𝒞apítulo 1 ꒰ 𝒜 árvore perfeita﹙🎄﹚

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ㅤ𓈒ㅤㅤㅤ✩       𝒫arte 2  ㅤㅤೀ

Wednesday seguia os passos compridos do tio com facilidade, os braços cruzados na altura do peito para conter o frio descontrolado que cercava a todos.

Ela quase se arrependia de ter aceitado ir, mas a imagem de Enid se esgueirando sobre as copas dos pinheiros com aquele laço de veludo estupidamente fofo prendendo seus fios dourados faziam-na mudar de ideia.

Na visão da latina, naquele fim de tarde, a loira brilhava mais que qualquer explosão de astros.

— Pubert, menino, venha cá! — O homem alto grita, chamando a criança com a palma da mão. — Ajude seu tio a achar uma boa árvore de natal, hm? Deixe a senhorita Sinclair em paz. — O caçula faz um bico, parando de correr atras da de bochechas rosadas para se estacionar ao lado do mais velho, suas botinhas se afundando na neve macia.

— Mas, tio...! Nós estamos brincando... — Ele resmunga, abraçando a perna do padrinho, o impossibilitando de andar.

— Está tudo bem, Senhor Fester. — Enid diz, as bochechas mais rosas que o comum por causa do frio, se aproximando deles com certa dificuldade, a neve acumulada atrasando seus movimentos.

A latina não saberia dizer o que sentiu ao ver a loira tão integrada à família. Mas foi bom, ela estava genuinamente feliz em poder assistir a menina interagir com seus parentes.

— Fester, menina, Fester! — O Addams reforça, induzindo Enid a rir de sua expressão. — Vou ter que eletrocutar sua namorada.

— Enid não é minha namorada e você não vai eletrocuta-la. — A latina se intromete, rogando para que a de bochechas rosadas não tivesse escutado a blasfêmia soprada por seu tio.

Ainda.

— Tio. — Ela rosna, em advertência.

— Parei, parei!

— Vamos nos separar logo, para achar essa maldita árvore logo.

Bufa Wednesday, perdendo a paciência — ela, na verdade, não sabia o motivo de tamanho stress. Estava feliz, certo? Mas, mesmo assim, aquele incômodo a consumia.

A sensação de sufocamento, como garraras rasgando seu pescoço e peito, não a deixando sã com aquela mínima brincadeira do padrinho.

O sentimento só tornou as coisas mais reais. Fechando os olhos com força, a latina percebeu que estava enlouquecendo — quase como seu pai, talvez pior. 

Maldita! Maldita! Maldita!

A voz fininha de seu irmão a trás de volta dos devaneios, forçando a de fios escuros a fitar Enid — ela batia os cílios compridos em desaprovação a Pubert, que imediatamente parou de repetir a palavra, correndo para a direção oposta em energia.

— Vamos por aqui, felpuda. — Wednesday chama, começando a caminhar por uma pequena fenda entre os caules das árvores da floresta.

Não queria olhar para o rosto leitoso de Enid, vê-la de forma tão íntima era estranho.

Uma coisa era observá-la chorar ou dormir, outra era ver a pessoa que tomava todos os seus pensamentos interagir de forma tão fluida a sua família, como se estivesse destinada a pertencer a ela — e, por Lúcifer, como ela queria que estivesse.

A latina não se agradava muito a sentimentos, eram instáveis demais, e se não fosse pelos discursos memoráveis de seu pai, ela nunca saberia que estava apaixonada.

Mas estava e era palpável. A pior das torturas, poderia se dizer, exceto por alguns momentos, quando ela desfruta do prazer de observar a loira de longe, admirar de forma silenciosa seu rosto e seus gestos.

𝒪 𝒩atal mais quente 🎄 ꒰ 𝘄𝗲𝗻𝗰𝗹𝗮𝗶𝗿 ദOnde histórias criam vida. Descubra agora