[2] Ele quer saber.

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#VelocidadedoÓdio.

Kim Taehyung gostava da vida que tinha. Vivia com o melhor amigo, Park Jimin em um apartamento nem tão grande, mas não chegava a ser tão pequeno. Um bom lugar para morar duas pessoas.

Ele era um francês-coreano com uma boa vida na Coreia do Sul. Tinha um namorado atencioso e um melhor amigo que podia contar para tudo. Não ganhava muito bem no trabalho, mas compensava sendo Vante nas rachas. O dinheiro que ganhava por participar e ser copiloto de PJ, era uma quantidade que conseguia manter uma vida boa, além de não precisar pagar a faculdade de Artes que fazia, por ter uma bolsa do governo Francês que cobria todas as despesas.

Trabalhava em um café no subúrbio da cidade, onde ganhava 9.160 wones¹ por hora. Era pouco, mas conseguia ajudar a pagar as contas de casa, que dividia com Jimin. O dinheiro da racha, ele usava para comprar telas, tintas, se divertir, fazer uma programação com o melhor amigo ou o namorado. Ele tinha uma vida boa.

(1. 9.160 wones por hora equivale a aproximadamente 37 reais por hora.)

Tirando a parte que tinha que mentir para seu namorado sobre sua vida, ele tinha uma vida boa. Seu namorado não sabia que ele era V nas corridas, ele não queria dizer, ele não queria que Yoongi descobrisse a vida que ele se submetia, por mais que saiba que o Min participasse, sabia também que ele fazia por diversão, ao contrário dele.

Mas para Taehyung, andar de moto em corridas ilegais, não era seu tipo de diversão. Ele gostava de treinar com Jimin, mas depois que o amigo o sugeriu que ele ganhasse uma renda extra com isso, o que era para ser um hobbie, virou por necessidade e deixou de ser legal a partir do momento em que, ao pilotar na sua liga, ele pensava na recompensa.

Nenhum dos dois tinha dinheiro para ter uma moto própria. Usavam a de suas ligas para pilotar, tornando isto ainda mais obrigatório. Porém, Taehyung se tranquilizava por ver que Jimin ainda se divertia com isso.

O garoto entrou no seu apartamento, retirando o sapato de seus pés, deixando na entrada, sentindo o chão frio dar um contraste aliviante para seu pé quente – que já estava com o calcanhar machucado por conta do tempo os utilizando – e largando sacolas de supermercado no balcão da cozinha.

— Jimin? — chamou, pelo amigo.

O garoto de cabelos loiros saiu logo de um dos quartos que havia naquele apartamento e foi até o melhor amigo.

— Oi! — ele pulou no amigo por trás, abraçando-o. — Você já chegou?

— Sim, aquele merda do meu chefe fez uma caridade.

— Tae, você sabe. Se quiser que eu descubra a vida toda dele e faça ele sofrer, pode me falar.

O Kim riu, se virando para o amigo que o abraçava por trás e colocou a ponta do dedo na sua testa, empurrando sua cabeça para longe de si.

— Deixa de ser louco, garoto.

O loiro gargalhou. Mas se o Kim quisesse, ele realmente seria capaz de fazer.

— Então... Noite de filmes antigos? — Jimin sugeriu abraçando o amigo pelo ombro.

Era uma tradição entre os dois amigos de longa data, toda sexta-feira eles se juntavam naquele pequeno sofá e assistiam a algum filme dos anos 90.

— Sim, claro! Eu trouxe seus docinhos favoritos.

— Tae, você é o melhor! — beijou a bochecha do amigo, antes de ir em direção às sacolas para ver o que estava ali esperando por si. — Te amo muito.

Taehyung sorriu em resposta e Jimin o correspondeu, adorava o sorriso do Kim.

Ao se afastar, Park reparou no machucado nos pés de seu amigo.

Velocidade Negativa | JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora