Cap. 3

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"Não chame o meu amor de idolatria
Nem de ídolo realce a quem eu amo,
Pois todo o meu cantar a um só se alia,
E de uma só maneira eu o proclamo.É hoje e sempre o meu amor galante,
Inalterável, em grande excelência;
Por isso a minha rima é tão constante
A uma só coisa e exclui a diferença.'Beleza, Bem, Verdade', eis o que exprimo;
'Beleza, Bem, Verdade', todo o acento;
E em tal mudança está tudo o que primo,Em um, três temas, de amplo movimento.
'Beleza, Bem, Verdade' sós, outrora;
Num mesmo ser vivem juntos agora.

- William Shakespeare"

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Dias se passaram, e com os dias, as semanas vieram e se foram... E com isso novembro se foi. E dezembro chegou trazendo com ele o inverno intenso e os preparativos para as festas de final de ano. E com isso, o vazio, a solidão, apesar de Severus nunca gostar de comemorar datas especiais, esse ano em específico o fez pensar que seria bom, ter alguém para acompanhá-lo em um jantar de Natal, uma família talvez Com certeza era bobeira mas ao pensar em tudo que passou em um ano, e principalmente ao pensar nos natais terríveis que teve. Algo nele se acendia, talvez não seja uma má ideia comemorar o Natal e o início de um ano novo. Mas para onde ele iria? Sempre foi um homem solitário, sem família. Talvez ele comemore no hospital?! Não! Isso já está ficando fora de questão, já que nesse meio tempo, ele já estava quase 100% recuperado. Ele só esperava pelo dia que receberia alta do hospital, e voltaria para casa.

Os médicos que acompanharam seu caso des do início, estavam impressionados, afinal, não era qualquer um que sobrevivia ao veneno de uma cobra como Nagini. E agora ele estava bem, até mesmo já conseguia falar novamente.

Ele não esperava ninguém, e como esperado ninguém veio vê-lo, a não ser Minerva, que voltou várias vezes, para vê-lo. Trazia notícias de todos, mas a velha bruxa nunca mais tocou no nome da bruxa de cabelos bicolores.
Narcissa... ela nunca mais voltou, nem se quer uma notícia. Não que ele se importasse em tela em sua presença, mas alguma coisa naquela mulher o intrigava.

E agora mais uma coisa o incomodava, em especial uma criança. Pela qual ele nutria um grande sentimento de remorso e culpa.

- Bom dia Sr. Snape. – Safira como sempre, espalhando sua alegria. – Tenho uma ótima notícia para o senhor.

- Seja breve Safira. – Severus responde sem olhar para a mulher.

- O senhor recebeu alta! – Safira sorri, enquanto batia palmas empolgada. – E claro, com algumas considerações.

- Faço qualquer coisa, para sair daqui.

- O senhor tem que comparecer para um checagem a cada um mês! – Safira explica. – E por agora, deverá ter alguém para acompanhá-lo, ao contrário não poderá deixar o hospital. – Safira fala, já se encolhendo no cantinho, sabendo que o homem ficaria uma fera.

- O que? – Severus pergunta perplexo. – Isso é um absurdo, sempre vivi sozinho. Nunca dependi de ninguém. – Ele falava furioso. – Aliás, nem se quer tenho alguém para me humilhar ao ponto de pedi cuidados.

Fui então que passos foram escutados, pelo corredor, e em um passe de mágica, o aroma de jasmim invadiu todo o ambiente, era ela, sem dúvidas seu perfume era inconfundível. Severus olhou em direção a porta, e a viu. Olhou em seus olhos, e pode perceber que a mulher estava mais abatida com a pele mais pálida, até mesmo um pouco mais magra. Muito diferente da mulher que lhe foi visitar quando acordou.

- Como está Severus? – disse em um sussurro, desviando o olhar.

- Bem Sr. Malf... Black. – Corrigiu. – Sr. Black.

Second Chance || Snarcissa Onde histórias criam vida. Descubra agora