7. Agnes

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Depois de experimentar meu vestido, me encontrei com Theodora e Dimitri, ambos estavam em uma das várias despensas do castelo, como havíamos combinado.

- Então, vocês querem que eu repasse novamente o plano? - Perguntei para os dois.

- Não somos burros Agnes. - Dimitri disse. - Só não se esqueça de fazer a sua parte.

- Fiquem tranquilos e cruzem os dedos para dar certo. - Cruzei meus dedos e fechei os olhos, pedindo para que o universo me ajude a não me casar.

Deixei a despensa e fui para o salão de beleza real, onde fariam meu cabelo e minha maquiagem para noite.

Duas mulheres fizeram uma trança em meu cabelo, elas colocaram algumas flores vermelhas pequenas, para combinar com o vestido. Uma outra mulher ficou responsável pelas minhas unhas, as lixou e pintou de vermelho. Assim que terminaram, uma outra me maquiou, uma maquiagem leve, mas suficiente para me deixar parecida como uma verdadeira princesa.

- Você está linda majestade! - Uma das mulheres disse quando me olhei no espelho. - Vou buscar seu almoço e depois o seu vestido. - A mulher deu alguns saltinhos de animação antes de sair.

- O rei pediu que eu lhe desse isto princesa. - Uma outra mulher abriu uma pequena caixa de joias, mostrando um par de brincos de rubis. - Eram da sua mãe.

Segurei para não deixar as lágrimas caírem, mesmo tendo se passado tanto tempo, ainda sentia a dor da perda.

Com cuidado a mulher retirou os brincos da caixa e me ajudou a colocá-los. Me olhei novamente no espelho, eu estava igualzinha a minha mãe.

Pouco tempo depois a criada voltou com uma bandeja de comida, meu almoço. Comi com delicadeza para não sujar minha maquiagem. Ao terminar, entreguei-lhe minha bandeja e esperei um pouco para me vestir. Caminhei até a janela do quarto e vi Matteo caminhando pelo jardim com seu caderno de desenhos. Como se tivesse sentido meu olhar, o príncipe se voltou para o castelo, por um momento pensei que ele tivesse me visto, mas ele voltou a andar normalmente.

Me virei para as criadas que ficaram no quarto e sorri, estava na hora de me vestir, tinha um baile para arruinar.

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Como todos os bailes em que já havia frequentado, as pessoas estavam dançando, haviam garçons servindo champanhe e canapés. A decoração da vez era vermelha, todos os tipos de flores e adornos vermelhos.

A medida em que os convidados chegavam, um criado os anunciava. Algumas princesas estavam presentes no baile, seria o momento perfeito para convidar as possíveis pretendentes para o final de semana do chá.

Me aproximei da princesa de Sequoia, ela estava conversando com sua mãe, a rainha de Sequoia.

- Cecília, que bom que veio. - Estava tentando usar um pouco da minha educação.

- Agradeço pelo convite princesa, tudo está impecável. - Ela disse sorrindo.

- Gostaria de convida-la para um final de semana do chá. - Tentei sorrir.

- Eu adoraria, será este final de semana? - Assenti com a cabeça. - Então eu a encontro novamente na sexta. - Ela disse fazendo uma reverência e se retirando com sua mãe.

Uma princesa eu já tinha, o plano estava indo bem.

Convidei mais algumas princesas presentes, todas aceitaram, não havia nada de que as princesas gostassem mais do que um final de semana com chá e fofoca.

- Senhoras e senhores, - O homem responsável por anunciar os convidados começou a falar, ele estava prestes a anunciar o convidado especial, o príncipe responsável pelo cortejo à princesa. - O rei agradece a presença de todos e anuncia o cortejo de sua filha Agnes pelo príncipe...

Antes que o homem pudesse falar mais alguma coisa, as luzes do castelo se apagaram, um verdadeiro apagão, Dimitri havia cortado as luzes. As pessoas começaram a gritar desesperadas, um alvoroço se instalou, haviam guardas protegendo o rei e a minhas irmãs. Aproveitei a deixa e me retirei do salão.

Apenas com a luz da lua iluminando o castelo, fui até o quarto do príncipe e Theodora estava na porta com a chave na mão. Quando ela me viu, relaxou. A minha criada abriu a porta do quarto e eu entrei rapidamente.

- Pode me dizer o que está acontecendo? - O príncipe disse quase rugindo. - Por que os criados me prenderam aqui? - Ele apontou para a porta. - Por que o castelo está sem luz? - Ele apontou para a lâmpada.

A luz da lua era a única iluminando o quarto, encarei o garoto na minha frente, mesmo com o olhar zangado, não pude deixar de me impressionar com sua beleza. Seus olhos estavam mais verdes do que nunca, a lua estava dando um brilho à sua pele pálida e o seu cabelo estava bagunçado, sua camisa branca estava um pouco aberta, estampando o músculo de seu peito.

- Não posso me casar com você. - Sussurrei para ele, tentando desviar o olhar.

- O que?! - Ele disse entrando no foco do meu olhar novamente. - Por que não pode se casar comigo Agnes?

- Porque você tem tudo o que eu odeio em um homem. -Disse, dessa vez eu encarei bem seus olhos. - Você você vive sobre regras de etiqueta, me julga com o olhar por não ser uma dama. Achou ruim se molhar um pouco, fora que eu tenho bem mais prática em equitação do que você. - Ele estava com um olhar incrédulo. - Não posso me casar com você porque eu não o amo, você não me ama e jamais seremos capazes disso porque não somos compatíveis.

Ele se sentou em sua cama, parecia um pouco abalado. Matteo olhou para baixo por um tempo e depois olhou para a janela.

- Já que você se decidiu, então não me resta outra escolha a não ser ir embora. - Ele se levantou e retirou uma mala de dentro do guarda-roupa.

- Não vou deixar você voltar para Amarílis sem uma esposa. - O príncipe colocou a mala no chão e me encarou.

- O que sugere então? - Ele disse colocando as mãos na cintura, o que fez seus músculos do braço ficarem marcados na blusa branca. - Você acabou de me dispensar, sua irmã já tem um pretendente e Eleonora é uma criança.

- Senta e escuta a minha proposta. - Ele obedeceu. - Convidei algumas princesas para um final de semana do chá, esse final de semana. Você vai ficar e eu vou dizer que está em uma visita diplomática. Terá dois dias para conhecer um pouco mais as outras princesas, então, a que você gostar mais eu vou convidar para ficar aqui e me ajudar com os preparativos de minha coroação, o que é uma honra para elas e uma grande besteira para mim. Você terá que conquista-lá e eu irei te ajudar, até você pedi-la em casamento daqui um mês, não eu.

- Seu pai não vai concordar com isso. - Ele cruzou os braços pensativo.

- Vamos passar um tempo juntos também, para ele achar que estamos nos entendendo.

- Bom, por mim tudo bem, mas se eu não gostar de nenhuma das garotas, eu irei embora. - Ele disse.

- Acredite se quiser, você vai gostar delas, são como você, - Dei risada. - parece que engoliram um livro de regras de etiqueta.

Deixei o príncipe sozinho em seu quarto. Algum tempo depois as luzes voltaram, mas eu não voltei para o salão, precisava descansar.

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