cap 5

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Pov: Carla Maraisa

Minha boca foi no chão, Marília estava sentada em sua cadeira, concentrada em seu computador, com um terno feminino preto e um salto fino preto também, seu perfume estava invadindo a sala ela pode ser a visão do paraíso. A sala dela era também em tom preto e branco mais com bastante decoração.

— gostou ?- perguntou e eu acabei não entendendo.

— oi?

— gostou da sala?- perguntou novamente se concentrando em mim.

— ah sim, gostei muito, achei bem neutra e muito decorativa.

Ela apenas me olhou com um semblante sério e pediu para mim sentar.

Engoli em seco, na hora que fui sentar de tão nervosa que eu tava eu acabei caindo no chão, eu poderia ter fingindo desmaio mais acho que não daria muito certo.

Ela pegou na minha mão para me ajudar a levantar e quando eu fui para cima nossos corpos acabaram se chocando e nessa bagunça toda acabou tendo uma troca de olhares, eu tava me sentindo um anão perto dela, agora imagina ela com aqueles olhos penetrantes me encarando segurando meus braços para eu não cair novamente, quando ela percebeu oque tava fazendo resolveu voltar a sua postura normal.

— você bem ? - ela perguntou do meu lado

... sim , obrigado- falei me sentando na cadeira novamente enquanto ela sentava na sua.

— Maraisa fiquei sabendo que você é acompanha meus livros certo ?

— sim, muito muito.

— oque queria perguntar para mim, para querer me ver ?

— bom, o último livro seu publicado, poderia sim ter um final feliz.

— nome ?

— "talvez em outra vida "

—Hum, diga !

—  a protagonista não pode simplesmente desistir do amor assim e entrar em uma depressão, ainda a uma esperança para ela.

— como você teria tanta certeza?- perguntou olhando para a morena.

— bom o livro e seu, mas estou te pedindo que continue com a história,e  se terminasse em um final feliz?.

— Maraisa entenda, nem todos livros terminam em um final feliz.

— pode terminar em um final feliz sim, basta agente querer mesmo que o livro se baseia-se em um fato real.

Marilia me olhou pensativa, seus olhos pareciam tristonhos mas não entendi.

olha, como você mesmo disse o livro e meu, eu não entendo porque mudar o final do livro, sendo que esse foi o destino da garota.

— como você teria tanta certeza?- perguntei a mesma frase que ela havia dito.

— olha Maraisa basta, eu não vou mudar minha opinião, se quiser um livro que tenha finais felizes, procurar outros escritores, concerteza foi uma perda de tempo de você ter vindo para , o fim de semana acaba amanhã comprarei a passagem amanhã mesmo para você voltar.- ela falava com a voz ríspida e um semblante sério.

— ok, tudo bem obrigado por me ouvir pelo menos.- sai da sala com a cabeça baixa não sabendo o porquê dela ter sido tão rude a esse ponto eu só queria fazer dar uma opinião.

Mas você é uma tola também né Maraisa, oque você esperava que ela iria fazer a sua vontade, a melhor coisa a se fazer mesmo e voltar para o Brasil.

...

Pov: Marília Mendonça

— QUE SACO- gritei atingindo um quadro na parede oque fez um barulho e tanto.

A Garota devia ter uns 17 anos, por isso tão boba e pirralha, eu não sei porque as pessoas insistem em colocar um final na história que já tem um final e esse foi o final e ponto.

Percebemos que gosto bastante da palavra "final" não tenho culpa se todos os livros têm um.

                     Vamos lá...

nos meus 16 anos conheci uma garota no colégial seu nome era Laila, e eu sempre tive a dúvida da minha sexualidade por causa do meu jeito que as vezes olhava para as meninas e eu acabei percebendo que eu gostava dela mais não era um gostar qualquer, era um gostar diferente eu não conseguiria explicar, e dava para ver nos olhos dela que ela sentia o mesmo.

Ficamos algumas vezes, mas esse ficar acabou criando mais sentimentos, e foi aí que percebi que eu me apaixonei.

Pela primeira vez eu consegui sentir algo diferente por uma pessoa, todos sempre me chamavam de sem sentimentos ou orgulhosa demais ou também coração de pedra.

Mas eu tinha motivos para ser assim eu não tinha culpa, eu tentava ao máximo dar o melhor de mim principalmente para minha família desde de pequena, e nada tava bom para eles, tudo que eu fazia reclamavam, era uma relação tóxica e isso me deixava para baixo, porque todas as vezes que eu ia na casa de um coleguinha eu estranhava a forma que os pais os tratavam, e aquilo era amor.

Oque eu nunca tinha recebido...

Não até conhecer Laila, eu gostava dela de verdade e ela parecia gostar de mim.

Eu disse parecia.

Não se iludam.

Nos namoramos escondido por uns 3 anos, e  cada dia que passava eu me via mais apaixonada nela, nos meus 18 anos entrei para faculdade e consegui um emprego em uma empresa de um amigo do colégial, ganhava o suficiente para não querer mais morar com meus pais.

Eu nunca seria aceita na minha família em um relacionamento com uma mulher foi isso que eles disseram, por isso nunca a apresentei a eles.

Quando eu completei meus 20 anos estava indo levar um presente para minha namorada em seu escritório para comemorar nosso 5 anos de namoro, mas acabei me deparando com uma cena que nunca imaginei ver.

Laila estava com uma mulher em cima de sua mesa quase a devorando.

Eu sai rápido aos prantos da empresa e fui direto para o meu apartamento.

chorei dias, noites meses.

E se vocês querem saber, Laila nunca nem me procurou mais.

Eu me senti completamente inútil, e até hoje nos meus 28 anos me sinto uma, por isso faço livros para desabafar.

Não queria ter falado daquele jeito com a garota ela parecia mesmo se interessar por meus livros e estar feliz em me ver, e por isso que me odeio tanto ao ponto de afastar até pessoas que talvez só queriam conhecer um pouco mais da Marília Dias Mendonça.

My writer > ( Malila ) <Onde histórias criam vida. Descubra agora