu consigo rir da bomba atômica que é esse vídeo. - Não acredito que Victor sabia e não deixou transparecer em momento algum! - Mariana fala surpresa.

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