4. Matteo

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Em meu quarto havia uma mesa, uma caneta tinteiro e diversas folhas de papel para que pudesse escrever aos meus pais.

Depois de um longo banho, fiquei refletindo o que eu contaria para eles: como eu confundi a princesa com sua irmã, que Íris era florida e quente, que a princesa era linda, que ela não tinha modos de uma dama da realeza.

Me sentei na mesa, já de pijama, e comecei a escrever.

"Querida mãe,

Hoje minha carta é para você. Queria começar lhe dizendo que eu e a princesa estamos nos dando bem e já estamos apaixonados, mas nada disso aconteceu. Agnes é como um cavalo selvagem, ela não parece deixar qualquer um se aproximar, além de não possuir modos de uma futura rainha. Tentarei fazê-la gostar de mim, amanhã iremos andar à cavalo.

Prometo que logo mais trago novas notícias.

                                    Com amor, seu filho Matteo."

Guardei a carta em um envelope e entreguei para o guarda do corredor, ele disse que a enviaria na manhã seguinte.

Deitei-me na cama, era extremamente macia e, devido ao calor, pois as cobertas e lençóis eram finos. Fechei os olhos e me obriguei a dormir.

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Sentia a luz do sol bater do outro lado de minhas pálpebras, então abri meus olhos com preguiça, não sabia que horas eram. Me sentei na cama e esfreguei meus olhos.

- Graças a Deus! - Uma voz feminina suave esbravejou. - pensei que não ia acordar mais. - Agnes estava sentada na poltrona perto de um abajur. - Tive que vir até seu quarto para ver se estava tudo bem.

Me levantei apressadamente da cama, a princesa estava de botas, calça e regata novamente.

- É inapropriado uma dama invadir os aposentos de um homem dessa forma. - Disse envergonhado.

- Que seja. - Ela revirou os olhos. - Seus criados vão entrar e te arrumar para a gente ir levar as amoreiras. - Agnes se levantou da poltrona e abriu a porta, dando passagem para os criados. - Vê se não demora mais. - Ela disse saindo e fechando a porta do quarto.

- Ela é sempre assim, ou é só por causa da minha presença? - Ousei perguntar aos criados, mas eles não me responderam. - Tudo bem então, terei que descobrir.

Depois de um tempo, eu finalmente estava pronto para ir. Me encontrei com a princesa no corredor conversando com o guarda, quando ela me olhou, sua expressão ficou séria.

- Não vai dar tempo de tomar café aqui, a gente arruma algo para comer lá. - Ela se virou e saiu andando. - Vem logo senão eu te deixo para trás. -  comecei a segui-la.

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Do lado de fora um garoto estava nos esperando com dois cavalos, um era preto e outro era marrom. A princesa sorriu para ele, o que me deixou irritado, talvez o rapaz fosse algum plebeu cortejando minha futura esposa.

- Fica calmo gato, você faz bem mais meu tipo do que a princesa aqui. - O garoto disse me encarando, aparentemente eu não sabia bem esconder minhas emoções. - Esse é Apolo, ele é manso, pode subir. - O garoto disse, então eu me ajeitei na cela do cavalo marrom. - Bom passeio princesa. - O garoto disse dando um tampinha leve na bunda do cavalo em que a princesa havia montado.

Seguimos por uma trilha de terra feita somente para andar à cavalo, ela nos levaria para o leste.

Passamos por um lindo vale, tinha casas nele e um lindo lago. Memorizei uma imagem e continuei cavalgando.

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